Luís Rodrigues, Presidente da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, só nas quotas mais altas é que ainda há azeitona:
” Este ano o que eu penso e que vou perguntando aos meus agricultores e associados é que não esperamos uma grande campanha. Esperamos uma campanha média, fraca. Há muitas zonas onde realmente não foi só a chuva, mas também o granizo, que veio destruir a pouca que ainda podia haver. Também temos as zonas mais altas, de 600 e tal para cima, que já foram mais tarde e onde se vê alguma azeitona.”
Foram várias as localidades do concelho onde as culturas agrícolas foram afetadas pelo mau tempo:
“Tivemos aqui situações climatéricas muito estranhas e infelizmente tivemos zonas muito atacadas pelo granizo, essencialmente. Há que lamentar realmente situações pontuais em algumas freguesias. Estou a lembrar-me de Cortiços, Carrapatas, Talhas, Limãos. E quando é assim é sempre muito mau para a agricultura, não só para a azeitona, mas para todas as culturas que se vão fazendo aqui na região.”
Quanto ao preço, o azeite nunca esteve tão caro, devido à falta de produto no mercado:
“Nunca esteve a este preço. Neste momento o azeite está na ordem dos seis euros o quilo, o que nunca tinha acontecido. Não adianta que esteja caro que não temos para o vender. O conhecimento que temos é que Espanha tem uma campanha ainda pior que o ano passado, o que quer dizer que a falta de produto no mercado está a inflacionar os preços. Claro que isso não vai compensar a perda da quantidade porque não adianta estar caro se não temos para o vender. Os meus cálculos é que para o ano, embora não acredite que fique neste patamar, também tenho quase a certeza que embora desça ficará sempre a patamares dos últimos anos. Por um lado é bom, por outro temos que perceber que já não há muita gente disponível a dar trinta euros por um garrafão de azeite, mas como há pouco no mercado é natural que ele esteja inflacionado.”
A Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros tem cerca de dois mil associados e a tendência é continuarem a aumentar.
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