Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Em dia de São João, faz hoje anos que o meu poço foi concluído… em nossa casa sempre houve um poço.. e morangos vermelhos como o sol poente lá para os lados da Senhora da Serra…
… e as novenas tão perto!
… agora chama-se um lago artificial… com peixes vermelhos que estão sempre a peixar e não fazem mais nada… mas eu continuo a chamar-lhe poço… em nossa casa sempre houve um poço… que regava a horta… e assustava…
… no fundo do poço devia começar o inferno…
- se cais ao poço mato-te! E a mãe ficava muito séria… devia ser por causa do inferno!
… e os morangos eram tão doces!
Em dia de São João… o Batista… o alecrim… e o rosmaninho nos purificam e rezo:
“Jesus perguntou a João:
- João, o que fazes?
Tomo banho no Rio Jordão, Senhor.
- João, teus inimigos aí vêm.
Deixe vir, Senhor! Se tiverem olhos, não me verão; se tiverem boca, não me falarão; se tiverem ouvidos, não me ouvirão; se tiverem mãos, não me ofenderão e se tiverem pés, não me acompanharão.”
… no dia de São João… a água corre e não tem pressa…
… e eu de novo me batizo… nas águas novas no meu poço… em nome do João… o Batista.
… e as novenas tão perto!
… agora chama-se um lago artificial… com peixes vermelhos que estão sempre a peixar e não fazem mais nada… mas eu continuo a chamar-lhe poço… em nossa casa sempre houve um poço… que regava a horta… e assustava…
… no fundo do poço devia começar o inferno…
- se cais ao poço mato-te! E a mãe ficava muito séria… devia ser por causa do inferno!
… e os morangos eram tão doces!
Em dia de São João… o Batista… o alecrim… e o rosmaninho nos purificam e rezo:
“Jesus perguntou a João:
- João, o que fazes?
Tomo banho no Rio Jordão, Senhor.
- João, teus inimigos aí vêm.
Deixe vir, Senhor! Se tiverem olhos, não me verão; se tiverem boca, não me falarão; se tiverem ouvidos, não me ouvirão; se tiverem mãos, não me ofenderão e se tiverem pés, não me acompanharão.”
… no dia de São João… a água corre e não tem pressa…
… e eu de novo me batizo… nas águas novas no meu poço… em nome do João… o Batista.
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
Sem comentários:
Enviar um comentário