“O Município de Miranda do Douro assume, desde já, que não está de acordo em receber a tutela do Museu da Terra de Miranda para a sua gestão, tendo em conta que este tipo de equipamentos deverão ser geridos por entidades que os protejam com planos estratégicos de preservação nacionais, bem delineados e com rigor técnico à sua execução”, disse, citado em comunicado, o vereador Vítor Bernardo.
O vereador salientou ainda que o município de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, nunca foi contactado pelo Ministério da Cultura para receber a gestão desta unidade museológica situada no Planalto Mirandês.
“Foi com incredulidade e estupefação que o município de Miranda do Douro ouviu dizer que o Museu da Terra de Miranda iria passar para a gestão municipal em 01 de janeiro de 2024”, vincou o autarca.
A partir de 01 de janeiro de 2024, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) vai dar lugar a duas entidades distintas: o instituto público Património Cultural, com sede no Porto, e a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa, ambos com obrigação de cumprimento de "eficiência económica nos custos" e uma "gestão por objetivos".
O anúncio foi feito pelo Ministério da Cultura na semana passada e prevê ainda que o Museu da Terra de Miranda, os museus D. Diogo de Sousa e dos Biscainhos, em Braga, o Museu do Abade de Baçal, em Bragança, o Museu da Guarda, o Museu da Cerâmica, nas Caldas da Rainha, e o Museu Joaquim Manso, na Nazaré, passem da esfera das respetivas direções regionais de Cultura para os municípios.
Também o Movimento Cultura da Terra de Miranda criticou, em comunicado enviado à Lusa, que, com esta decisão, o Estado se “afasta mais uma vez da Terra de Miranda, abandonando uma das escassas representações que ainda possui neste território”.
“Ficaremos muito perto do abandono total e completo da Terra de Miranda por parte do Estado”, vincou o movimento.
O Movimento Cultura da Terra de Miranda lamentou o que considerou “mais uma manifestação do desprezo que tem para com a língua e a cultura mirandesa”.
Na semana passada, depois de uma sessão, em Lisboa, de apresentação do novo modelo de organização do Património Cultural, os diretores de seis equipamentos culturais de Bragança (Museu do Abade de Baçal e Domus Municipalis), Miranda do Douro (Museu da Terra de Miranda e Sé de Miranda) e Braga (Museu D. Diogo de Sousa e Museu dos Biscainhos) insurgiram-se contra a reorganização da gestão dos museus e monumentos e ameaçaram mobilizar a população para reverter a decisão do Governo.
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