Um projecto pioneiro no distrito, apresentado, ontem, no Politécnico de Bragança. De acordo com a investigadora Simone Morais, do Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Porto, o estudo concluiu que os operacionais precisam de dormir melhor e ter mais cuidado na inalação dos poluentes. “É preciso rever e ajudar os nossos profissionais a melhorar a qualidade do sono, a sua actividade física, de forma a que isso tenha impacto na saúde, e também alguns resultados que avaliámos que têm a ver com o facto de ficar provado que os nossos bombeiros estarem expostos a muitos poluentes, existentes no ar, no combate a incêndios, alguns deles considerados poluentes prioritários, que podem ter alguns impactos na saúde”.
O objectivo do estudo é alertar os bombeiros para cuidados que podem ser adoptados, de modo a que o combate aos incêndios florestais tenha menos impacto na sua saúde. Um deles é não tirar o equipamento antes do fogo estar totalmente apagado. “Um chamar à atenção dos bombeiros, nomeadamente tentar reduzir essa exposição, não facilitar, ou seja, não retirar, por exemplo, o equipamento individual, em fase de rescaldo, porque continua a haver emissão de alguns compostos. Deve-se fazer a limpeza de pele, porque pode haver absorção através da pele, limpeza do material, evitando a contaminação cruzada dentro dos quartéis”.
O projecto foi desenvolvido em parceria com o IPB e a Protecção Civil. O comandante sub-regional da Protecção Civil das Terras de Trás-os-Montes, Noel Afonso, salientou a importância do estudo para saber o estado das corporações e é o ponto de partida para tomar decisões. “Há estratégias que não têm um custo directo associado, estão muito dependentes da mudança de hábitos. São todas estas ferramentas que terão que se desenvolver daqui para a frente e a partir deste estudo que suporta outro tipo de tomada de decisões”.
O estudo teve por base análises de urina, sangue e saliva dos bombeiros, mas também amostragem de ar. As primeiras conclusões foram ontem apresentadas.
O projecto tem o financiamento da Fundação para Ciência e Tecnologia e começou em 2020.
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