Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
Há, nos versos com que desenho as páginas do meu livro, tanta coisa escrita que gosto de olhar com coração de criança. Aquele com que se aprende a ler o verdadeiro alfabeto da amizade e do amor. O meu livro de bonitas lembranças e esperançados sonhos, onde o menos bom não deixou de existir, mas aprendo a deixar riscado. Que fique somente a lição que hoje me salva. E todos aqueles de quem gosto. Porque onde está o meu coração, aí mora o meu tesouro.
Gosto de ti…
Gosto de ti, que me entraste pelo espírito dentro com a tua positiva loucura e me fazes refletir, livre, um momento, em tantos momentos, e nos fizeste descobrir irmãos num abraço fraternal. Tu, que me fizeste saber, com paciência e carinho, que o fundamental é o diálogo de alma para alma, mesmo que, por vezes, nele habite silêncio.
E de ti que, quando caem as primeiras chuvas e tudo adivinha inverno, me embalas o coração triste e me garantes que as sombras não choram eternas e a harmonia do peito será em breve.
E de ti, que me inspiras o sentimento humilde dos instantes, de ti que tens o aroma quente da fogueira e da chama que aquece, que me aconchegas entres as duas mãos por inteiro. De ti, que tens cheiro a lar e me fazes sentir família e casa. E aumentas um momento de saudade, apenas pelo carinho que ofereces.
E de ti, que me ensinas que Deus é um ser muito simples que nunca precisamos de explicar. Porque é ar, é água, é terra e fogo. E me fazes saber que ele é mão que me sustenta na poeira e na alegria de todas as horas que também me esqueço de viver.
E de ti, que és essa força extraordinária e quase inabalável, que confia sem lamento e se entrega ao cumprimento da vida, por vezes, a ignorar(-te) quem carrega a morte nos braços.
E de ti, com a tua sensível genuinidade a que não seria capaz de ficar indiferente. De ti, que tens a espessura do mar nos lábios e o hálito fresco das águas, de ti que me repete o pensamento e me sabe ler a alma na sua total nudez, com a distância dos olhos.
E de ti, que és o caminho da ponderação e a cascata silenciosa onde me deixo escutar para, depois do descanso, encontrar os braços da coragem e regressar ao porto seguro de onde, tenho a fiel certeza, nunca quererei partir.
E de ti, minha fonte de inspiração, que tens a vontade escrita no rosto, de ser ainda muito além e lutas todos os dias para abrir as portas que se fecham, na medida exata da imensidão que transportas no regaço.
E de ti, voz que chora e grita no canto da alma, mas sempre flor a brotar, à espera que a esperança se erga mais uma e outra vez. Em ti, sei que sou perfume e pétala nunca esquecida.
E de ti. Sim, também (muito) de ti, que tropeças nas histórias que tens dentro do corpo cansado e não tens coragem de me contar. Mas que não deixa de me iluminar com uma palavra e mais nada, ou com o silêncio e mais nada.
Gosto de ti, e de ti, e de ti.
Gosto de vós porque me completam, porque são tanto do que em mim posso encontrar. Vós, que me fazem perceber que o universo pode ser, assim, tão pequenino num sentido deslumbramento, quando o muito é aquele tão pouco de que apenas preciso para seguir a viagem com a melhor bagagem. Com um sorriso que basta. Um abraço que chega. E me deixa ter nas mãos, simplesmente, o mundo todo.
E o que eu gosto de ti, hoje, é essencialmente esse abraço apertado que se torna laço a cada ano que passa. E me faz perceber que a vida é-nos, essencialmente, a vida dos outros em nós e, a amizade, a melhor ternura iluminada por outra claridade.
Hoje, falo-vos baixinho entre as lágrimas de chuva que escuto cá fora. E digo-vos que gosto de vós. Que são Únicos e que, perto de mim, nesse fio invisível que enlaça e no reflexo do que me encanta, fazem crescer o sentido mais meigo e profundo do que entendo ser a verdadeira religião.
E agradeço-vos. Porque é o amor que fica.
É o amor que fica sempre na memória… e no coração.
Gosto de ti…
Gosto de ti, que me entraste pelo espírito dentro com a tua positiva loucura e me fazes refletir, livre, um momento, em tantos momentos, e nos fizeste descobrir irmãos num abraço fraternal. Tu, que me fizeste saber, com paciência e carinho, que o fundamental é o diálogo de alma para alma, mesmo que, por vezes, nele habite silêncio.
E de ti que, quando caem as primeiras chuvas e tudo adivinha inverno, me embalas o coração triste e me garantes que as sombras não choram eternas e a harmonia do peito será em breve.
E de ti, que me inspiras o sentimento humilde dos instantes, de ti que tens o aroma quente da fogueira e da chama que aquece, que me aconchegas entres as duas mãos por inteiro. De ti, que tens cheiro a lar e me fazes sentir família e casa. E aumentas um momento de saudade, apenas pelo carinho que ofereces.
E de ti, que me ensinas que Deus é um ser muito simples que nunca precisamos de explicar. Porque é ar, é água, é terra e fogo. E me fazes saber que ele é mão que me sustenta na poeira e na alegria de todas as horas que também me esqueço de viver.
E de ti, que és essa força extraordinária e quase inabalável, que confia sem lamento e se entrega ao cumprimento da vida, por vezes, a ignorar(-te) quem carrega a morte nos braços.
E de ti, com a tua sensível genuinidade a que não seria capaz de ficar indiferente. De ti, que tens a espessura do mar nos lábios e o hálito fresco das águas, de ti que me repete o pensamento e me sabe ler a alma na sua total nudez, com a distância dos olhos.
E de ti, que és o caminho da ponderação e a cascata silenciosa onde me deixo escutar para, depois do descanso, encontrar os braços da coragem e regressar ao porto seguro de onde, tenho a fiel certeza, nunca quererei partir.
E de ti, minha fonte de inspiração, que tens a vontade escrita no rosto, de ser ainda muito além e lutas todos os dias para abrir as portas que se fecham, na medida exata da imensidão que transportas no regaço.
E de ti, voz que chora e grita no canto da alma, mas sempre flor a brotar, à espera que a esperança se erga mais uma e outra vez. Em ti, sei que sou perfume e pétala nunca esquecida.
E de ti. Sim, também (muito) de ti, que tropeças nas histórias que tens dentro do corpo cansado e não tens coragem de me contar. Mas que não deixa de me iluminar com uma palavra e mais nada, ou com o silêncio e mais nada.
Gosto de ti, e de ti, e de ti.
Gosto de vós porque me completam, porque são tanto do que em mim posso encontrar. Vós, que me fazem perceber que o universo pode ser, assim, tão pequenino num sentido deslumbramento, quando o muito é aquele tão pouco de que apenas preciso para seguir a viagem com a melhor bagagem. Com um sorriso que basta. Um abraço que chega. E me deixa ter nas mãos, simplesmente, o mundo todo.
E o que eu gosto de ti, hoje, é essencialmente esse abraço apertado que se torna laço a cada ano que passa. E me faz perceber que a vida é-nos, essencialmente, a vida dos outros em nós e, a amizade, a melhor ternura iluminada por outra claridade.
Hoje, falo-vos baixinho entre as lágrimas de chuva que escuto cá fora. E digo-vos que gosto de vós. Que são Únicos e que, perto de mim, nesse fio invisível que enlaça e no reflexo do que me encanta, fazem crescer o sentido mais meigo e profundo do que entendo ser a verdadeira religião.
E agradeço-vos. Porque é o amor que fica.
É o amor que fica sempre na memória… e no coração.
Todos vós, de quem gosto, espero-vos em 2024!
Paula Freire - Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."-Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor De Lyz.
Não se tenta encontrar palavras para descrever o que de mais lindo se sentiu e leu. Paula. Tão lindo... !
ResponderEliminarObrigada, Henrique. Acreditarei sempre que o teu coração e os teus olhos, nunca deixarão de descobrir e apreciar a beleza contida na simplicidade.
EliminarDas palavras do texto, para aí... Também gosto muito de Ti.
Que 2024 seja sinónimo de algumas sentidas esperanças.