Em Grijó de Parada, no concelho de Bragança, a festa começou ontem e decorre também hoje. Os caretos vestidos de vermelho são os personagens principais. São eles que vão juntando a multidão e fazendo a festa e muitas tropelias, ao som de tambores e gaitas. A festa é liderada pelos mordomos e, como explica Belmiro dos Santos, arrancou, ontem de manhã, como manda a tradição. “Encontramos uma mesa, depois da missa, com pão, vinho, sardinhas, tremoços. O santo regressa à igreja e aí acendemos uma fogueira e depois começa a sardinhada. É uma maneira de se juntar o povo, de confraternizarmos todos. É uma maneira de se unirem mais as pessoas”.
Em Grijó de Parada faz-se, ainda, a corrida da rosca e a galhofa, uma espécie de luta greco-romana. A galhofa também é uma das tradições de Ousilhão, no concelho de Vinhais. Nesta aldeia a festa aconteceu segunda e terça-feira. Segundo Sérgio Jorge, membro da organização, esta é uma celebração que se distingue das demais pela sua pureza. “Nunca alterámos nada, sempre fomos tradicionais e puros. No dia 25 de Dezembro damos a volta de casa em casa, onde nos recebem com as mesas cheias, com os gaiteiros e os moços da aldeia com a ronda de Boas Festas”.
A galhofa é um dos pontos altos da festa em Ousilhão. “O povo abre-nos as portas e todas as mesas estão recheadas de comida e de bebida. À noite temos a galhofa que é acompanhada por gaitas, toda a noite. Antigamente era feita nos currais de vacas, agora realiza-se na casa do povo. No dia 26 temos missa e damos novamente volta à aldeia, gaiteiros, moços e máscaras e dá-se a coroação do novo rei”.
Ainda no concelho de Vinhais, em Vale das Fontes a Encamisada é uma festividade que acontece nos dias 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Hélio Santos, membro da Associação Cultural e Recreativa “As Fontes” explica que se trata de uma tradição muito antiga, mas foi passando de geração em geração e atualmente encontra-se cada vez mais fortalecida. “Dia 31 de Dezembro é feita uma primeira arruada com os gaiteiros e pelas 21 horas centenas de mascarados juntam-se a uma grandiosa fogueira no largo da aldeia. As pessoas utilizam trapos antigos como xailes, lenços e outros utensílios para esconder a sua identidade e cobrem a face com uma renda branca”.
No fim da Encamisada as pessoas desvendam a sua identidade dançando e cantando à volta da fogueira. Durante a madrugada do primeiro dia do ano, é realizada a alvorada, onde um grupo de pessoas percorre as ruas da aldeia cantando versos em honra ao santo, finalizada com uma missa.
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