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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Museu do Abade de Baçal recorda artista de Urros

 O Museu do Abade de Baçal está a recordar a artista Berta Nery Durão, natural da aldeia de Urros, em Torre de Moncorvo, através de uma exposição com cerca de uma centena de obras da autora que ficará patente até 28 de abril.


A inauguração aconteceu no passado sábado.

“Esta exposição é quase como fazer um reconhecimento póstumo a uma extraordinária e esquecida artista transmontana, que nasceu no final do século XIX, no período naturalista e cujas 200 obras foram doadas pelo filho, o arquiteto Alfredo de Matos Ferreira, ao Museu do Abade de Baçal. Estava na altura de mostrar aos transmontanos e ao país. Dos 200 trabalhos fez-se uma seleção de cerca de uma centena deles, desenhos e pinturas, mas tem, também, objetos pessoais como cavaletes, etc. Foi ainda possível fazer um documentário com as netas, no ateliê da artista na aldeia de Urros, concelho de Torre de Moncorvo, e que complementam a exposição”, explicou o diretor do MAB, Jorge Costa.

Berta Nery está representada na coleção do museu desde 1994, com a obra ‘A cozinha transmontana’. “É um dos temas muito tratados por ela. Há outras obras que integrámos na coleção permanente, nomeadamente um núcleo do naturalismo. Quem vem visitar a exposição fica a conhecer não só o talento no desenho desta artista transmontana mas, também, revisitar a coleção permanente do museu que tem muitas novidades. Muitas obras que foram acrescentadas, desde pintura, escultura, objetos, de vários períodos. Continuamos a receber doações e vamos mostrando estas novidades que vão aparecendo”, frisou Jorge Costa.

Isabel Matos Ferreira e Irene Matos Ferreira, netas da pintora, disseram ao Mensageiro que esta exposição “é uma emoção muito grande”. “Quando todo o acervo veio para cá, em 2015, achávamos que não ia ser mais visto, que ia ficar guardado nas catacumbas. De repente, sermos contactadas pelo diretor do museu a dizer que descobriu a obra da nossa avó e queria fazer uma exposição, foi a possibilidade de não só voltarmos a ver as obras dela mas dá-las a conhecer aos outros. É muito emocionante”, frisaram.

Jorge Costa recorda que Berta Nery era filha de pai transmontano, de Urros, oficial de artilharia. “Em criança deslocou-se ao sabor do trabalho do pai. Esteve em Macau, em Lisboa, na Madeira. A mãe era de Torres Novas, uma mulher muito à frente do seu tempo. Em Lisboa, Berta Nery morava muito perto dos ateliês quer de Carlos Reis quer de Columbano, e isso permitiu-lhe contactar com os grandes mestres do naturalismo. Tinha muito talento. Acabou por vir para a aldeia para se curar de doenças respiratórias. Foi aí que conheceu o marido, um médico dos Caminhos de Ferro. Casou, teve um filho” e acabou por se mudar para Urros por vontade do marido.

António G. Rodrigues

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