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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Três biólogos e um programador informático criaram plataforma para ajudar a conservar lobo-ibérico

 Podia gostar do gato-bravo, do urso ou do javali mas é o lobo-ibérico que fascina Bruno Arrojado desde criança. Teve uma ideia, contactou várias pessoas e, juntamente com três biólogos que dedicam a vida ao último grande predador português, lançou em Junho a plataforma loboiberico.pt. Saiba o que esta faz e como está a ajudar aquela espécie ameaçada.

Lobo-ibérico (Canis lupus signatus). Foto: Plataforma loboiberico.pt

Bruno Arrojado, 40 anos e programador informático, quis criar um espaço para o lobo-ibérico (Canis lupus signatus) na Internet para ajudar activamente a conservar esta espécie classificada Em Perigo de extinção em Portugal.

O fascínio pelo lobo nasceu quando, em criança, ouvia o avô falar-lhe da existência do lobo na Serra de São Mamede. “Gosto do lobo, diz-me bastante e desde cedo suscitou a minha curiosidade”, explicou à Wilder.

Lobo-ibérico. Foto: Bruno Arrojado

Por isso teve uma ideia de criar-lhe um espaço que fizesse a diferença, para combater as notícias falsas (fake news), as crenças e os medos infundados. “Contactei várias pessoas e houve algumas que se juntaram.” São elas Francisco Álvares, doutorado em Biologia da Conservação e investigador no BIOPOLIS-CIBIO; Lemuel Silva, biólogo e intérprete ambiental, criador de conteúdos, conservacionista (rewilder) e educador ambiental; e Sílvia Ribeiro, bióloga e mestre em Etologia, estando a concluir o doutoramento em comportamento canino. 

Uma das apostas da plataforma loboiberico.pt é reunir informação que está dispersa e que é baseada na informação científica mais recente para promover a coexistência pacífica do lobo com o ser humano. Dá destaque, por exemplo, a medidas de protecção do gado e a normas de conduta em território de lobo e a informação sobre o lobo, desde a bioecologia do lobo e a sua relação com os humanos, à situação actual da espécie e as principais ameaças.

Inclui também documentos e registos antigos, assim como várias imagens e vídeos de lobos obtidas na natureza.

Outro elemento da plataforma é a aplicação “Eu vi um lobo” que desafia qualquer pessoa a enviar os seus registos e observações de lobo, seja avistamentos do animal ou rastos (pegadas ou fezes, por exemplo). De momento, a aplicação já recebeu 30 registos válidos.

“O objectivo não é dizer às pessoas para andarem a correr atrás do lobo no campo, mas tão simplesmente ajudarem a conhecer melhor a espécie com as suas observações. É ajudar, tirar a fotografia e seguir caminho”, explicou Bruno Arrojado.

Fezes de lobo-ibérico. Foto: Bruno Arrojado

Paralelamente, a Plataforma apoia ações de conservação no terreno, doando uma parte dos lucros da venda de produtos da sua Loja, promovendo também o envolvimento direto da sociedade, que tem a oportunidade de contribuir para os projetos de conservação apoiados pela Plataforma. A Loja inclui artigos exclusivos e serviços alusivos ao lobo e ao seu ecossistema, como sejam produtos locais e atividades turísticas, dando prioridade a artistas nacionais e a produtores que adotem boas práticas de coexistência com o lobo.

Bruno Arrojado acredita que é importante “olhar para o lobo não apenas como dando prejuízos económicos mas também como tendo potencial económico”, através de um “turismo sustentável”.

De momento, a plataforma está a apoiar dois projectos: o programa Cão de Gado, do Grupo Lobo, e o projecto LIFE WolFlux, da Rewilding Portugal. “Já fizemos a doação de um cão de gado ao Grupo Lobo” desde o lançamento da plataforma, disse Bruno Arrojado. Adiantou que no final deste ano irão fazer outras doações.

Para 2024, o desejo é internacionalizar a plataforma, disponibilizando tradução em Inglês e Espanhol, continuar a actualizar a plataforma e “aumentar o leque de projectos para doação”.

Lobo-ibérico. Foto: Bruno Arrojado

Até aos anos 30 do século XX, o lobo-ibérico distribuía-se por todo o país, até ao Algarve. Com o passar dos anos, foi sendo empurrado para norte, concentrando-se hoje em núcleos no Alto Minho, Trás-os-Montes e numa região a Sul do Douro.

O lobo-ibérico é a única espécie da fauna portuguesa que tem uma legislação específica, pela qual é protegida. É uma espécie Em Perigo de extinção, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal Continental, com cerca de 300 indivíduos, menos de metade dos quais são animais reprodutores capazes de contribuir para a continuidade da população.

Helena Geraldes

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