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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A cultura do diálogo

 Se há uma atitude que hodiernamente se nos é reiteradamente requerida e que devemos assumir, até nos cansarmos, nestes tempos de afastamentos, de relativismos e de calculismos, é o diálogo.
Seja no núcleo fundamental da vida de qualquer pessoa, a família, até à escola, à universidade, ao hospital, à igreja, às religiões, ao estado, ao governo, à assembleia da república, mesmo aos partidos (então após a refrega das eleições ainda muito mais!), às empresas, às nações, etc, é deveras importante promover uma cultura do diálogo, tratando por todos os meios de criar instâncias para que ele seja possível, permitindo reconstruir os laços entre as pessoas, as instituições, enfim, o tecido social.
Isto implica, mesmo para pessoas mais maduras, uma autêntica aprendizagem, quase que uma ascese, que nos permita reconhecer os outros, ainda que nas diferenças e dissensões, como interlocutores válidos.
Trata-se de pugnar pelo encontro e pela negociação, de delinear estratégias, não de exclusão, mas de integração, mesmo dos dissidentes e dos que mantém uma propensão maior para o conflito e para o enfrentamento, assumindo a preocupação de tratar sempre com dignidade e respeito os que assim agem.
Contudo, mais que boas intenções, esta atitude, além de cada vez mais urgente, deveria ser tomada mais a sério, aprofundando o seu real significado e o efeito que provocam, pois, o diálogo é o modo privilegiado de nos encontrarmos com os outros.
Aceitar a diversidade de opiniões, ser sincero, falar e saber escutar com o “coração”, aceitar que ninguém possui toda a verdade, fortalecer os laços interpessoais, afirmar a solidariedade humana em detrimento da competição desenfreada que leva a ver os outros como competidores e potenciais inimigos, são alguns dos princípios fundamentais para o diálogo.
Os outros são assim percebidos como um bem, até como que uma ajuda à nossa própria evolução e realização.
Parece utópico, irrealista e desfasado da realidade assim entendido o diálogo? Talvez o seja.
Todavia, a mentalidade também se muda e evolui quando percebemos que os outros, mesmo por vezes errados, no pensamento e na postura, estão igualmente marcados por uma urgência de realização dos seus projetos, ideias e ambições, da visão que tem de bem e de verdade.
Por isso é importante derrubar os muros com argumentos, com autocrítica, com a clareza e correção das ideias, de regras e de normas, da reflexão construtiva, salvaguardando uma identidade e sem renunciar a valores e princípios, à verdade e à justiça assumidas e reconhecidas.
Não esqueçamos que, entre outros, um dos frutos mais importantes do diálogo é a paz, tão necessária e imprescindível!

Jorge Novo

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