Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A moura encantada de Adeganha

Local: Adeganha, TORRE DE MONCORVO, BRAGANÇA

No antigo castelo de Adeganha [concelho de Moncorvo] existia uma passagem subterrânea que depois foi tapada. Lá dentro, ficou uma jovem moira que os cristãos haviam raptado e ali encerraram. Era tecedeira e tecia fios de ouro. Pelo tempo fora, a moura ali ficou encantada. 

    Um dia, um pastor andava por ali, guardando as cabras. Subiu ao cimo das ruínas do castelo e espreitou por um buraco. Viu umas escadas e desceu por elas. Começou a ver ouro, muito ouro. De repente, assustou-se e voltou a subir, cheio de medo. Ouviu então uma voz dizendo: 
    — Ah, ladrão, que me dobraste o encanto! 
    Era a voz da moura, lamentosa, que ali continuaria, encantada, pelos tempos fora, O encanto só podia ser quebrado por alguém que ali fosse à meia-noite do dia de S. João. 
    E foi o que aconteceu. Um outro pastor, que guardava ovelhas, deixou perder uma delas que entretanto parira. Foi procurá-la de noite. Subiu ao castelo para ver se escutava os balidos da ovelha e da cria. De repente, espreitou pelo buraco. E lá dentro, viu uma toalha branca, de linho, cheia de figos secos. E que apetitosos!... 
    Desceu, e foi encher os bolsos. Depois foi à procura da ovelha. Encontrou-a junto ao castelo, presa em umas silvas e acariciando o cordeirinho. Então meteu um figo à boca, mas era de ouro. Os figos eram todos de ouro fino Ouviu então um barulho leve, como de avezinha, e uma palavra cheia de ternura e felicidade: 
    — Obrigada! 
    Era a moura que voava, livre, para junto dos seus. O encantamento havia sido quebrado. Ficou da história uma quadra que o povo de Adeganha continua a cantar: 

“Aqui está Adeganha, 

Toda ela engalanada! 
Ao cimo tem o castelo 
Com sua moira encantada!” 

Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006 , p.329

Sem comentários:

Enviar um comentário