Martina Ramos tece tapetes e colchas há 65 anos. Devido a problemas de saúde vai deixar de trabalhar no tear.
A idosa de 77 anos teme que esta arte se deixe perder pois não há quem lhe dê continuidade e os compradores, na opinião da artesã, também têm vindo a diminuir nos últimos anos. “Na minha aldeia, em Carção, havia cerca de 20 ou 30 pessoas a trabalhar nisto. Hoje nãohá ninguém. Tenho filhos, netos e netas mas ninguém quer aprender. Também já não vale a pena fazer, já ninguém procura isto. As pessoas de idade que gostam, já têm, e as novas preferem coisas mais modernas“, considera Martina Ramos.
Se os tapetes de Martina Ramos já não são muito procurados, há quem não tenha mãos a medir para dar resposta às encomendas como é o caso de um artesão de utensílios em cobre.
O presidente do Município de Vimioso afirma que o artesanato é uma prioridade para a autarquia. Apesar da Empresa Municipal de Artesanato e Actividades Turísticas de Vimioso ter que ser extinta devido à falta de receitas, Jorge Fidalgo garante que estão a ser estudadas soluções para promover o artesanato e cativar novos artesãos. O autarca não tem dúvidas de que o artesanato pode fazer parte do futuro e contribuir para a criação de emprego no concelho. “Este artesanato, obviamente, que precisa que lhe seja acrescentada mais alguma inovação. Eu tenho a certeza de que tem todo o potencial para criar postos de trabalho. Depois tem que ter o circuito da comercialização associado a esta produção mas isso é uma segunda fase. O importante é não deixar perder estas tradições e a Câmara Municipal está sempre disponível para colaborar com os jovens que queiram abraçar estas artes ancestrais que podem ser inovadoras e modernizadas”, sublinha o autarca.
As artes e ofícios de Vimioso são o tema da reportagem “Raízes” desta semana que pode ouvir na Brigantia, depois das notícias das 17 horas e ler na edição desta semana do Jornal Nordeste.
Escrito por Brigantia
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