segunda-feira, 23 de março de 2015

Museu perpetua história das minas de Argozelo

A história das minas de Volfrâmio de Argozelo pode agora ser conhecida no museu inaugurado ontem naquela vila do concelho de Vimioso.
O Centro Interpretativo das Minas reúne fotografias e peças antigas utilizadas pelos mineiros num espaço amplo que está aberto à população e a todos os visitantes. 
O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo, enaltece a importância histórica deste espaço, que cria ao mesmo tempo melhores condições para a comunidade. “A história de Argozelo confunde-se com a história das minas de Argozelo. Já algum tempo ansiávamos recuperar esta memória colectiva da gente de Argozelo e também do concelho de Vimioso. É fundamentalmente trazer algum dinamismo à vila, porque este espaço para além de ser um centro interpretativo queremos que seja também um espaço para outras exposições, tem um auditório que os argozelenses há muito tempo reivindicavam para as suas reuniões, as suas actividades culturais e o que se pretende agora é dinamizar a vila”, realça o autarca. 
Para o presidente da Junta de Freguesia de Argozelo este centro faz todo o sentido existir numa terra com um passado ligado às minas. José Miranda confessa no entanto que o desafio agora é manter este museu aberto diariamente. “Para ter cá um funcionário acarreta muitas despesas. É preciso pagar o vencimento, é preciso descontos, é preciso seguro e isso para uma Junta de Freguesia como é o caso da nossa que recebe do FEF 37 mil euros, metade ia para o vencimento de um funcionário. Então estamos a pensar encontrar alguém com estudos, se possível com um curso superior, e requisitá-lo ao centro de emprego para conseguirmos manter isto aberto”, salienta José Miranda. 
Em Argozelo as minas ainda estão bem presentes na memória da população e principalmente dos ex-mineiros. É o caso de José Martins, que trabalhou 27 anos nas Minas de Volfrâmio. Hoje recorda os tempos difíceis e acredita que este museu vai perpetuar este pedaço da história de Argozelo. “Trabalhava na parte das oficinas. Nas minas era bastante duro, duríssimo. Quando fecharam tinham 184 pessoas. Tenho boas recordações, porque tínhamos boa gente ao pé de nós. Éramos todos unidos. 
Este centro é importante para as pessoas verem o que eram as minas”, afirma o ex-mineiro. 
O Centro Interpretativo das Minas de Argozelo, inaugurado ontem, representa um investimento de 260 mil euros, sendo que 200 mil foram financiados por fundos comunitários através do programa PROVER. 

Escrito por Brigantia

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