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Artur Teixeira ouviu os argumentos da QUERCUS
Em declarações à TSF, João Branco, presidente da Quercus, garante que "os aerogeradores são visíveis a dezenas de quilómetros", uma situação que extravasa os impactos para fora da área de estudo e da Zona Especial de Proteção (ZEP) do Alto Douro Vinhateiro.
De acordo com João Branco, "estamos a falar de 30 equipamentos com altura superior a prédios de 40 andares, já para não falar nas acessibilidades e rede elétrica também necessárias à conclusão do empreendimento. Estes elementos artificiais não fazem parte da paisagem nem da cultura do Douro", acrescenta.
O presidente da Quercus alerta para as consequências que a região pode sofrer. "O projeto do parque eólico pode afetar também o turismo, como o turismo rural e o enoturismo na região do Douro Superior, devido à alteração significativa e artificialização da paisagem, o que pode acarretar prejuízos económicos e sociais", refere João Branco e, acrescenta, "infelizmente há já notícias internacionais alertando para o excesso de construção de infraestruturas com efeitos muito negativos para a imagem do Douro que podem no futuro trazer consequências graves para o sector da viticultura e do enoturismo associado", refere.
A Câmara "apoia, obviamente, este projeto" sublinha o autarca Nuno Gonçalves
A Quercus, face ao que diz ser "um atentado à Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro, Património da Humanidade, vem apelar à UNESCO para intervir preventivamente junto do Governo do Estado Português, de forma a evitar a aprovação do Parque Eólico de Torre de Moncorvo e a consequente descaracterização da paisagem cultural provocada pela sua construção".
Nuno Gonçalves não teme pelo impacto ambiental do projeto
Autarquia dá luz verde ao projeto
Quem não concorda com a posição da Quercus é o presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo. Nuno Gonçalves diz que esta é "uma infraestrutura que vai trazer investimento para a região. São cerca de 70 milhões de euros. O projeto tem também contrapartidas para o próprio Município que recebe, logo no inicio da construção perto de 3,5 milhões de euros", detalha o autarca.
De acordo com Nuno Gonçalves, a própria comunidade vai sair beneficiada. "A empresa promotora do projeto, com o arrendamento dos terrenos, está a ajudar as populações. É um complemento de sobrevivência muito importante", acrescenta.
Em declarações à TSF, o presidente da autarquia recusa o impacto ambiental negativo. "O projeto está a seguir todas as normas comunitárias. Só uma ínfima parte do projeto é que está no Alto Douro Vinhateiro. Todos os condicionalismos do património onde estamos inseridos foram acautelados", garante Nuno Gonçalves.
O autarca afirmou ainda que, se os prazos forem cumpridos, o projeto do Parque Eólico de Torre de Moncorvo deve arrancar no inicio do próximo ano.
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