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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

BARULHOS no Distrito de Bragança nos anos de 1890...

Macedo de Cavaleiros
A 29 de Maio de 1891 alguns povos do concelho de Macedo de Cavaleiros invadiram tumultuariamente a vila e repartições públicas queimando os papéis que nela encontraram e puderam haver às mãos, espalhando o terror em seus habitantes. Foi um barulho importante em seu género pelas proporções que assumiu (420).

Também no dia 29 de Junho de 1894, dia em que Macedo se costuma celebrar a feira de S. Pedro, muito concorrida de cegadores, a uns cinquenta metros do local da feira, travou-se grande desordem entre os ceifeiros dos Cortiços e outros de Vale Benfeito, do que resultou matarem uma desta última povoação e ferirem mortalmente outros (421).

Parada e Pinela
No domingo, 11 de Agosto de 1895, os habitantes de Paredes, no concelho de Bragança, fizeram uma festa e juntamente uma representação.
Os da Parada e Penela, que já andavam rixosos, vieram às mãos desancando-se fortemente à bordoada e a tiros de armas de fogo, ficando feridos dezoito homens de Parada (422).

Carção e Santulhão
É antiga a rivalidade entre estas duas povoações. Ultimamente, porém, havia já passante de quarenta anos que se davam bem. Mas em Junho de 1901 quiseram bater, em Santulhão, num homem de Carção e depois, como desforço tundiram nesta povoação um dos tais pretensos batedores. Na feira de Izeda de 26 de Julho tornaram-lhe a jeira, espancando um de Carção.
Na festa da Senhora das Graças, os de Santulhão vieram armados com paus e fouces, mas como os não deixassem entrar senão desarmados retiraram sem querer assistir à festa. Passados dias, foram três homens de Santulhão a Carção, dizem que por aposta, pimponice de valentões, mas foram espancados fortemente. Chegadas assim as coisas ao ponto de tensão máxima, os de Santulhão no dia 1 de Setembro desse ano de 1901 resolvem ir sobre os seus rivais, armados de paus, foices, armas de fogo, etc. Apenas a notícia corre em Carção, tocam os sinos a rebate e tudo, até mulheres e velhos, marcha ao encontro dos invasores que encontram nas eiras de S. Roque. Ferve a pancadaria: um de Santulhão cai logo morto e outro gravemente ferido, e só então é que os desta povoação retiram perseguidos até às marras do termo. De parte a parte o número dos feridos foi avultado (423).

Grijó de Parada, Outeiro e Rio Frio de Outeiro
A 7 de Junho de 1903, um domingo, teve lugar em Paçó de Outeiro a representação de O Bastardo de Castela, a que assistiram, além de outros indivíduos, muitos moradores das acima ditas povoações. Ao terminar a representação, e já quando iam debandando para suas casas, os de Grijó começaram a lançar pedras; de repente generaliza-se o conflito: chovem as pedras e as balas dos tiros, e o número dos feridos cresce espantosamente, ficando logo morto um homem de Grijó (424).

Baçal e Sacoias
Entre estas duas povoações tem havido sempre certa má vontade, talvez devida à comunhão do usufruto de umas lameiras chamadas de Brenhaçães, a qual se traduz muitas vezes por rixas já entre os rapazes que guardam as crias nas ditas lameiras, que são exclusivamente dos de Baçal desde Março a Junho, isto é, enquanto se cria o feno, e depois comuns para as crias das duas povoações. Em 16 de Maio de 1901 na romaria de Santa Ana, no termo de Meixedo, onde vão em romaria, com ladainhas, várias outras povoações além das mencionadas, depois de terminada a cerimónia religiosa e já quando em Oleirinhos, ao pé da fonte, como é de uso, se estavam comendo as merendas, a propósito de uma frioleira qualquer surgiu grave conflito entre os de Baçal e Sacoias, que só terminou quando um homem desta última povoação caiu gravemente ferido com uma pedrada na cara, que o deixou como morto.

Olmos e Lombo, Peredo e Chacim
Entre as povoações dos Olmos e Lombo, por um lado, Peredo e Chacim, pelo outro, houve rija pancadaria na romaria de Balsemão, no dia 9 de Agosto de 1902. O barulho durou quase vinte e quatro horas, havendo mortos e subindo a algumas dezenas o número dos feridos.

(420) O Nordeste de 12 de Julho de 1894.
(421) Ibidem.
(422) Gazeta de Bragança de 20 de Agosto de 1895 e O Nordeste do mesmo dia.
(423) Gazeta de Bragança de 15 de Setembro de 1901 e O Nordeste de 9 de Outubro de 1901.
(424) O Nordeste de 10 de Junho de 1903.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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