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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ambientalistas batem com a porta da Comissão de Acompanhamento Ambiental do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua

A Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente decidiu suspender a sua representação na Comissão de Acompanhamento Ambiental do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua.
Assim, amanhã, naquela que será 16.ª reunião plenária do órgão que acompanha o cumprimento das contrapartidas, por parte da EDP, a que a construção da Barragem de Foz Tua a obriga, não conta com elementos da GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) , nem da Plataforma Salvar o Tua, ambos, recorde-se, indicados pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente, para representar as Organizações Não Governamentais de Ambiente.

O início do enchimento da barragem sem autorização, agindo em ilegalidade confirmada própria Agência Portuguesa do Ambiente, foi a “gota de água”, explica João Joanaz de Melo, coordenador da Plataforma Salvar o Tua.

“A gota de água que fez transbordar a taça foi o início do enchimento da barragem sem autorização.

A EDP começou a encher a barragem sem autorização da autoridade competente, neste caso a Agência Portuguesa do Ambiente, que acumula a função de Autoridade Nacional de Segurança de Barragens.

Entendemos que não devemos branquear a ação desta comissão, ou dignificá-la, com a nossa presença lá. Por isso decidimos suspender a nossa presença e denunciar publicamente que esta Comissão de Acompanhamento não serve para nada. Não está a fazer nada. O Estado português não está a cumprir as suas obrigações no que toca neste projeto, e não vamos compactuar com esta fraude.”

João Joanaz de Melo afirma que três requisitos fundamentais respeitantes a esta construção não estão a ser cumpridos, e tudo por culpa das instituições que deveriam estar a regulamentar a questão.

“Três aspetos fundamentais: um é o traçado de linha de alta tensão, que não cumpre os requisitos estabelecidos; outro é o projeto de mobilidade,  que neste momento é apresentado como tendo fins apenas turísticos, vamos ver se terá sucesso ou não. É um projeto com pouca consistência. Está por demonstrar  qual é o grau de sucesso que poderá ter como projeto turístico. O que não cumpre é o requisito de assegurar a mobilidade da população local; e depois, temos a salvaguarda do Alto Douro Vinhateiro, Património da Humanidade, que tem um conjunto de requisitos do ponto de vista paisagístico, da garantia da integridade desse património, que também não estão garantidos.

E as instituições que deveriam assegurar que tudo está a ser cumprido, nomeadamente a Agência Portuguesa do Ambiente, a CCDR-Norte, enquanto coordenadora da Comissão de Acompanhamento, e também a Comissão Nacional da UNESCO, que ou estão a ser coniventes com a EDP, ou grosseiramente negligentes.”

Já a presidente da GEOTA, Marlene Marques, salienta ainda que os ambientalistas esperam que esta tomada de posição agite a opinião pública, e mesmo pedem o esvaziamento da albufeira da barragem, como um sinal de boa fé. E essa poderia ser, na opinião de Marlene Marques, a primeira decisão acertada sobre o Tua.

“Naturalmente que temos esperança que sim, assim como que o Governo mande parar o enchimento da albufeira, e ordene até o esvaziamento da mesma, como nós reivindicamos neste comunicado.

Isso sim, será entendido por nós como uma reação de boa vontade e de boa decisão em relação ao processo. Será certamente a primeira boa decisão, e um indicador que se querem seguir os procedimentos legais.”

O coordenador da Plataforma Salvar o Tua reconhece que as hipóteses de salvar o Vale do Tua são já reduzidas, mas espera que esta história possa salvar outros rios selvagens, como o Tâmega, que tem prevista a construção de quatro barragens.

E quem paga, são todos os contribuintes.

“Para todas as pessoas que nos estão a ouvir, isto não é só um problema do Vale do Tua, e de quem ainda lá vive, cada vez sem mais condições para o fazer.

Isto é um alerta para todos aqueles que vão pagar esta barbaridade. Porque os custos desta barragem e dos pseudo-planos de mobilidade que se andam a fazer são, eventualmente, os consumidores de eletricidade e os contribuintes. Isto, na verdade, só beneficia os promotores do projeto.”

A partir de amanhã, os ambientalistas escusam-se a participar na Comissão de Acompanhamento Ambiental do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua.

Escrito por ONDA LIVRE

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