O Núcleo Cénico de Bragança – Ad Atrium subiu sábado ao palco do Teatro de Bragança com 30 atores e 50 personagens, fazendo render o público que, num final apoteótico, aplaudiu de pé.
"“O Guardador de Memórias”, do ilustre poeta, pintor, escultor e dramaturgo António Afonso, é uma narrativa de caráter cultural e histórico, de que ressalta a figura ímpar do Abade de Baçal, Francisco Manuel Alves”, pode ler-se no prefácio escrito por Humberto de Aragão, professor da Universidade de Rio Grande do Sul em S. Paulo, Brasil, e membro da Associação Portuguesa de Escritores.
A peça, apresentada no passado sábado, dia 3 de Setembro, no Auditório do Teatro Municipal de Bragança foi de um êxito retumbante, dado que houve interrupção da mesma com palmas e, no final, o público homenageou os atores e o autor aplaudindo em pé.
De linguagem fluente, marcada pela erudição, António Afonso, o autor, “prende-nos durante todo o transcorrer de sua peça, com o propósito de demonstrar as várias nuances de uma vida dedicada ao sacerdócio e aos estudos da arqueologia, etnografia e epigrafia”.
Levada ao palco pelo Núcleo Cénico de Bragança – Ad Atrium, a peça é, segundo Humberto de Aragão “uma excelente reconstituição histórica e reflexiva, que mescla instantes diversos de um homem, que sobrepujou a época em que viveu. Admirado por muitos, como um sacerdote devotado aos afazeres eclesiásticos, não separou a sua vocação religiosa da prática científica”, acrescentando que “com boa disposição de espírito, enfrentou situações que se tornaram hilariantes e que entremeiam alguns trechos da narrativa”.
O escritor brasileiro termina o prefácio com um elogio claro ao dramaturgo António Afonso, figura emblemática e autor da peça que esteve em cena no Teatro Municipal, enaltecendo o seu trabalho ao afirmar que “na abordagem teatral, o manuseio das palavras, assume uma primazia no exercício da comunicação. Torna-se mister fazê-lo com maestria e António Afonso em O Guardador de Memórias, fê-lo de forma primorosa”.
De salientar, ainda, a importância com que esta peça se reveste para a cidade de Bragança e para o Museu Abade de Baçal, que, de forma meritória, possui o seu nome, e cujo precioso acervo, guarda o conjunto das suas pesquisas, estudos e escritos.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
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