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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Lenda da Fundação de Bragança

Lenda da Fundação de Bragança

Versão A:
Bragança, ao tempo circunscrita ao cabeço onde hoje chamam vila, foi abandonada no período da invasão dos Mouros. Conquistada a terra aos usurpadores muitos anos depois, os cristãos voltaram à sua Bragança. Os pastores apascentavam os seus rebanhos num espesso sardoal (o mesmo que carrascal) que se estendia pela planície situada imediatamente a N. do dito cabeço.
Aconteceu que um certo dia os pastores foram encontrar a imagem de Nossa Senhora pousada num sardão (ou seja num carrasco). Com toda a devoção a tomaram em suas mãos e levaram-na para o seu povoado onde a recolheram na sua capela.
Verificaram, porém, que a imagem voltara para o antigo lugar. Muito admirados com o acontecido, novamente a conduziram para a Capelinha do povo. E mais vezes se repetiu o caso, ao mesmo tempo que se repetiam os milagres que a Senhora fazia a todos aqueles que a Ela recorriam nas suas aflições. Em consequência de tudo isto, deliberaram erigir uma Capela no sítio do sardão e ali ficou a imagem de Nossa senhora para sempre, e os habitantes mudaram-se para junto dela, e assim se deu princípio à cidade de Bragança.

Versão B (Lenda da Senhora do Sardão):
Há muitos e muitos anos, quando se construiu a igreja de Santa Maria, em Bragança, a cidadela era frequentemente invadida por mouros. Então o povo, como tinha grande devoção por Nossa Senhora, resolveu escondê-la no tronco de um sardão, num sardoal que havia logo por trás do castelo, pois os inimigos podiam roubá-la e destruí-la.
Entretanto o tempo foi passando, as pessoas foram morrendo e Nossa Senhora ali ficou escondida. Até que, num certo dia, andava um pastor a guardar o seu rebanho, quando, ao escurecer, viu duas luzinhas que brilhavam ao longe. Ficou muito assustado e foi chamar outra gente para verem o que seria tal coisa.
Foram então na direcção das luzinhas e descobriram Nossa Senhora no tronco do sardão. Diz o povo que as luzinhas eram os seus olhos. Fez-se então uma grande procissão para levar a imagem para a igreja de Santa Maria, dentro das muralhas do castelo.
Por esta razão, a igreja de Santa Maria ainda hoje é chamada pelas pessoas mais idosos Igreja de Nossa Senhora do Sardão.

Fonte – versão A: NETO, Joaquim Maria – O leste do território Bracarense, Torres Vedras, s/ed., 1975, pp. 187-188. Fonte – versão B:
Inf.: Maria Emília Alves, 46 anos; rec.: Bragança, 2000.

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