Lenda da Fundação de Bragança
Versão A:
Bragança, ao tempo circunscrita ao cabeço onde hoje chamam vila, foi abandonada no período da invasão dos Mouros. Conquistada a terra aos usurpadores muitos anos depois, os cristãos voltaram à sua Bragança. Os pastores apascentavam os seus rebanhos num espesso sardoal (o mesmo que carrascal) que se estendia pela planície situada imediatamente a N. do dito cabeço.
Aconteceu que um certo dia os pastores foram encontrar a imagem de Nossa Senhora pousada num sardão (ou seja num carrasco). Com toda a devoção a tomaram em suas mãos e levaram-na para o seu povoado onde a recolheram na sua capela.
Verificaram, porém, que a imagem voltara para o antigo lugar. Muito admirados com o acontecido, novamente a conduziram para a Capelinha do povo. E mais vezes se repetiu o caso, ao mesmo tempo que se repetiam os milagres que a Senhora fazia a todos aqueles que a Ela recorriam nas suas aflições. Em consequência de tudo isto, deliberaram erigir uma Capela no sítio do sardão e ali ficou a imagem de Nossa senhora para sempre, e os habitantes mudaram-se para junto dela, e assim se deu princípio à cidade de Bragança.
Versão B (Lenda da Senhora do Sardão):
Há muitos e muitos anos, quando se construiu a igreja de Santa Maria, em Bragança, a cidadela era frequentemente invadida por mouros. Então o povo, como tinha grande devoção por Nossa Senhora, resolveu escondê-la no tronco de um sardão, num sardoal que havia logo por trás do castelo, pois os inimigos podiam roubá-la e destruí-la.
Entretanto o tempo foi passando, as pessoas foram morrendo e Nossa Senhora ali ficou escondida. Até que, num certo dia, andava um pastor a guardar o seu rebanho, quando, ao escurecer, viu duas luzinhas que brilhavam ao longe. Ficou muito assustado e foi chamar outra gente para verem o que seria tal coisa.
Foram então na direcção das luzinhas e descobriram Nossa Senhora no tronco do sardão. Diz o povo que as luzinhas eram os seus olhos. Fez-se então uma grande procissão para levar a imagem para a igreja de Santa Maria, dentro das muralhas do castelo.
Por esta razão, a igreja de Santa Maria ainda hoje é chamada pelas pessoas mais idosos Igreja de Nossa Senhora do Sardão.
Fonte – versão A: NETO, Joaquim Maria – O leste do território Bracarense, Torres Vedras, s/ed., 1975, pp. 187-188. Fonte – versão B:
Inf.: Maria Emília Alves, 46 anos; rec.: Bragança, 2000.
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(Henrique Martins)
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