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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Lenda do castelo de Rebordãos

Versão A:

Diz a tradição que este castelo [situado no concelho de Bragança] fora mansão de um régulo mouro, a quem as povoações pagavam de tributo certo número de donzelas; e aponta-se, em confirmação, para o lameiro da vela acesa, que fica perto, ao lado, porque foi nele que uma serva colocou, altas horas da noute, uma vela acesa, sinal da traição para com seu amo e de aviso, para avançar, aos inimigos que queriam dar morte, como deram, ao exactor de tão negro tributo. (...) Notável é que, para perpetuar o facto, não se haja erguido sobre essas ruínas uma capela ou ermida dedicada à Virgem, por intervenção da qual os guerreiros ressuscitavam para continuarem a luta em defesa da virgindade ofendida.

Versão B:

Dois quilómetros a noroeste de Rebordãos [concelho de Bragança], caminhando para o santuário da Senhora da Serra, sito no cume da Serra da Nogueira, distante quilómetro e meio, fica o local chamado Castelo de Rebordãos, constituído por enormes fragueiros, apenas acessível pela nascente sul. Apresentando os outros dois lados uma rampa a pique de mais de quatrocentos metros. (...)
Vivia neste castelo um potentado mouro, a quem as povoações limítrofes pagavam o tributo de certo número de donzelas para o seu harém; mas uma delas, certa noite, quando ele dormia, deu sinal, segundo combinara, colocando uma vela acesa no prado, ainda hoje, por isso, chamado da Vela Acesa, e o régulo foi atacado, morto, o castelo destruído e as donzelas libertas.

Versão C (O rei mouro e a pipa dos pregos):

Num morro próximo de Rebordãos, concelho de Bragança, há um castro arruinado conhecido como o “castelo dos mouros”, onde, há muitos e muitos anos, viveu um rei mouro que subjugava pela força toda a população das redondezas. Quanto às moças, antes de serem possuídas por qualquer homem, eram obrigadas a frequentar o seu harém e satisfazer os seus prazeres.
Jorge Dias acrescenta ao texto a indicação de que “a história devia ter continuação, mas [os informantes, não indicados] não sabiam mais”.
Um dia, uma jovem cristã, irmã do famoso Conde de Ariães, tendo-se recusado a seguir este destino, foi raptada pelo rei mouro e levada para o castelo. Aí, o tirano tentou fazê-la ceder aos seus desejos, e, como ela continuasse a recusá-lo, o rei mandou buscar uma pipa e cravejou-a de pregos de fora para dentro, a fim de meter a moça lá dentro e pô-la a rolar pela encosta do morro abaixo.
O Conde de Ariães, ao saber do rapto, conseguiu chegar ao alto do morro, no momento em que o rei se preparava para lançar a pipa no despenhadeiro. Travou uma luta com o tirano, venceu-o, e, por castigo, meteu-o a ele dentro da pipa, mandando-a pela encosta abaixo. E assim o povo se libertou, de vez, do jugo dos mouros.

Versão D (O Prado da Vela Acesa)
Perto da aldeia de Rebordãos, no concelho de Bragança, existia um castelo onde vivia um rei mouro muito poderoso, que obrigava as povoações vizinhas a pagarem, como tributo, um certo número de donzelas para o seu harém.
Uma das donzelas, que era muito corajosa, não aceitou ser sujeita a tal infâmia, e combinou um estratagema com o povo para matarem o rei mouro. Assim, pela calada da noite, enquanto ele dormia, a donzela saiu do castelo e foi acender uma vela no lugar que tinham combinado, que era um lameiro próximo. E ao sinal da vela acesa, o povo armado deslocou-se ao castelo a fim de matar o rei.
Depois de morto o rei, o castelo foi destruído e as donzelas foram libertadas. E o lugar onde foi colocada a vela ainda hoje é designado como o "Prado da Vela Acesa", havendo quem o conheça também como o "Lameiro da Talvela".

Fonte – versão A : LOPO, Albino Pereira – "O castelo de Rebodãos", in O Arqueólogo Português, vol. 3, n.ºs 5 e 6, Lisboa, 1897, pp. 116-117. Fonte – versão B: ALVES, Francisco M. – Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, Porto, vol. x, 1934, pp. 8-9. Fonte – versão C: Inf.: Virgílio do Vale, 59 anos; rec.: Vila Boa, Vinhais, em 2000. Fonte – versão D: Inf.: Maria José Santos Salgueiro, 35 anos; rec.: Bragança, 2000.

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