segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Pousada da Juventude para Mirandela?

Mirandela é o centro de Trás-os-Montes
Falar de Mirandela para quem o faz há 30 anos não é fácil conseguir assuntos de interesse para os amigos leitores. Depois, há quem veja nesta ou naquela referência, seja a pessoas ou seja a instituições, motivos ou interesses políticos. Os que me conhecem sabem que a minha política em Mirandela ou Trás-os-Montes é o bem-estar da nossa gente e o desenvolvimento sustentável deste meu chão.

Não me interessa tanto qual é a cor política de quem o faz, mas o que fazem de bem. A minha terra, podem ler, meu concelho ou minha região, é como se fosse um grande santuário que todos temos obrigação de cuidar e fazê-la prosperar. Assim, já lancei aqui alguns desafios para Mirandela e para outros concelhos e vejo mais os responsáveis, pelo nosso distrito ou região, interessados em criar morgues, onde quase já não há gente para morrer, do que em criar uma estrutura cultural, um projecto turístico-ambiental que gere emprego e desenvolvimento (já cheguei a travar a destruição de um pequeno museu para lá instalar uma morgue).

Atrevo-me a sugerir para que no próximo programa autárquico se inclua a construção de uma Pousada da Juventude. O Projecto podia obter verbas de reabilitação urbana e desenvolvimento turístico. Penso, por exemplo, no Palácio dos Condes de Vinhais, que o Santo Mata-Mouros, S. Tiago, protege e é propriedade da ilustre família, Athaíde Pavão, de Suçães. Este imóvel ímpar podia ser adaptado a Pousada da Juventude.

Mirandela é o centro de Trás-os-Montes e podia e devia tirar mais proveito da sua localização, atraindo mais visitantes que por cá pernoitassem mais vezes. Além disso, o «Caminho de Santiago do Interior de Portugal» passava por Mirandela, vindo da região da Vilariça/Beira Interior e dirigia-se para Chaves e Verín, já na Galiza). Porque não reabilitar este tradicional caminho de peregrinação medieval para Santiago de Compostela?

Se os municípios souberem trabalhar mais em rede ou cooperação esta estrutura podia ver nascer ou adaptar outros edifícios a albergues ao longo do percurso que levava ao túmulo do Apóstolo de Jesus. O caminho para a adaptação e funcionamento desta fileira de turismo religioso, cultural e ambiental, podia ser inspirado no que se faz, com sucesso, no Norte de Espanha, n’«o Caminho Marítimo do Norte», para Santiago.

Não podemos andar sempre a queixarmo-nos do poder central que nos esquece. Devemos nós, isso sim, procurar formas alternativas de desenvolvimento sustentável. Parece-me que a aposta numa Pousada da Juventude para Mirandela ia gerar mais desenvolvimento sustentável e beneficiar a nossa hotelaria e restauração, porque aumentariam os turistas que decidiriam pernoitar em Mirandela e com vários graus de exigência de conforto.

Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net

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