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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Fontes de Bragança

Intramuros da cidadela
Quando tratamos do castelo falamos numa cisterna que recebia as águas da chuva que nele caíam e por aquedutos eram conduzidas a esse depósito, que ficava nos baixos do próprio castelo.
De outras duas cisternas que havia no claustro, recinto contíguo aos Paços dos alcaides-mores, damos notícia no mesmo local. Debaixo dos antigos Paços do Concelho está a Casa de Água, tudo de cantaria abobadada.
É assaz notável a quantidade de água nativa que aqui se conserva de que se abastecem os vizinhos.
Fonte de El-Rei — É de água nativa, intramuros da cidadela, contígua às muralhas para o lado do sul. É abobadada e desce-se a ela por bem ordenada escada de alvenaria. É a ela que se refere a testemunha Pero Galego, de Rabal, nomeada no documento nº 75, de onde concluímos que se fez no tempo de el-rei D. Afonso V.

Extramuros
Ao tempo em que escreveu Borges (1721) só havia extramuros da cidadela, dentro da cidade, como ele diz, três fontes e todas particulares: a do Colégio da Companhia, hoje na cerca do Seminário de S. José; a do Mosteiro de Santa Clara e a do de S. Bento, sendo contudo muitos os poços públicos e particulares e alguns de tão forte nascente que parte do ano corriam pela boca, «como he o das portas de S. Francisco, que por ser obra da Camera tem as armas da cidade; mas pela circumferencia d’esta se achão vinte e duas fontes perennes... são mais celebres entre todas a Fonte do Jorge e a do Conde... a esta deo o nome o Conde de Mesquitella quando asistindo n’esta cidade, governava as armas d’esta Provincia, porque fazendo uma junta de Medicos se achou era a mais delgada, e deixando esta o nome de Fonte do Bispo que de antes tinha, tomou o do Conde, parece-me que obrigada, de a fazer andar para diante porque a pôs corrente em cano, sendo primeiro um pobre charco».
O autor refere-se em seguida às fontes da Avelaira e do Cano. E na notícia 9ª, voltando a falar da existente na cerca do mosteiro de Santa Clara, diz: «com a tradição de que naquelle sitio havia uma fonte derão com o manancial e descubrirão pedras lavradas, e huma de sepultura do tempo dos Romanos», em que apenas se conheciam as letras:

PLAVT.

A água desta fonte é a que se conduziu para o tanque à beira da estrada a macadame de que fazemos menção ao tratar do Convento de Santa Clara.
A fonte da cerca do Mosteiro de S. Bento causou tal alvoroço que o seu aparecimento foi comemorado com a lápide de que damos notícia ao tratar do bispo D. João Franco de Oliveira. Tanque de S. Vicente — Fica ao lado da porta lateral deste templo. O tanque é todo de granito caindo nele, de alto, o manancial bastante abundante. Há nele a seguinte legenda que indica ter-se feito a obra em 1746:

PURPUREOS FONTES ODI
UM RESERAUIT A DOMINUM
NUNCIAA CRYSTALLOS HIC
TIBI VERTITAMOR
EXPENSIS PUBLICIS
ANNO DOMINI
M.D.CC.X.L.V.I.

Fonte da Rainha — Contígua e a poente da cerca do Seminário, junto ao rio Fervença, há um tanque de granito lavrado e nele a seguinte inscrição indicativa do ano em que a obra se fez:

FONTE DA RAINHA
MARÇO DE 1783

Está em correspondência, quanto ao nome, à Fonte do Rei, intramuros da cidadela. A água cai de alto em bica para o tanque.
Tanque do Loreto — Fica à beira da estrada a macadame de Bragança a Mirandela e contíguo à cidade. É todo de granito lavrado, de muita capacidade e de abundante manancial. Deve ser posterior a 1721, pois Borges não faz dele menção. Também de alto cai em bica a água para o tanque.
Marcos fontenários — Vimos noutra parte que os jesuítas projectavam conduzir a água do Loreto para abastecimento do seu colégio e uso público, não deixando de ser para notar tal largueza de vistas num empreendimento tão necessário que só séculos depois Bragança veio a realizar.
Em sessão camarária de 26 de Junho de 1878 tratou-se da canalização das águas da vertente a poente do monte de S. Bartolomeu, assaz abundante delas, para a cidade, contraindo-se um empréstimo de 6.400$000 réis para levar a efeito esta obra de grande vantagem e necessidade, que em fins de 1879 estava concluída, ficando desde então Bragança servida por sete ou mais marcos fontenários.
Tanque de Val de Álvaro e Fonte do Sapato — Nas imediações da cidade, lado norte, fica o tanque de Val de Álvaro construído a expensas do município pelos anos de 1870; é de granito lavrado e muito espaçoso.
Pelos anos de 1721 uma grande inundação pôs a descoberto, no local do actual tanque, uma antiga fonte de alvenaria que estava soterrada, sem dela haver notícia.
Perto e para o mesmo lado fica a fonte do Sapato, também construída a expensas públicas anos antes; é de alvenaria e de fraco manancial.



Memórias Arqueológico-Históricas
do Distrito de Bragança

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