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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Lenda de Castro Vicente: O tributo das donzelas foi desfeito

Devido à recusa dos moradores de Castro Vicente em pagar o tributo de uma donzela aos mouros, esta curiosa lenda tenta explicar a origem do topónimo “Alfândega da Fé”.
Segundo o livro de Belarmino Afonso, Raízes da Nossa Terra, pelo século VIII da Era cristã, quando os Mouros dominavam ainda a Península Ibérica, conta a lenda que havia um mouro que se encontrava na fortaleza do monte Carrascal, onde é hoje o Santuário de Balsamão da freguesia de Chacim, concelho de Macedo de Cavaleiros.

Este mouro criou “O Tributo das Donzelas”, que consistia em obrigar todas as donzelas, no dia do casamento, a irem passar a noite de núpcias no leito dele.

Aconteceu que uma formosa donzela de Castro foi pretendida pelo filho do chefe dos «Cavaleiros das Esporas Doiradas» de Alfândega da Fé.

A jovem honesta e digna recusava-se ao casamento, para não se sujeitar ao tributo das donzelas que o mouro do monte Carrascal exigia. O noivo garantiu-lhe que o déspota não a obrigaria a prestar esse tributo, porque no dia do casamento mobilizaria os «Cavaleiros das Esporas Doiradas», para fazerem frente ao cruel e tirano mouro.

Numa manhã radiosa, os noivos e muito povo dirigiram-se para a capela do Santo Cristo da Fraga, onde se realizariam os esponsais. Quando o cortejo regressava a casa dos pais da noiva, um possante e feroz mouro, cumprindo as ordens do Emir do monte Carrascal, raptou a noiva e colocou-a no cavalo, sendo acompanhado por uma grande e terrível escolta de soldados mouros. Ainda não tinham chegado os «Cavaleiros das Esporas Doiradas» de Alfândega. Quando chegaram, dirigiram-se para o monte Carrascal, seguindo à frente o noivo desorientado. No sopé do monte Carrascal, travou-se um terrível combate, entre mouros deste monte e os cristãos de Castro, de Alfândega e de mais povoações circunvizinhas.

No ardor do combate, apareceu no céu, a imagem branca de Nossa Senhora, qual Divina Enfermeira, com um vaso de bálsamo na mão, a curar os cristãos feridos que, de novo, voltavam para o combate.

O noivo conseguiu penetrar na alcova do cruel e tirânico mouro, o Emir, a quem decepou a cabeça. Ao seu encontro vem a sua querida esposa já desfalecida, mas ilesa do nefando tributo.

Deste acontecimento resultou o nome de Castro Vicente (em documentos antigos aparece com a designação de VENCENTE), pela vitória alcançada; Alfândega, nome de origem árabe (Alfandag…) recebeu o nome de Alfândega da Fé. A “chacinados mouros” deu o nome a Chacim.

Diz a tradição que a Capela-Mor do actual Santuário de Balsamão fora uma antiga mesquita de mouros; assim como o Santuário do Santo Cristo da Fraga de Castro Vicente sobranceiro ao rio Sabor, fora também uma Mesquita de mouros que tinha sido conquistada pelos Cristãos, na época histórica da reconquista, e onde se tinha realizado o casamento da donzela de que nos fala a Lenda de Castro Vicente.

Segundo a tradição popular, a capela do Santo Cristo foi em tempos uma mesquita e convertida num templo cristão aquando o período histórico da reconquista cristã.

Castro Vicente história de mudanças
Castro Vicente é uma das mais importantes freguesias do Concelho de Mogadouro. Foi vila e sede de concelho. O seu povoamento é muito remoto. A Capela do Senhor da Fraga, por seu lado, que foi inicialmente a Igreja Matriz de Castro Vicente, está edificada sobre vestígios de muralhas.

Castro Vicente foi doado por D. Fernando, no século XIV, a alguns elementos da nobreza da Galiza que o apoiaram nas lutas contra Castela.

Recebeu foral de D. Dinis a 3 de Dezembro de 1305 e foral novo, de D. Manuel, a 1 de Junho de 1510. O concelho acabaria por ser extinto depois da reorganização administrativa do país em 1836. Passou então para o concelho de Chacim, em 1853 para o de Alfândega da Fé e dois anos depois para o de Mogadouro. Eram seus donatários os Marqueses de Távora, cujo património lhes foi subtraído em 1759.

Do ponto de vista patrimonial, destaca-se a Igreja Matriz, o pelourinho como símbolo da anterior autonomia administrativa, podendo ver-se numa das faces o escudo com as armas de Portugal e as Capelas de Santa Luzia, de S. Gonçalo, de Nossa Senhora de Fátima e do Santo Cristo.

Revista Raízes

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