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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Justa Nobre, uma orgulhosa filha da terra

A cozinheira mais famosa de Portugal é transmontana. Saiu de Vale de Prados, (Macedo de Cavaleiros) aos 15 anos. Foi na capital que se tornou chefe de cozinha e é uma das mais prestigiadas na área. À Raízes falou sobre a sua vida e a sua carreira.
A memória da infância de Justa Nobre é povoada de cheiros e sabores transmontanos. Foi viver para Lisboa com 15 anos e casou-se aos 19. Mas a sua paixão pela cozinha começou bem cedo, ainda vivia na aldeia de Vale de Prados, concelho de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança. Ali nasceu a 10 de Maio de 1957, apesar de viver há muitos anos na capital, continua muito ligada a Trás-os-Montes. “Continuo a visitar a minha família na aldeia, tenho lá uma casa e sempre que me é possível vou passar uns dias. Não tantas vezes como gostaria”, conta Justa Nobre.

Em criança já ajudava a mãe a descascar batatas, era curiosa e queria participar na confecção das refeições. Revela-nos que foi nessa altura que se apaixonou pelo cheiro das panelas ao lume.

Apesar de ter começado a cozinhar com tenra idade foi aos 21 anos que surgiu a primeira grande oportunidade. “Quando casei com o meu marido, ele trabalhava numa grande empresa de automóveis. O chefe dele, Luís Vaz, decidiu abrir um restaurante o famoso “33” em Lisboa. Como sabia que eu cozinhava muito bem e que o meu marido gostava de hotelaria, convidou-nos para trabalhar lá e assim entrei neste mundo mais a sério”, refere a transmontana.

 “Eu nunca me esqueço dos cheiros e dos aromas de Trás-os-Montes. Faço questão e tenho orgulho que a minha cozinha tenha um toque transmontano, sendo que alguns pratos são na totalidade pratos da região”

Hoje é considerada uma das mais prestigiadas cozinheiras de Portugal, tem percorrido o país a mostrar algumas das suas iguarias, foi júri num programa de cozinha na televisão e tem dois restaurantes em Lisboa, um no Campo Pequeno e outro no Casino Estoril. Recentemente também criou um novo conceito de restauração para centros comerciais: “Bitoque no Ponto”, sendo um deles no Porto, no Mar Shopping.

 Sabores transmontanos sempre presentes
“Eu nunca me esqueço dos cheiros e dos aromas de Trás-os-Montes. Faço questão e tenho orgulho que a minha cozinha tenha um toque transmontano, sendo que alguns pratos são na totalidade pratos da região”, explica a chef Justa. Na carta dos seus restaurantes nunca falta: perdiz à transmontana, posta mirandesa, perna de cabrito assada. No Inverno gosta de incluir nas ementas milhos, cuscus de Vinhais, butelo e casulas. É inclusive “Embaixadora do Butelo e da Casula”, prato cem por cento transmontano. Justa Nobre garante que as suas raízes transmontanas a influenciam muito na confecção e na criação dos seus pratos, principalmente nos pratos de carne e fumeiro.

Mulher com garra na cozinha e fora
Por Trás-os-Montes é muito acarinhada, chamam-lhe “filha da terra”. Justa Nobre assume-se como uma “orgulhosa transmontana, nota-se na minha maneira de estar e ser”. Na sua vida pessoal e profissional usa a mesma filosofia de vida: “ Dos fracos não reza a história!”. Uma mulher determinada que é sem sombra de dúvidas um dos grandes nomes na cozinha nacional que não se imagina a fazer outra coisa.

Justa Nobre já se sente um pouco lisboeta
Foi na capital que a transmontana construiu a sua vida e de lá, para já, não pretende sair. “Não está nos meus planos sair de cá, a minha vida está toda estruturada em Lisboa. Tenho cá o meu filho e os meus netos, são os meus bens mais preciosos”, diz a chef Justa. Confessa que é uma apaixonada pela cidade das sete colinas e que já se sente um pouco lisboeta. “Lisboa sempre me acolheu bem, foi cá que formei família e é cá que tenho os meus clientes, os meus amigos, a minha vida. Sinto-me também um pouco lisboeta”, disse.

Apesar de não contar regressar à sua terra natal para já, acredita que a região de Trás-os-Montes e Alto Douro está em franca expansão. “Neste momento as grandes cidades já estão mais perto, há mais acessibilidades, já não sinto a minha terra tão longe”.

Justa Nobre, um nome na cozinha nacional de origem transmontana que pretende cozinhar até ao fim dos seus dias. Planos para o futuro? A chefe Nobre responde: “O futuro a Deus pertence. Desejo muito continuar a ter saúde e a fazer o que gosto, a cozinhar e a fazer os outros felizes com os meus pratos”.

Revista Raízes

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