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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

A HISTÓRIA DO CRIADO E NÃO NASCIDO

Era uma vez um reino longínquo, onde existia uma princesa que dizia conseguir ler o pensamento dos rapazes. O rei propôs um desafio a todos os rapazes: se houvesse algum a quem ela não conseguisse ler o pensamento casaria com ela e a quem ela conseguisse ler o pensamento iria para a forca. No entanto, o desafio impunha uma condição, os rapazes teriam de passar em casa da princesa três dias e três noites.
A princesa como não conseguia ler o pensamento, fazia as criadas dormir com os rapazes, para que estes contassem a história das suas vidas a estas.
Muitos foram os que morreram devido à crueldade da menina, até que um dia pareceu um rapaz que era “criado e não nascido” (nascido por cesariana), que tinha um cavalo também “criado e não nascido”. Este resolveu aceitar o desafio porque pensou que não haveria ninguém que adivinhasse a sua condição de “criado e não nascido”. Perante a decisão do rapaz, o seu pai que não queria vê-lo enforcado, preparou-lhe uma merenda composta por três bolos envenenados. O rapaz ao partir a galope foi seguido pela sua cadelinha “celindra”, mas ao ver-se seguido por ela, pensou que teria fome e deu-lhe os três bolos, o que fez com que a cadelinha morresse. Ao ver que a cadelinha tinha morrido em seu lugar, enterrou-a como era o seu dever, mas ao chegar ao local viu sete aves que sucumbiram pelo veneno, pondo-as num saco e seguindo logo depois viagem. Durante o caminho ia feliz, ao pensar que a princesa nunca iria adivinhar que ele e o seu cavalo eram “criados e não nascidos”, que três mataram um e um matou sete.
Durante a viagem o rapaz foi interceptado por catorze leões que queriam comer o cavalo para saciar a fome, o rapaz, contudo, querendo poupar o cavalo ofereceu, em sua vez, as aves que foram aceites pelos ladrões, que morreram ao comê-las. O rapaz pensou, então, que depois de todas aquelas peripécias, a princesa nunca descobriria que ele e o seu cavalo eram “criados e não nascidos”, que três mataram um, um matou sete e que sete mataram catorze.
Ao chegar ao castelo o rapaz instalou-se. Ao chegar a primeira noite foi uma criada a ter com ele a qual foi recusada, acontecendo o mesmo, assim sucessivamente, pelas duas noites seguintes, até que o rapaz mandou chamar quem as tinha enviado.
Vendo-se em tal desespero, a rapariga na terceira noite, aceitava ir dormir com ele, e ao amanhecer depois da princesa ter dormido, o rapaz cortou um pedaço de cada um dos seus vestidos.
Chegado o dia do desafio, a princesa adivinhou toda a vida do rapaz. Ao ser condenado à forca, o rei perguntou se havia alguma coisa que queria dizer à princesa antes de morrer. Este revelou que a princesa adivinhava a vida dos rapazes graças à ajuda das suas criadas que pernoitavam com eles, tendo como prova um pedaço dos vestidos da princesa.
O rei, perante esta situação, ao confirmar a veracidade das provas e da situação concedeu a mão da filha em casamento ao rapaz. O “nascido e não criado” recusou casar-se com a princesa, visto esta ter dormido com ele, o que o levava a pensar que esta já podia ter dormido com muitos outros. O rei aceitou a recusa do rapaz, mandando para a forca a filha que acusou de ser uma falsa e uma assassina. O rapaz voltou para casa fazendo uma grande festa.

RECOLHA 2005 SCMB, CASIMIRO PARENTE, Idade: 66.
Localização geográfica: PAÇO DAS MÓS – ORIGEM + 60 anos.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

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