Cogumelo Clathrus ruber. Foto: Alan Rockefeller/Wiki Commons |
Na verdade, “podemos dizer que os cogumelos são como maçãs presas a uma enorme macieira, que neste caso seria o micélio”, nota este especialista.
E tal como as maçãs produzem sementes, os cogumelos produzem esporos. “Na maior parte dos cogumelos que conhecemos como tal, os esporos são produzidos na parte inferior do chapéu – nas lâminas, tubos, agulhas ou pregas.”
Muitas vezes, um único cogumelo consegue produzir milhares de esporos, que são libertados no ar ou caem no solo. Muitos destes são transportados para longe, pelo vento, mas há cogumelos que utilizam outras estratégias.
Por exemplo? “A espécie Clathrus ruber – conhecida como ‘“gaiola de bruxa” – tem nos insectos um apoio ao transporte dos seus esporos. Na fase final de maturação deste cogumelo, os esporos estão liquefeitos e ficam impregnados no corpo dos insectos, que poisam sobre a estrutura em forma de gaiola.” Foram ali atraídos pelo cheiro nauseabundo deste cogumelo, que imita carne em decomposição.
Os fungos fazem sexo
A reprodução acontece principalmente entre o Outono e o Inverno, normalmente de uma forma: os esporos encontram outros geneticamente compatíveis e fundem-se. É como se os fungos fizessem sexo. Quando isso acontece, “asseguram uma maior variabilidade genética e mais possibilidades de sobrevivência a longo prazo”, acrescenta Rui Simão.
E, apesar de serem microscópicos, “a deposição dos esporos é visível à vista desarmada” e é conhecida por ‘spore print’. Essa característica é muito útil para ajudar a identificar algumas espécies diferentes, indica o responsável da associação Ecofungos.
Mas para começar, pode procurar estas cinco espécies de COGUMELOS que surgem por esta altura no Jardim Gulbenkian e noutros espaços verdes, um pouco por todo o país.
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