A recuperação no número de nascimentos em Portugal praticamente estagnou em 2019.
Depois dos mínimos durante a crise económica, a recuperação, ligeira, registada nos últimos anos, desde 2014, parece estar a desacelerar ainda mais.
É isso que revelam os números preliminares do chamado teste do pezinho do Programa Nacional de Rastreio Neonatal de doenças genéticas feito a praticamente todos os bebés portugueses e que costuma ser usado como um barómetro avançado dos nascimentos.
Os dados a que a TSF teve acesso do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) mostram mais 230 testes feitos em 2019, entre janeiro e novembro, num total de 80.714 recém-nascidos, numa subida de apenas 0,3% e com vários distritos do Interior com sinal negativo. Os números aliás revelar um país a duas velocidades na natalidade.
O maior recuo no número de bebés está a acontecer no distrito de Castelo Branco (-18,3%), seguido de Portalegre (-12%), Guarda (-9,2%) e Vila Real (-7,4%).
No outro extremo, Bragança é o distrito onde a natalidade mais sobe (+7,5%), seguido de Setúbal (+3,9%), Évora (+3%) e Lisboa (+1,9%).
A manter-se em dezembro a tendência dos primeiros 11 meses do ano, 2019 voltará a acabar com menos de 90 mil nascimentos em Portugal, longe da barreira dos 100 mil que era ultrapassada todos os anos antes do início da crise económica.
Os números registados pelo Programa Nacional de Rastreio Neonatal não correspondem ao número exato de nascimentos no país, mas andam, por norma, muito próximos.
Nuno Guedes
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