No tempo em que os animais falavam, que é como quem diz, há coisa de cento e cinquenta anos, não havia futuro. Havia um passado que era sempre igual e um presente que se repetia.
A terra girava em torno do sol como sempre, mesmo que haja quem não acredite, a lua jogava à vez com a estrela que nos alumia para se colar no firmamento, os anos sucediam-se, mas nada mudava.
Os seres humanos nasciam todos da mesma maneira, mas consoante o lugar na escala e na organização social, assim ficava. Uns poucos com muita fartura e todos os outros muitos, à mercê do que calhava fartos de miséria e de falta de condições de vida. A palha em que se nascia, condicionava e atava.
Com a Revolução Industrial o velho regime, o ancestral mundo, mudou, um gigante mexeu-se na cadeira, as coisas começaram a bulir, as próprias estruturas começaram a modificar-se. Ao fundo do túnel da vida, começou a despontar uma luz que rompia o breu.
Nasceu a cidadania, foi florindo a esperança, foi vingando a ideia de solidariedade, e despontou a noção tornada exigência de liberdade ao mesmo tempo que se foi elevando a ideia do futuro. Este foi adquirindo contornos e as pessoas foram conseguindo maneiras de o alcançar e de o melhorar individual e coletivamente.
Uma geração foi desejando deixar herança de melhores formas de vida para a que seguia, as empresas desejavam crescer e somar valor para se tornarem robustas, os Estados, pelo menos supostamente alguns, e efetivamente outros, procuraram garantir o desenvolvimento. A civilização parecia ir de vento em popa.
O futuro surgiu e ficou sempre a subir. No entanto e num repente, deixou de ser o que era. Tremelicou, e há que diga que se finou. Por via dos muitos e variados desmandos da humanidade, e por causa de um terrível mal sob a forma de uma pandemia, o mexer da vida esbarrou contra um desconhecido bloco de gelo no meio do nevoeiro.
O saber vindo da História diz-nos que houve outros e mais terríveis flagelos ao longo dos séculos, relembra-nos que há cem anos, morreram por causa de um, perto de cem milhões de pessoas e que nunca se acabou o futuro. A prova disso, é que estamos cá e a viver muito mais e muito melhor.
Mas estamos desesperados. Temos e tivemos muito mais e parece-nos que temos tudo a perder. Escasseia-nos a força para resistir porque se nos mirra a esperança. O medo por nós e pelos nossos revolve-nos as estranhas e faz-nos andar as miudezas cá dentro aos saltos.
Resta-nos a grandeza e a fibra com que nos fizeram. Ambas são robustas comandadas pelo discernimento apesar das tentativas de as minarem. São elas o farol que garante que o futuro vai voltar por maiores que sejam as tempestades e por mais densa que seja a escuridão.
A terra girava em torno do sol como sempre, mesmo que haja quem não acredite, a lua jogava à vez com a estrela que nos alumia para se colar no firmamento, os anos sucediam-se, mas nada mudava.
Os seres humanos nasciam todos da mesma maneira, mas consoante o lugar na escala e na organização social, assim ficava. Uns poucos com muita fartura e todos os outros muitos, à mercê do que calhava fartos de miséria e de falta de condições de vida. A palha em que se nascia, condicionava e atava.
Com a Revolução Industrial o velho regime, o ancestral mundo, mudou, um gigante mexeu-se na cadeira, as coisas começaram a bulir, as próprias estruturas começaram a modificar-se. Ao fundo do túnel da vida, começou a despontar uma luz que rompia o breu.
Nasceu a cidadania, foi florindo a esperança, foi vingando a ideia de solidariedade, e despontou a noção tornada exigência de liberdade ao mesmo tempo que se foi elevando a ideia do futuro. Este foi adquirindo contornos e as pessoas foram conseguindo maneiras de o alcançar e de o melhorar individual e coletivamente.
Uma geração foi desejando deixar herança de melhores formas de vida para a que seguia, as empresas desejavam crescer e somar valor para se tornarem robustas, os Estados, pelo menos supostamente alguns, e efetivamente outros, procuraram garantir o desenvolvimento. A civilização parecia ir de vento em popa.
O futuro surgiu e ficou sempre a subir. No entanto e num repente, deixou de ser o que era. Tremelicou, e há que diga que se finou. Por via dos muitos e variados desmandos da humanidade, e por causa de um terrível mal sob a forma de uma pandemia, o mexer da vida esbarrou contra um desconhecido bloco de gelo no meio do nevoeiro.
O saber vindo da História diz-nos que houve outros e mais terríveis flagelos ao longo dos séculos, relembra-nos que há cem anos, morreram por causa de um, perto de cem milhões de pessoas e que nunca se acabou o futuro. A prova disso, é que estamos cá e a viver muito mais e muito melhor.
Mas estamos desesperados. Temos e tivemos muito mais e parece-nos que temos tudo a perder. Escasseia-nos a força para resistir porque se nos mirra a esperança. O medo por nós e pelos nossos revolve-nos as estranhas e faz-nos andar as miudezas cá dentro aos saltos.
Resta-nos a grandeza e a fibra com que nos fizeram. Ambas são robustas comandadas pelo discernimento apesar das tentativas de as minarem. São elas o farol que garante que o futuro vai voltar por maiores que sejam as tempestades e por mais densa que seja a escuridão.
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