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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Governo espanhol quer proibir caça ao lobo-ibérico

 O Governo espanhol propôs, a 4 de Fevereiro, proibir a caça ao lobo-ibérico (Canis lupus signatus) em todo o seu território, algo que os ecologistas pedem há anos mas que já mereceu críticas de várias comunidades autonómicas.


Em Espanha, o estatuto de protecção deste predador de topo é diferente do que existe em Portugal, pois aplicam-se regras distintas consoante as alcateias habitam territórios a sul ou a norte do rio Douro.

As populações no Sul (Serra Morena, Serra da Gata e San Pedro) estão quase extintas e estão protegidas, enquanto que as do Norte (Galiza, Astúrias e Castela e Leão) estão a expandir-se, chegando a Madrid e Guadalajara. Aqui são animais cinegéticos e as comunidades autonómicas justificam a caça com a necessidade de controlar o aumento das populações.

Em 2017, o último ano para o qual existem dados, foram abatidos em Espanha um total de 110 lobos, de forma legal.

A 20 de Novembro de 2020, o Governo espanhol aprovou a nova Estratégia para a Conservação e Gestão do Lobo. Este documento prevê “homogeneizar o estatuto de protecção da espécie [lobo-ibérico] a nível nacional, incluindo todas as populações espanholas na Lista de Espécies Silvestres em Regime de Protecção Especial”.

Agora, a proibição de caça a nível nacional deverá mesmo sair do papel.

A proposta de proibição foi o resultado de uma renhida votação na Comissão Estatal espanhola para o Património Natural e Biodiversidade, a 4 de Fevereiro passado, na qual participou o Ministério para a Transição Ecológica e as comunidades autonómicas. 

Nessa Comissão ficou decidido “incluir todas as populações de lobo-ibérico nessa Lista de Espécies Silvestres com Regime de Protecção Especial, de forma a que esta ferramenta se mantenha actualizada de acordo com a melhor informação científica disponível”, segundo um comunicado do Ministério de Teresa Rivera.

“Cumpre-se, assim, o defendido pelo Comité Científico que recomendou a sua protecção, ao considerar a sua importância como património cultural e científico, assim como os serviços ambientais que produz a presença desta espécie nos ecossistemas naturais.”

Esta proposta deverá agora ser convertida numa Ordem Ministerial e está em consulta pública de 9 a 26 de Fevereiro.

Na Comissão votaram a favor Catalunha, Aragão, La Rioja, Extremadura, Castela-La Mancha, Canárias, Baleares, Melilla e o Ministério. A medida mereceu duras críticas e votos contra de Castela e Leão, Galiza, Astúrias, Cantábria, Madrid, País Basco, Andaluzia e Múrcia.

Valência e Navarra abstiveram-se e Ceuta não participou na reunião.

Das comunidades que votaram contra, todas menos a Andaluzia têm lobo, ainda que em Madrid e no País Basco a presença desta espécie seja muito reduzida.

Para várias organizações de conservação da natureza, esta é uma vitória crucial para o futuro da espécie naquele país. Theo Oberhuber, da organização Ecologistas en Acción, já pediu ao Ministério que acelere a tramitação e que as comunidades autonómicas suspendam imediatamente “as matanças de lobos e os controlos populacionais”, sem esperar a aprovação do decreto.

Estima-se que vivam em Espanha entre 2.000 e 2.500 lobos-ibéricos. O último censo, realizado entre 2012 e 2014, concluiu que existiam 297 alcateias.

As metas do Governo espanhol apontam para um total de 350 alcateias em território espanhol em 2030, para que seja garantida a conservação da espécie a longo prazo. Está previsto também o aumento da área de distribuição entre 10 e 20%, na próxima década, e a redução da perseguição ilegal a esta espécie.

Em Portugal, o mais recente censo nacional ao lobo-ibérico, de 2002/2003, identificou 63 alcateias (51 confirmadas e 12 prováveis) no Norte e Centro do país. A população foi, então, estimada entre 220 e 430 animais. Mais tarde, estudos compilados entre 2003 e 2014 deram conta da existência de 47 alcateias (41 confirmadas e seis prováveis).

Há 28 anos que esta é uma espécie protegida em Portugal, desde que a Lei nº90/88, de 13 de Agosto, estabeleceu pela primeira vez as bases para a protecção do lobo-ibérico. Em 2005 foi classificado com o estatuto de Em Perigo (Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal).

Helena Geraldes

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