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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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terça-feira, 25 de maio de 2021

Miranda do Douro coloca 1415 placas toponímicas em mirandês e português

 O município de Miranda do Douro vai colocar 1415 placas toponímicas bilíngues em mirandês e português em 33 localidades deste concelho que resultam de um trabalho de investigação que procedeu ao levantamento dos topónimos originais.


"Todo o processo teve início com a constituição de uma Comissão Municipal de Toponímia (CMT) há já alguns anos e onde participou um conjunto alargado de pessoas que incluiu autarcas, investigadores e população. Este grupo fez um levantamento dos topónimos originais em mirandês em cada uma das localidades do concelho de Miranda do Douro que agora vão ser afixados em cada lugar ou cada rua", disse hoje à Lusa o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes.

De acordo com o autarca do distrito de Bragança, chegou-se ao momento final, que é a colocação das placas nas artérias das 33 localidades deste concelho raiano que estão de acordo com os topónimos originais que são utilizados em cada uma das localidades do concelho.

"Há localidades como Picote, Sendim ou o centro histórico de Miranda do Douro onde no passado já haviam sido colocadas as placas toponímicas, porque este trabalho já foi feito há vários anos", justificou o autarca de Miranda do Douro.

O município de Miranda do Douro investiu cerca de 60 mil euros neste projeto que dura há pouco mais de quatro anos.

"Tornou-se urgente e necessário proteger e registar este património identitário de valor inestimável, de forma fiel e adequada, pois cada topónimo guarda na sua designação tipos de atividades agrícolas ou industriais e personagens históricas personalidades que marcaram e marcam a história deste concelho", vincou Artur Nunes.

Domingos Raposo, investigador e professor de língua mirandesa, garantiu que hoje há consenso dentro da CMT, da qual fez parte.

"Se temos uma língua própria que foi falada durante muitos anos, praticamente como primeiro idioma deste território, é através da toponímia que ela se fixa. Podemos verificar de forma mais vernácula que há vocábulos muito próprios que só encaixam na língua mirandesa e nas suas comunidades. É na toponímia que se mantêm mais fidedignos", explicou o investigador.

Na opinião de Domingos Raposo, a toponímia de cada lugar não foi alterada e os nomes originais mantêm-se.

"Os topónimos foram passando de geração em geração e muitos ficaram registados nas repartições de Finanças e em outros locais", vincou.

O investigador disse à Lusa que a CMT regeu-se pela Convenção Ortográfica da Língua Mirandesa (COLM), diploma que foi elaborado por um grupo de linguistas, professores de mirandês, investigadores e falantes em 1999.

"A COLM respeita a identidade da língua mirandesa e todos os seus subdialetos", enfatizou Domingos Raposo, que deu como exemplo a palavra "rua".

"Esta palavra pode-se escrever de duas formas: ‘rue' ou ‘ruga'. No norte do concelho de Miranda do Douro escreve-se 'ruga', já mais a sul escreve-se ‘rue'. Então, deixamos o topónimo como tal se utiliza nos locais onde são pronunciados. Assim, por unanimidade mantemos os vocábulos originais ", explicou.

Apesar do reconhecimento oficial, feito com a publicação em Diário da República da chamada "Lei do Mirandês" em 29 de janeiro de 1999, "a segunda língua oficial em Portugal continua a não ter um enquadramento institucional adequado", apontam os linguistas que se dedicam ao seu estudo.

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