A identificação da espécie foi confirmada pelos técnicos da Palombar e especialistas nacionais e o registo reportado ao Comité Português de Raridades da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves para homologação oficial da observação.
A presença desta espécie no território nacional deve-se à realização de movimentos migratórios durante o inverno, quando muitos indivíduos migram para escapar ao frio extremo, à queda de neve, ao congelamento de lagos e outras condições adversas, e terminam por, devido à influência de diversos fatores meteorológicos e de movimentação de outras espécies, chegar a Portugal e outros países europeus.
Fotografia Palombar. |
A Palombar, em parceria com o Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT), está a ministrar a "Formação de Guias de Observação de Aves no Vale do Tua", promovida no âmbito do projeto financiado pelo NORTE2020 “Percursos de Birdwatching no Vale do Tua”, desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua e que visa a criação de condições de suporte à visitação informada e ambientalmente consciente. A formação decorre em vários concelhos abrangidos pelo PNRVT e tem como objetivo capacitar agentes locais das áreas do turismo, hotelaria, ecoturismo e conservação da natureza, para a identificação da avifauna da região, de forma a promover um maior conhecimento e valorização da biodiversidade do Vale do Tua e potenciar o desenvolvimento do território e a conservação do património natural regional. Adicionalmente, a formação, que teve início em setembro de 2021 e termina em junho de 2022, contribuirá para promover o estudo e a monitorização de aves na região do Vale do Tua, aumentado a recolha de dados sobre a avifauna presente no PNRVT.
Caturro, que ave é esta?
É um pato mergulhador oriundo da América do Norte. Também denominado por zarro-de-colar, este nome foi-lhe atribuído por ter uma mancha similar a um “colar” à volta do pescoço, nem sempre fácil de observar. As fêmeas têm uma risca branca evidente na parte distal do bico, cabeça grande e angulosa, com o topo castanho contrastante com a face mais acinzentada, anel ocular branco e uma risca branca bem visível atrás dos olhos. O padrão de cores do corpo também é distinto dos zarros europeus, apresentando castanhos vibrantes nos flancos, no caso das fêmeas. Já os machos possuem cabeça preta com reflexos roxos, dorso preto, flancos cinzentos e uma cor mais esbranquiçada na zona do peito. Alimenta-se sobretudo de sementes, caules e raízes de plantas aquáticas, mas também de insetos e moluscos. Reproduz-se em pântanos e lagoas de água doce, o seu habitat de eleição. No inverno, ocorre no mesmo tipo de habitats, mas também em rios de caudal lento, como é o caso nesta zona do rio Tua, e também em estuários costeiros. Normalmente, evita manchas de água salgada.
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