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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

BURRO MIRANDÊS UTILIZADO PARA PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

 O Planalto Mirandês é palco experimental da Brigada Florestal Animal. Esta iniciativa consiste num projeto-piloto que tem como objetivo a limpeza de lameiros e mato de modo a criar zonas tampão em caso de incêndios florestais.


Criada em 2001, a AEPGA- Associação Para o Estudo e Proteção do Gado Asinino é a coordenadora desta iniciativa. O trabalho feito pela associação tem sido sobretudo orientado para a preservação do Burro de Miranda e para a sua promoção e dignificação, não só enquanto património genético, mas também como importante património cultural.

A AEPGA tem à sua disposição cerca de duas dezenas de burros mirandeses, que, atualmente, estão instalados na aldeia de Vila Chã de Braciosa, no concelho de Miranda do Douro.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Nóvoa, secretário técnico da AEPGA mencionou que através deste projeto-piloto “pretendemos demonstrar o grande potencial que os burros mirandeses podem ter na gestão da paisagem”, e, ao mesmo tempo, contribuir para a diminuição da carga combustível existente nos lameiros abandonados.

A bióloga Sara Pinto, membro da iniciativa, indica que “os burros são bons gestores de paisagens” justificando que “podem criar descontinuidade nas áreas florestais e ajudar a travar o avanço dos incêndios rurais”.

Os lameiros são um habitat que “foi construído pelo homem, sendo zona de pasto de alto valor natural”, menciona o também veterinário, Miguel Nóvoa, e, em cada sete hectares de terreno, são dispostos seis a doze animais para a sua limpeza.

Os lameiros ao longo dos tempos têm vindo a ser abandonados e ocupados pelo mato, no entanto, “se conseguirmos reverter esta situação de abandono, e criar valor nestes espaços naturais, poderemos obter resultados importantes para a conservação destes espaços agrícolas”, explica Miguel, tendo, o burro, um “grande potencial” para este tipo de trabalhos de limpeza.

O bem-estar do animal é outra das precauções a ter com o efetivo da Brigada Florestal Animal, sendo que este se encontra em vias de extinção. Cada animal dispõe de um sistema GPS a fim de controlar os seus movimentos e todas as semanas os burros são visitados por técnicos que verificam o seu estado de saúde, avaliam o índice de massa corporal e ajustam a sua alimentação. 

Segundo o veterinário, esta iniciativa tem demonstrado resultados visíveis nos últimos anos, e, de acordo com os seus mentores, poderá ser alargado e dotado de mais animais para controlar a vegetação espontânea a fim de criar as tais zonas tampão, que irão ajudar a controlar os incêndios florestais e a diminuir a utilização de combustível.

Sara Pinto compara o burro a meios mecânicos e conclui que a utilização dos animais é mais vantajosa. “A erosão dos terrenos, é mais suave e progressiva com a utilização de animais na limpeza de lameiros e mato e, ao mesmo tempo, existe uma menor compactação dos solos, em relação à utilização de meios mecânicos”, indicou a bióloga.

Para além da redução da erosão dos solos e da pegada de carbono, este processo de limpeza, recorrendo aos burros, torna-se também mais económico para os proprietários face à atualização de maquinaria.


Jornalista: Lara Torrado
Fotografia: Associação Para o Estudo e Proteção do Gado Asinino

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