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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

“IMPÁVIDOS MAROTOS” OU OS CROMOS DE NATAL

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Quando era jovem, seguindo a tradição, enviava, pelo correio, cromos com desenhos alusivos à época natalícia. Em resposta recebia simples cartão de visita, e postais: com: velas, anjinhos ou simplesmente, o Menino acompanhado dos progenitores, com burrinho e gorda vaquinha.
Verifiquei, no correr do tempo, que as respostas escasseavam. Penei: será que os amigos e parentes não querem despender o porte da posta?
Fui reduzindo, ano a ano, o número de cartões de boas-festas. Hoje envio no máximo, quatro, a idosos, como eu.
Substitui os cumprimentos natalícios, por mensagens do telemóvel ou celular, como dizem os brasileiros, para diferenciarem-se dos que se encontram na outra banda do Atlântico.
Hábito arreigado, que ainda faço, embora cada vez menos.
Faço cada vez menos, porque a exemplo dos cartões, as respostas não aparecem…
Se o Correio cobrava a estampilha postal, as telefónicas – pelo menos em Portugal, – não cobram nada pelas mensagens.
Cheguei, portanto, a concluir: que não devia ser por motivos económicos. Mas sim, por desdém.
Parafraseando Camilo, direi como ele: “Impávidos marotos.”
Certa ocasião, estando a almoçar com famoso advogado e político influente confessou-me:
- “Quando estava na vida ativa, e ocupava cargos de relevo, tinha amigos e numerosos conhecidos. Afastado, evaporam-se como ratos…sei que é sempre assim – concluiu.
Envelheci, perdi amigos – Deus os levou, – e os novos, filhos deles, esqueceram as amizades paternas. Os que restam, poucos serão os que não pensem:
- Está velho, não têm influência, já não nos pode ser útil…
Que refinados e “impávidos marotos” …

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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