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Um desses casos acontece na Tanoaria Bons Velhos, na pequena aldeia de Carvalho de Egas, concelho de Vila Flor, distrito de Bragança, pelas mãos de Francisco Taveira. "Isto é uma barrica de 225 litros, de carvalho francês, utilizada para a manutenção de generosos. Consertamos de tudo, as barricas, os bolseiros, os cascos, os tonéis, de tudo um pouco", afirma.
Não estamos a falar de alguém com muita idade e experiência. Francisco tem apenas 27 anos e dedicou-se à tanoaria influenciado por um amigo que trabalha numa empresa de vinho do Porto. Só faz recuperação e diz ser a prova da sua essência de artesão. "Atualmente, as pessoas querem tentar recuperar tudo o que já têm nas adegas antigas e às vezes recuperamos tonéis e balseiros com mais de cem anos. Pipas então, nem sabemos a idade que aquilo tem."
Empresas e particulares entregam a Francisco autênticas relíquias, algumas delas com mais de um século de história. Um dos muitos exemplos é um barril de 600 litros que ainda mantém o cheiro intenso a vinho generoso.
"O barril já tem muito tempo, também está muito avinhado e já foi usado vários anos para maturação de Porto Tawny já antigo. Este só precisa de apertar os arcos, limpar os fundos para servir novamente para uma empresa. Também temos alguns de Porto branco, também velho, as barricas avinhadas de Tawny, de Ruby e outros", revela.
Francisco tem pena de que não exista mais gente interessada na atividade e, apesar de ainda ser novo, já começa a preparar o futuro, ensinando o seu irmão. "É uma profissão muito bonita, uma arte muito antiga e tenho pena se um dia mais tarde não houver ninguém para a seguir, daí eu tentar passar ao meu irmão algum do conhecimento que tenho", conta.
Por agora, Francisco Taveira não tem mãos a medir porque ainda há muitas pipas por recuperar.
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