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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Tanoeiro de 27 anos luta para manter a arte na região transmontana

 A tanoaria é uma arte que já conheceu muita procura, mas que nos últimos tempos se tornou numa autêntica raridade. Devolve o aspeto e a utilidade a barris de vinho que necessitam de arranjo, ganhando uma nova vida na maturação do vinho.

© Fernando Pires/TSF

Um desses casos acontece na Tanoaria Bons Velhos, na pequena aldeia de Carvalho de Egas, concelho de Vila Flor, distrito de Bragança, pelas mãos de Francisco Taveira. "Isto é uma barrica de 225 litros, de carvalho francês, utilizada para a manutenção de generosos. Consertamos de tudo, as barricas, os bolseiros, os cascos, os tonéis, de tudo um pouco", afirma.

Não estamos a falar de alguém com muita idade e experiência. Francisco tem apenas 27 anos e dedicou-se à tanoaria influenciado por um amigo que trabalha numa empresa de vinho do Porto. Só faz recuperação e diz ser a prova da sua essência de artesão. "Atualmente, as pessoas querem tentar recuperar tudo o que já têm nas adegas antigas e às vezes recuperamos tonéis e balseiros com mais de cem anos. Pipas então, nem sabemos a idade que aquilo tem."

Empresas e particulares entregam a Francisco autênticas relíquias, algumas delas com mais de um século de história. Um dos muitos exemplos é um barril de 600 litros que ainda mantém o cheiro intenso a vinho generoso.

"O barril já tem muito tempo, também está muito avinhado e já foi usado vários anos para maturação de Porto Tawny já antigo. Este só precisa de apertar os arcos, limpar os fundos para servir novamente para uma empresa. Também temos alguns de Porto branco, também velho, as barricas avinhadas de Tawny, de Ruby e outros", revela.

Francisco tem pena de que não exista mais gente interessada na atividade e, apesar de ainda ser novo, já começa a preparar o futuro, ensinando o seu irmão. "É uma profissão muito bonita, uma arte muito antiga e tenho pena se um dia mais tarde não houver ninguém para a seguir, daí eu tentar passar ao meu irmão algum do conhecimento que tenho", conta.

Por agora, Francisco Taveira não tem mãos a medir porque ainda há muitas pipas por recuperar.

Fernando Pires

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