No âmbito da I Feira do Mel e Produtos da Terra, que decorreu no dia 22 de outubro, realizou-se a "Caminhada Interpretativa - Rota do Moinho dos 3 Arcos" no Rio Angueira, no concelho de Vimioso, que teve como monitores o biólogo da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural Pedro Alves e o técnico de Ecoturismo Luís Ribeiro. Neste passeio, que contou com a participação de cerca de 40 pessoas, desvendámos a rica biodiversidade associada ao rio Angueira e ao ecossistema ribeirinho.
Grupo que realizou a caminhada. Fotografia DR. |
O biólogo Pedro Alves falou sobre a importância da galeria ripícola e da sua relação com a fauna que habita o rio Angueira. Durante a caminhada, foi possível observar vários macroinvertebrados, com destaque para um bicho-pau-aquático (Ranatra linearis) e uma ninfa de libélula da família Aeshnidae. Revelámos também aos participantes algumas curiosidades sobre as espécies registadas e os serviços que prestam aos ecossistemas.
Vimos ainda in loco larvas de rã-verde (Pelophylax perezi) e de sapo-parteiro (Alytes sp.) e ainda uma rã-verde recém-metamorfoseada. Foram abordados alguns mitos relacionados com os anfíbios, em particular com a salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra), e falou-se da função de controlo biológico que este grupo de animais tem e como a podemos potenciar nas nossas hortas. Alguns peixes também foram capturados para observação, sendo depois devolvidos ao seu habitat natural.
Abordámos igualmente o tema da abundância histórica de peixe e de lagostim-de-patas-brancas (Austropotamobius pallipes) e das causas do seu desaparecimento. A introdução de espécies invasoras como a perca-sol (Lepomis gibbosus) e o lagostim-vermelho-do-Louisiana (Procambarus clarkii) e a sobrepesca nos pegos que se formam quando o rio seca, foram as causas mais apontadas.
Sobre este tópico é importante destacar que "a introdução de Procambarus clatkii, além da competição direta, trouxe o fungo Aphanomyces astaci, que causa afanomicose, também conhecida como "peste do lagostim". Esta doença é responsável pelo declínio europeu do lagostim-de-patas-brancas", explica Pedro Alves.
O técnico Luís Ribeiro também reforçou a importância da galeria ripícola e falou sobre os problemas e soluções para uma correta gestão dos corredores ecológicos aquáticos e biodiversidade associada, com destaque para a observação de aves que ocorrem em Angueira, a sua biologia e ecologia, identificação e serviços ecossistémicos. Pode consultar a lista de aves observadas AQUI.
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