A empresa divulgou esta quinta-feira que vai dar mais um passo neste projeto-piloto, implementando o primeiro Plano de Gestão de Lamas.
O objetivo será “desenvolver soluções para mitigar a desertificação de áreas ecológicas de natureza florestal, testando a introdução de quatro espécies arbóreas nos planos de arborização, com a implementação de biofertilizantes de ETAR”, explica.
Desta forma, realizando o restauro de um conjunto de áreas classificadas como semiáridas e sub-húmidas, irá potenciar-se a viabilidade de crescimento daquelas espécies através do incremento sustentável da fertilidade dos solos, de modo a mitigar o processo de desertificação e promover uma economia circular.
As ETAR pretendem diminuir a carga de matéria orgânica, azoto, fósforo e potássio das águas residuais através de múltiplos processos de tratamento, fazendo com que parte destes elementos sejam transferidos para as lamas de depuração, provenientes da biomassa em excesso que se formam durante o processo de tratamento.
“Os biossólidos (lamas resultantes do tratamento de águas residuais, após processos adequados de tratamento que levam à sua estabilização) produzidos nas ETAR, são caraterizadas pela sua riqueza em nutrientes, nomeadamente azoto, fósforo e matéria orgânica, constituindo assim uma solução privilegiada, particularmente nos solos portugueses, deficitários em matéria orgânica”, refere.
De acordo com a Águas do Norte “a sua valorização agrícola ou em recuperação de solos degradados, são importantes alternativas à gestão eficaz de biossólidos, compatível com as políticas ambientais da legislação comunitária e nacional, face aos desafios de incrementar a circularidade de materiais, em particular matéria orgânica e nutrientes dos quais o território nacional é deficitário e evitando-se, assim, a sua importação”.
Para ser possível a incorporação de biossólidos de ETAR, foi necessária a elaboração de um Plano de Gestão de Lamas (PGL), documento fundamental onde foram estabelecidos os critérios e estratégias para gestão adequada dos biossólidos. O Plano em causa inclui toda as informações sobre a aptidão desses solos, a avaliação do incremento da fertilidade dos solos e a salvaguarda de todos os parâmetros de qualidade ambiental nos perímetros de intervenção, metas, descrição pormenorizada das operações envolvidas na valorização, especialmente a etapa de espalhamento e etapa de incorporação dos biossólidos e monitorização contínua do processo de valorização.
“A implementação bem-sucedida do primeiro Plano de Gestão de Lamas pela Águas do Norte, representa um marco na gestão sustentável de resíduos. Este projeto não apenas cumpre regulamentações ambientais, mas também promove a valorização de subprodutos, contribuindo para a fertilidade do solo e a restauração de áreas em risco de desertificação”, lê-se, no comunicado.
O projeto conta com a colaboração da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Resíduos do Nordeste, Câmara Municipal de Alfândega da Fé,Uniões de Freguesias de Pombal e Vales, de Gebelim e Soeima, e de Ferradosa e Sendim da Serra.
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