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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

𝗔𝗺𝗲𝗻𝗱𝗼𝗲𝗶𝗿𝗮𝘀 𝗲𝗺 𝗙𝗹𝗼𝗿 | 𝗧𝗼𝗿𝗿𝗲 𝗱𝗲 𝗠𝗼𝗻𝗰𝗼𝗿𝘃𝗼 - Coordenadas GPS: 41.187675, -7.022564

Relembre connosco os melhores momentos do 1° fim de semana da Feira da Amendoeira em Flor 2025 em Freixo de Espada à Cinta!

Podence prepara Entrudo Chocalheiro

ULS do Nrdeste reforça resposta em Saúde Mental em Miranda do Douro

 A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste passou a disponibilizar consultas descentralizadas de Psiquiatria no Centro de Saúde de Miranda do Douro, evitando deslocações e garantindo um acompanhamento mais próximo dos utentes.


A medida integra o projeto de descentralização de consultas hospitalares da ULS do Nordeste, que visa reforçar a articulação entre os Cuidados de Saúde Hospitalares e os Cuidados de Saúde Primários, proporcionando um atendimento mais acessível e confortável à população.

As consultas de Psiquiatria no Planalto Mirandês arrancaram em dezembro e decorrem mensalmente, sendo asseguradas por um médico especialista. O atendimento é feito mediante referenciação, contando ainda com o apoio da equipa de enfermagem da Unidade de Cuidados na Comunidade.

Esta iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla de reforço da Saúde Mental na região, que inclui a criação de uma nova Equipa de Intervenção Comunitária no Planalto Mirandês. A medida insere-se no Projeto EQUISAM, financiado pelo Programa de Cooperação Interreg Espanha-Portugal (POCTEP), uma parceria entre a ULS do Nordeste, a Direção Regional de Saúde de Castela e Leão e as Universidades de Valladolid e Salamanca. O objetivo é melhorar a acessibilidade e equidade dos cuidados de saúde mental na zona fronteiriça.

Além das consultas, está prevista a implementação de uma Equipa Comunitária de Saúde Mental (ECSM) para a população adulta dos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro. Esta será a segunda ECSM da ULS do Nordeste, juntando-se à já existente para a população do Tua e do Sabor, que acompanha utentes em Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.

Com esta aposta na descentralização, a ULS do Nordeste pretende melhorar o acesso aos cuidados de Saúde Mental no distrito de Bragança, combater o estigma associado às doenças mentais e promover comunidades mais saudáveis e inclusivas.

Jornalista: Lara Torrado
Foto: ULS do Nordeste

Com 35 metros de comprimento e suspensa a 10 metros de altura do leito do rio Sabor, a Ponte dos Mineiros de Argozelo servia centenas de mineiros que diariamente, durante décadas, a usavam para chegar às minas da Ribeira em Coelhoso de onde se extraía volfrâmio e estanho.

Feira da Alheira regressa a Mirandela num Fim de Semana dedicado à Tradição

Sofia Pombares, artesã de Podence, não tem mãos a medir para tantas encomendas

 Mais de 50 mil pessoas são esperadas, entre sábado e terça-feira, em Podence, Macedo de Cavaleiros, para o Entrudo Chocalheiro.


Os caretos de máscara de latão e trajes coloridos são a grande atração de uma festa tradicional que a UNESCO classificou, há cinco anos, como Património da Humanidade.

A indumentária dos caretos de Podence é cada vez mais procurada e a única artesã na aldeia que vive da arte não tem mãos a medir…

Desde há cinco anos que Sofia Pombares não tem mãos a medir para atender as encomendas de trajes de careto de Podence:

O trabalho é muito, sobretudo nesta altura, e por isso ter parceria com outras pessoas. Um único fato pode demorar três semanas a fazer, o que depois se reflete no preço: 

Mil euros por um traje pronto a estrear: 

Apesar de o preço parecer alto, Sofia Pombares diz que a procura tem vindo a crescer:

E a cada ano que passa há mais, alguma inesperadas: 

O Entrudo Chocalheiro de Podence com cada vez mais fãs. A prova disso é o corrupio de turistas durante todo o ano em Podence. 

Mas é entre sábado e terça-feira de Carnaval que o presidente da Associação Grupo de Caretos, António Carneiro, espera uma grande enchente: 

A presença de tanta gente tem impacto na economia local: 

Um dos destaques deste ano do Entrudo Chocalheiro é a inauguração de um mural, em Podence, dedicado ao Papa Francisco. Vai juntar-se a muitos outros com figuras públicas como Cristiano Ronaldo, António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa. 

INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Ansiães)

Riscos ambientais propiciam mais o aparecimento do cancro do que os fatores genéticos

 A prevenção do cancro é possível, mudando estilos de vida. Esta foi uma das principais mensagens transmitidas pelos especialistas que participaram na sessão ‘Cancro e riscos ambientais: poluição, radiação, sol, fumo passivo e contaminantes profissionais’, em debate na iniciativa “Tratar o Cancro por Tu”, promovida pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), que teve lugar Instituto Politécnico de Bragança (IPB), na passada quinta-feira.


O diagnóstico precoce é muito importante para ganhar tempo e tratar mais cedo, nomeadamente com a realização de exames médicos regulares, rastreios e autoanálise corporal. “Estima-se que 40% dos cancros possam ser prevenidos. O que passa por evitar exposições perigosas, das quais o tabaco está à cabeça e está associado direta ou indiretamente a 30% de todos os cancros. Há ainda outros fatores, como o álcool, estilo de vida, alimentação, sedentarismo, poluição atmosférica, águas contaminadas. Estas duas útimas são mais difícil de gerir, mas têm efeitos de menor magnitude e são controláveis, porque são do âmbito da saúde pública (como a água contaminada e a poluição)”, enumerou José Carlos Machado sublinhando “que a genética contribui pouquíssimo para o cancro”. Só 3% dos cancros são hereditários. “O ambiente é claramente mais importante do que a genética”, acrescentou o vice-presidente do Ipatimup.

A sessão do IPB contou com mais de 270 participantes na assistência para ouvir o patologista e diretor do Ipatimup, Manuel Sobrinho Simões, e outros especialistas convidados como José Carlos Machado e Nuno Teixeira Marcos e também Bebiana Conde. “O objetivo é desmistificar conceitos e algumas ideias, às vezes, até erradas que as pessoas têm. No fundo contribuir para que as pessoas percebam melhor esta doença, que é muito comum, e que, provavelmente, nos vai afetar a praticamente todos ao longo da vida. Felizmente para a maior parte de nós será uma doença não tão grave como se pensa. É tratável. Esta é uma das ideias que queremos esclarecer porque as pessoas pensam que é uma espécie de sentença de morte. Às vezes é, infelizmente, mas não é na maior parte das vezes”, explicou José Carlos Machado, vice-presidente do Ipatimup.

A iniciativa tem como principal objetivo aproximar a ciência da população, promovendo a literacia em oncologia através da partilha de conhecimento sobre fatores de risco, prevenção e abordagens terapêuticas inovadoras. “Ainda há algum preconceito e receio de se falar no assunto. Quando morre alguma figura pública, ainda agora, os media falam de doença prolongada e não de cancro. Continua-se a fugir à palavra. É preciso mudar isso”, acrescentou o responsável.

O ciclo de conferências ‘Tratar o Cancro por tu’, vai decorrer até dia 3 de abril, passando também por Matosinhos, Aveiro, Setúbal, Viseu e Ponta Delgada.

Desde o início, há quatros anos, a iniciativa já percorreu dez cidades e envolveu mais de 2.200 participantes em 18 sessões.

Glória Lopes

Agricultores portugueses ganham pouco mais de metade do salário médio praticado na União Europeia

 Os agricultores portugueses são dos que ganham menos na União Europeia, onde o salário médio é quase o dobro do praticado em Portugal.


Segundo as contas feitas pelo Jornal de Notícias em 2011 o salário dos agricultores que trabalham por conta de outrem andava pelos 519 euros e em 2024 subiu até aos 823 euros.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o salário médio mensal dos trabalhadores agrícolas em Portugal anda entre os 700 e 900 euros. No entanto, este valor pode variar consoante a região, o tipo de cultivo e a experiência do trabalhador.

Muitos trabalhadores agrícolas nos concelhos do Nordeste Transmontano são contratados de forma sazonal, o que pode influenciar a remuneração média, e um aboa parte nem têm ordenados fixos.

O salário médio dos agricultores na Europa é superior aos praticados em Portugal, apesar de variar conforme o país. Segundo dados do Eurostat em 2021, o rendimento médio das explorações agrícolas na União Europeia andou pelos 28.800 euros/ano por trabalhador. Em Espanha, em 2024, o salário médio anual de um agricultor foi de 24.090 euros brutos, o que perfaz a cerca de 1.300 euros líquidos por mês, muito superior às remunerações praticadas no setor em Portugal.

Ainda assim os agricultores portugueses são das profissões que beneficiaram de um aumento do poder de compra na última década graças às atualizações do salário mínimo nacional. Porém os que se dedicam à agricultura discorda dos valores apontados pelas estatísticas e garante que não se refletem na realidade e no poder de compra.

A maioria dos que vivem da agricultura não é assalariado nem sequer tira um ordenado mensal porque trabalha por conta própria, dependentes do escoamento da produção, que também está sujeita às vicissitudes do clima e das pragas. Os que têm um salário mensal trabalham por conta de outrem, como é o caso de Nelson Videira, funcionário da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé há três anos.

Glória Lopes

Feira da Alheira comemora 25 anos de enchido que gera 30 milhões de euros

 A terra da alheira soube aproveitar a fama do seu produto de tal forma que já poucos duvidam que o ex-libris gastronómico de Mirandela é a maior fonte de riqueza do concelho. “É um setor cujo volume de negócios ultrapassa os 30 milhões de euros anuais, conta com 760 postos de trabalho, contribuindo de forma significativa para a economia local e o desenvolvimento da região”, adianta Vítor Correia, vereador do Município mirandelense.


Atualmente, Mirandela possui 12 cozinhas regionais e sete unidades industriais dedicadas à produção de alheiras, sendo cinco delas certificadas com Indicação Geográfica Protegida (IGP), revela a Associação Comercial e Industrial de Mirandela, entidade gestora da Alheira de Mirandela IGP - selo atribuído pela União Europeia, em 2016 – o produto que mais vende em Portugal. Segundo a Tradição e Qualidade, entidade certificadora, em 2024, foram certificadas perto de seis milhões de unidades daquele enchido de fumeiro.

Desde a eleição da Alheira de Mirandela (AM) como uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa, em 2011, a fileira tem crescido a olhos vistos. Segundo números avançados pelas unidades industriais, em 2024, a produção de alheiras terá mesmo ultrapassado os cinco milhões de quilos. “Nós tivemos um aumento de 26 por cento na produção, atingimos a fasquia de um milhão de quilos e foi mesmo o maior aumento que alguma vez tivemos na empresa”, revela Pedro Caldeira, sócio gerente da “Topitéu”, uma das 5 fábricas habilitadas para poder produzir AM certificada.

Este aumento “astronómico” pode estar relacionado com a descida do IVA de 23 para 13 por cento, no início de 2024. “Foi uma boa medida, porque as matérias-primas estavam a seis por cento e depois sermos taxados a 23 por cento, em termos de custo final acabava por ter alguma expressão”, conta.

No entanto, este empresário encontra outra explicação. “É um produto barato e de excelente qualidade, porque um quilo de alheiras pode ser o suficiente para alimentar uma família com cinco pessoas, o que significa um custo aproximado de oito euros”, diz o sócio gerente da empresa que emprega 55 trabalhadores, revelando que uma alheira tradicional “é vendida entre os 4,5 e os 5 euros o quilo, e a IGP pode oscilar entre os 6 e os 6,5 euros”.

A produção anual de alheira IGP já representa 60 por cento. “Acabou por ultrapassar a alheira tradicional”, confirma Pedro Caldeira que vê na certificação uma mais-valia. “Em cada esquina fazia-se uma alheira, agora, apesar de ainda se continuar a fazer, as pessoas são mais exigentes e cada vez mais procuram uma segurança alimentar, e isso é reconhecido pelas fábricas e pelas indústrias que trabalham e que fazem este tipo de produto”, sublinha o sócio gerente da empresa que exporta para mais de uma dezena de países a AM.

Feira da alheira durante 4 dias

De hoje (quinta-feira) até domingo (2 de março), Mirandela será palco da 25ª edição da Feira da Alheira com 100 expositores que inclui diversas atividades: showcookings, degustações, exposições e animação musical com a artista Romana, a 28 de fevereiro, e o espetáculo “Para sempre Marco”, a 1 de março.

Destaque para o II Encontro Cinegético do Município, que reunirá cerca de 500 amantes do mundo da caça, um desfile equestre, um seminário sobre turismo gastronómico, apresentação do Festival Gastronómico TENAZ_ Mirandela na ponta dos dedos, que celebra a cultura e a gastronomia de Trás-os-Montes, centrando-se no conceito de finger food e nos produtos autóctones.

A programação inclui ainda arruadas, Dj’s e atividades ao ar livre.

Fernando Pires

👹🗣 𝗙𝗲𝘀𝘁𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗱𝗼 𝗕𝘂𝘁𝗲𝗹𝗼 𝗲 𝗱𝗮𝘀 𝗖𝗮𝘀𝘂𝗹𝗮𝘀 𝗲 𝗖𝗮𝗿𝗻𝗮𝘃𝗮𝗹 𝗱𝗼𝘀 𝗖𝗮𝗿𝗲𝘁𝗼𝘀 | “𝑫𝒊𝒂́𝒍𝒐𝒈𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒎 𝑨𝒓𝒕𝒆”

 “Ser ou Interpretar”, com Roberto Afonso e José Pedro Teixeira e a moderação de António Tiza. 01.03.2025 - Praça Camões

Município vai investir 1,15 milhões de euros em circuito pedonal de cinco quilómetros até Espanha

 O município de Freixo de Espada à Cinta vai investir mais de 1,1 milhões de euros num circuito pedonal para ligar a praia fluvial da Congida à barragem espanhola de Saucelhe, disse o presidente da Câmara, na sessão de abertura das festividades da amendoeira em flor.


“Este percurso será executado em duas fases e terá uma extensão total de cinco quilómetros, que vai ligar a praia fluvial da Congida à Barragem espanhola de Saucelle, ambos os sítios localizados dentro do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) com montante global de 1,15 milhões de euros”, explicou Nuno Ferreira.

De acordo com o autarca socialista deste município do distrito de Bragança, começa a haver investimento nas áreas do PNDI, no âmbito da Cogestão das Áreas Protegidas e assim aproximar as populações.

“Com este projeto, pretendemos criar sinergias entre a natureza e valorizar o território através deste passeio pedonal e alavancar o turismo de natureza no Douro Internacional e, desta forma, contribuirmos para a união de Portugal e Espanha”, vincou Nuno Ferreira.

Segundo o autarca, “falta apenas aprovar o projeto de execução das obras, mas há a garantia de financiamento deste projeto, que vai acompanhar a margem portuguesa do Douro Internacional”.

Numa primeira fase, esta obra terá dois quilómetros e na sua segunda fase mais três quilómetros, o que dará um total de cinco quilómetros de extensão onde os visitantes poderão contemplar a avifauna e todo ecossistema desta área protegida, que é tida pelos especialistas como um santuário para as aves rupícolas, como o abutre do Egito, britango, águia de Bonelli, abutre-preto, garça-real, entre outras espécies.

Nuno Ferreira disse ainda que, ao longo de todo o circuito pedonal, haverá painéis interpretativos para melhor se poder perceber todo o potencial desta área protegida ibérica.

“Freixo de Espada à Cinta é uma das portas de entrada no território nacional para quem vem da Europa, sendo importante valorizar este território bem como todos os 19 concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal - Douro”, indicou o autarca.

O PNDI inclui os troços fronteiriços dos rios Douro e Águeda, bem como as superfícies planálticas confinantes pertencentes aos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro.

Francisco Pinto

Ordem dos Engenheiros quer linha de alta velocidade por Bragança e Vila Real

 A Ordem dos Engenheiros (OE) defendeu o traçado da ligação ferroviária em alta velocidade entre o Porto e Espanha por Trás-os-Montes, nomeadamente pelos distritos de Bragança e de Vila Real. Esta posição foi reforçada por Bento Aires, presidente da Ordem dos Engenheiros- Região Norte e por Rafael Correia da delegação de Bragança durante a iniciativa Trás-os-Montes na Rota da Engenharia, que teve lugar no passado sábado no restaurante Porta.


Bento Aires considera que os dois distritos já “fizeram um longo caminho” no que se refere a infraestruturas. “Já tivemos tanto tempo a Nacional 15, passamos para o IP4, depois para a A4 e o túnel do Marão e agora fazemos uma reflexão sobre a linha de alta velocidade transmontana de que forma é que será uma verdadeira infraestrutura de desenvolvimento regional”, explicou dando conta que não tem dúvidas “da viabilidade técnica e financeira” da proposta de traçado “desde que seja em alta velocidade e seja garantida a ligação a Espanha”.

Para Bento Aires é preciso que quando o Plano Ferroviário Nacional estiver concretizado “lá esteja inscrita a Linha de Alta Velocidade Trás-os-Montes e Alto Douro, para garantir que será mesmo de alta velocidade e com ligação a Espanha. Porque colocar uma linha Porto-Bragança [sem alta velocidade], não vai contribuir em nada para o desenvolvimento regional, nem terá utilidade prática”.

A OE quer “dotar o debate de qualidade técnica”, afirmou Bento Aires garantindo a disponibilidade dos engenheiros “para estar ao lado de quem acredita nesta linha, para fazer os estudos e para que o poder político tome uma decisão especializada, porque há um estudo que foi feito e que agora o governo está a querer acarinhar, por isso estaremos sempre do lado da robustez técnica e das decisões”.

A proposta de traçado da ligação ferroviária de alta velocidade Porto-Vila Real-Bragança-Zamora foi feita pela Associação Vale d’Ouro que mandou elaborar um estudo de viabilidade, desenvolvido por quatro engenheiros. “Para o nível de detalhe que tem, feito de forma gratuita e abnegada pelos engenheiros tem uma elevada qualidade, mas, sobretudo, nós temos de olhar para isto como uma decisão política. Haverá uma ligação ferroviária pelo Sul, por Sines, que ligará a Madrid. Depois estamos a falar de ter a linha da Beira Alta ou a Linha Trás-os-Montes e Alto Douro e aqui temos de analisar os prós e os contras e olhar numa lógica de interligação entre as principais infraestruturas”, acrescentou.

Rafael Correia adiantou que a delegação de Bragança “subscreve” a proposta da Vale d’Ouro. “Temos que exercer o nosso papel na pressão local e regional para tentar motivar as instituições nacionais para esta ligação aeroporto do Porto para Zamora porque do ponto de vista técnico tudo foi feito para dimensionar o projeto”, afirmou.

A rota da engenharia em Trás-os-Montes foi um desafio das delegações de Bragança e de Vila Real à OE. “Querem desafiar a região e o país para a partir da engenharia conseguir o desenvolvimento regional muito baseado na endogenia da própria região e juntar o conhecimento da engenharia numa triangulação com a economia e a sociedade”, indicou Bento Aires.

Glória Lopes

Renda média em Bragança subiu 100 euros comparando fevereiro deste ano com o de 2024

 O preço médio das rendas em Bragança voltou a subir


Segundo o barómetro do Imovirtual, o preço médio das rendas, em Bragança, voltou a subir e está de novo nos 550 euros. Comparando com fevereiro do ano passado, arrendar casa custa, hoje em dia, uma média de 100 euros a mais.

O distrito registou um aumento mensal de 10%, ou seja, passou dos 500 euros em janeiro para os 550 este mês. E comparando fevereiro deste ano com o do ano passado, regista-se um crescimento expressivo de 22%, ou seja, 450 euros para 550.

No mercado de arrendamento, na região Norte de Portugal, Bragança destacou-se com o maior aumento mensal.

No que à diferença anual diz respeito, a Guarda destacou-se com o maior crescimento, com uma variação positiva de 28% em relação a fevereiro de 2024. Ainda assim, Bragança não fica muito atrás. Foi o segundo distrito do Norte em que a renda mais cresceu de fevereiro de 2024 para fevereiro de 2025.

No mercado das vendas, comprar casa em Bragança custava em fevereiro passado 120 500 euros. Agora custa, em média, menos 500 euros. A redução é praticamente nula. Contudo, em janeiro uma casa, em Bragança, custava, em média, mais cinco mil euros do que agora.

As rendas mais baratas, neste momento, no Norte do país, são em Vila Real e na Guarda, com o preço médio de 500 euros. Bragança surge em terceiro lugar, com 550 euros.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Feira da Alheira de Mirandela abriu portas ontem e decorre até domingo

 Com a redução do IVA de 23% para 13%, o enchido tornou-se mais barato. O preço da alheira é estabelecido pelos produtores, que ainda assim consideram não ser justo


O setor da alheira gera 760 postos de trabalho e 30 milhões de euros no concelho de Mirandela. Este enchido feito com carnes, pão e temperos é produzido em 12 cozinhas regionais e em sete unidades industriais, mas apenas cinco produz com classificação IGP. Para o presidente da Associação Comercial de Mirandela, Filipe Carvalho, seria importante que mais empresas conseguissem esta denominação. “É muito importante e é interessante haver mais empresas IGP, porque isso representa uma aposta, uma aposta das empresas no progresso, na evolução, e quanto mais houver, melhor, mais postos de trabalho, mais crescimento. É um processo rigoroso, e esse rigor, eventualmente, também terá alguns custos, mas terá certamente um retorno”.

Declarações à margem da abertura da Feira da Alheira, em Mirandela, ontem. O certame acontece em vários pontos da cidade, desde o Parque do Império, ao mercado municipal. São 100 expositores e a alheira é a rainha da festa. Os produtores esperam boas vendas. “As expetativas são sempre altas. Esperamos que haja muita gente e que levem o nosso produto”, disse um dos produtores de alheira. “Esperamos que seja, pelo menos, como no ano passado, que se venda bem e que o tempo ajude”, referiu outro produtor.

Com a redução do IVA de 23% para 13%, o enchido tornou-se mais barato. O preço da alheira é estabelecido pelos produtores, que ainda assim consideram não ser justo. “Nunca é justo porque a matéria prima está muito cara”, frisou uma produtora. “A Alheira de Mirandela merecia um preço melhor. Nós vemos a de Vinhais e a de Lamego mais caras e não chegam ao patamar da de Mirandela”, afirmou outro produtor.

Esta é já a vigésima quinta edição do certame, que conta ainda com seminário sobre turismo gastronómico, atividades cinegéticas e animação musical. Segundo a presidente do município de Mirandela, Júlia Rodrigues, a feira tem vindo a crescer, beneficiando o setor da restauração e hotelaria. “A feira tem muito impacto, até porque temos muitas atividades associadas, apostamos muito no marketing, na divulgação da nossa feira, e por isso é que tem crescido, ao longo dos anos. A alheira faz parte da nossa identidade e eu acho que todos os restaurantes e alojamentos beneficiam, não só aqui mas em toda a região”.

A Feira da Alheira de Mirandela começou ontem e decorre até domingo. Hoje, a animação musical fica a cargo de Romana e amanhã haverá o espetáculo musical “Para sempre Marco”.

O certame decorre ao longo de várias ruas na cidade, começando no Parque do Império, passando pela zona pedonal da Rua da República até ao mercado municipal. Alguns comerciantes reclamam a construção de um pavilhão multiusos, há muito prometido pela presidente da câmara.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

O Nordeste Motor Show está de regresso para a segunda edição!

 Dedicado à exposição de veículos clássicos, desportivos, motas, veículos todo-o-terreno e tratores agrícolas. Podem contar também com stands de vendas de viaturas novas e usadas, stands de peças e ferramentas.
No que diz respeito a desporto automóvel vamos ter vários shows de drift e várias provas do desporto automóvel.

Ao longo de dois dias, 26 e 27 de julho, é um ponto de encontro para apreciadores, promovendo a partilha de conhecimentos e a celebração da história e beleza dos veículos.

Miranda do Douro recebe terceiro Festival Cultural “Douro Superior com Vida e Movimento”

 Objetivo é promover o intercâmbio cultural


Miranda do Douro recebe, amanhã, a terceira edição do festival cultural “Douro Superior com Vida e Movimento”. Uma iniciativa organizada pela Associação de Municípios do Douro Superior, cujo objetivo é promover um intercambio cultural conforme explica a autarca de Miranda, Helena Barril. “Apesar de fazermos todos parte de uma área geográfica que nos une, cada território tem a sua dinâmica cultural, a sua identidade cultural, haverá manifestações, como arranjos folclóricos que, mais ou menos, nos aproximam e ao fazermos esta partilha estamos a valorizar a capacidade cultural de cada município e é isso que queremos fazer a partir deste instrumento cultural que é o Festival do Douro Superior”.

A presidente acredita que esta iniciativa vai dinamizar as ruas de Miranda e criar uma sinergia cultural “muito particular”. “Para além do grupo de Pauliteiros de Miranda, vai haver grupos de Freixo, de Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Carrazeda de Ansiães. Portanto, cada concelho contribui com o seu grupo e vai-se gerar aqui uma sinergia cultural, que é muito particular e muito peculiar. E, à semelhança do que ocorreu noutras edições, traz muita gente à rua, há muito movimento, muita alegria, e é um momento popular com muita grandeza”.

O Festival Cultural é uma iniciativa conjunta entre os municípios de Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Carrazeda de Ansiães. Este ano realiza-se as 14h deste sábado em Miranda do Douro e contará com atuações dos ranchos folclóricos de Carrazeda de Ansiães e da Mêda, assim como a atuação dos pauliteiros de Miranda.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Cindy Tomé

𝗙𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗔𝗺𝗲𝗻𝗱𝗼𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗙𝗹𝗼𝗿 - 𝗙𝗲𝘀𝘁𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗧𝘂𝗻𝗮𝘀 𝗔𝗰𝗮𝗱é𝗺𝗶𝗰𝗮𝘀 - 𝟭 𝗱𝗲 𝗺𝗮𝗿ç𝗼, 𝗽𝗲𝗹𝗮𝘀 𝟮𝟭𝗵𝟬𝟬

 Amanhã, o Espaço Multiusos volta a ser palco do Festival de Tunas Académicas que antecede o grande concerto de "DAVID CARREIRA" e que promete trazer muita animação e as tradicionais melodias e danças universitárias.
A partir das 21h00, 4 Tunas Académicas estarão, à vez, em palco para lhe proporcionar uma excelente noite e animar esta Feira da Amendoeira em Flor.

Novo alojamento em Macedo de Cavaleiros é uma homenagem aos Caretos e às tradições de Trás-os-Montes

 Em Macedo de Cavaleiros, o BHB Boutique House abriu portas em janeiro. Dispõe de cinco quartos temáticos que prestam tributo aos costumes e tradições de Trás-os-Montes. No piso térreo funcionou durante décadas o popular Bibau Bar.

BHB Boutique House-mariorui

Ao entrar no quarto "Caretos", no segundo piso do BHB Boutique House, o que mais chama a atenção é o vermelho vibrante das paredes, igual à cor usada nos trajes dos Caretos. À cabeceira da cama, uma máscara típica dá as boas-vindas aos visitantes e o guarda-roupa, um fato tradicional dos Caretos de Podence, Património Cultural Imaterial da Humanidade para a UNESCO, destaca-se no alojamento, com a vantagem de estar disponível para ser usado durante a estadia, proporcionando uma experiência ainda mais autêntica.

BHB Boutique House-mariorui

A ideia de criar o BHB Boutique House partiu de Gonçalo Espírito Santo, que, após várias conversas com a família, decidiu revitalizar um edifício construído no final da década de 80. O edifício, que antes acolhia o popular e animado Bibau Bar, um espaço icônico da vila, foi completamente requalificado. "A recuperação teve como objetivo criar um espaço que celebrasse o território e permitisse aos visitantes sentir a essência de Trás-os-Montes dentro de si", explica Gonçalo.

BHB Boutique House-mariorui

O conceito do BHB Boutique House, que abriu a 10 de janeiro de 2025, é um tributo a toda a região. "Cada quarto foi pensado para os hóspedes vivenciarem o território de uma forma única", afirma Gonçalo Espírito Santo. Além do quarto "Caretos", há o quarto "Natureza", inspirado nas belezas naturais da região, o quarto "Gastronomia", que celebra os sabores típicos de Trás-os-Montes, o quarto "Cultura", uma homenagem à história local e do próprio edifício, e o quarto "Atmosfera", que remete à importância do ambiente e da energia do espaço. As tarifas diárias de alojamento estão disponíveis a partir de €195.

BHB Boutique House-mariorui

Merece destaque no BHB Boutique House (Praça Agostinho Valente, 4, Macedo de Cavaleiros. Tel. 278096976) o pequeno-almoço, que inclui sempre produtos locais, como o "Calço", uma rosca doce em forma de ferradura típica de Macedo de Cavaleiros, o tradicional Folar, torradas com azeite de Valpradinhos, mel e nozes, além de opções clássicas como sumos, granolas e iogurtes. Estão previstos jantares temáticos, sempre com produtos locais, com ênfase nos vinhos produzidos na região. O alojamento é pet friendly.

Fernando Brandão

O Carnaval tradicional português

 Porque esta vida são dois dias (e o Carnaval são três…), importa celebrar esta festa popular – a primeira do ano – que alegra muitas localidades do nosso país durante uns dias.
O Carnaval é uma festa popular e um espetáculo cultural que junta uma mistura de tradições, folclore, música e diferentes performances (mais ou menos) deslumbrantes. Esta é uma tradição que se perde no tempo mas que, em alguns locais, está bem presente na nossa cultura.


A história do Carnaval

A origem do Carnaval estará ligada a cultos ancestrais que pediam boas colheitas, ainda durante o decorrer do período Neolítico. A origem dos festejos do Carnaval é incerta, mas esta festa popular terá surgido na Antiguidade para celebrar os deuses pagãos, a fertilidade, a mãe natureza e o fim do Inverno. Era uma festa em que as pessoas se juntavam com a única intenção de se divertirem.

Os egípcios dedicavam a festa a Isis e a Apis, os gregos a Dionísio e os romanos a Saturno, protector da agricultura e das sementeiras. As Saturnálias, como eram conhecidas as festas, misturavam nas ruas membros da nobreza e escravos, onde havia muita comida, bebida, música e dança. Estas festas eram protegidas por Baco, o deus do vinho. Nos dias de folia, tudo se invertia: o rei da festa (o Rei Momo) era um escravo que podia ordenar o que quisesse durante as festividades. Durante as festas, as pessoas representavam papéis, calculando-se que com o passar do tempo, foi introduzido o costume das máscaras, muito provavelmente trazidas do teatro grego.

Com o fim do império romano e com a ascensão do cristianismo, estas festividades correram o risco de acabar. A Igreja quis cancelar as Saturnálias, o que não foi bem visto pelas populações, “obrigando” a Igreja a reconhecer estas festas. Mais tarde, depois de muitos séculos, os festejos do Carnaval terão sido reconhecidos pela Igreja e inseridos no calendário cristão. Em 340, o Papa Júlio I autorizou que os cristãos pudessem despedir-se em grande dos prazeres da carne (em todos os sentidos…). Estes três dias de folia antecedem a Quaresma, período que tem início no dia seguinte, na chamada quarta-feira de Cinzas – que corresponde a dias de jejum e abstinência.


Em algumas terras, por exemplo, no norte de Portugal e na Galiza, o Carnaval assume o nome de Entrudo, designação que evoca a vertente religiosa desta festa que se comemora sempre à terça-feira e 47 dias antes do domingo de Páscoa. Este era um antigo festejo no qual os foliões se sujavam com farinha, arremessavam baldes de água, limões de cheiro, ovos, tangerinas, pastelões, luvas cheias de areia e batiam com vassouras e colheres de pau.

A origem da palavra Carnaval virá do latim carnelevamen, que terá derivado em carne vale que significa “adeus à carne”, referência à proibição da carne durante a Quaresma. Mas carnis levamen pode significar igualmente “prazer da carne”.

A palavra Entrudo vem do latim intoitum, que significa “entrada”, ou seja, a entrada na Quaresma.

A moda das máscaras terá surgido no século XIII, quando os nobres franceses começaram a promover grandes festas onde era obrigatório o uso de máscaras e de roupas luxuosas. Nos séculos XV e XVI, durante o Renascimento, em Itália, terão surgido os primeiros cortejos de rua. Desde então, o Carnaval é reconhecido como festa popular de rua que foi sofrendo uma série de modificações culturais até chegar aos dias de hoje, celebrando-se um pouco por todo o Mundo.

O Carnaval em Portugal

Em Portugal, o Carnaval já era comemorado nos séculos XV e XVI, embora conhecido como Entrudo, que significava a entrada na Quaresma. Uma das épocas de maior projecção do Carnaval no nosso país ocorreu durante o reinado de D. João V, com características palacianas e marcadas por um enorme luxo. Nos séculos XVII e XVIII, durante a colonização, um grande número de portugueses mudaram-se para o Brasil, levando consigo este costume de festejar o Entrudo. Depois, já no século XIX, o Carnaval do Brasil foi-se desenvolvendo com a introdução de uma série de novas práticas e de novos ritmos, tornando-se no mais famoso Carnaval do Mundo.

Por todo o país existem mil e uma festas carnavalescas. Há-as para todos os gostos: das mais tradicionais, que vão buscar usos e costumes ancestrais, às de influência brasileira com escolas de samba, passando pelos desfiles de carros alegóricos com sátira social e política. Só para mencionar os mais conhecidos, temos grande folia no Funchal, Estarreja, Loulé (o corso mais antigo de Portugal), Mealhada, Ovar, Sesimbra, Sines e Torres Vedras (um dos mais famosos de Portugal, onde não podem faltar as matrafonas e os cabeçudos), todos “servidos” com mais ou menos doses generosas de samba.

Mas, Linha de Terra prefere os festejos mais tradicionais como o Entrudo Chocalheiro de Podence (Macedo de Cavaleiros) com os seus caretos coloridos; o desfile de cabeçudos e gigantones de Barcelos; o Entrudo de Lazarim (Lamego) com as suas máscaras de madeira; os Caretos da Lagoa (Mira), com as suas saias vermelhas, chocalhos e máscaras de cartão enfeitadas com chifres de animais; o grande baile popular de Cabanas de Viriato (Carregal do Sal) com a (já) famosa dança dos cus, que junta umas largas centenas de pessoas que “dançam” em plena rua, em duas filas, batendo com os ditos uns nos outros – ao que parece, esta tradição terá sido criada no século XIX por um grupo de teatro; ou o Entrudo das Aldeias do Xisto de Góis, onde se usam máscaras em cortiça.

Estes são festejos de cariz mais tradicional, normalmente, ligados a rituais ancestrais, figuras demoníacas e misteriosas e às máscaras – os caretos. Sempre em festas muito musicais, alegres e coloridas. Linha de Terra conhece bem o Entrudo Chocalheiro dos Caretos de Podence e o Entrudo de Lazarim, dois exemplos dos mais tradicionais carnavais portugueses. Festejos populares que prometem encher as ruas destas duas localidades de animação e de muitos foliões carnavalescos.


O Entrudo Chocalheiro de Podence

Podence é uma pequena aldeia no concelho de Macedo de Cavaleiros. A aldeia está debruçada sobre a A4 com vista para a maravilhosa albufeira do Azibo e das suas excelentes zonas balneares. Os Caretos de Podence são Património Imaterial da Humanidade da Unesco desde 2019.

Em meados do século passado a tradição esteve em risco de se perder, devido à Guerra Colonial de África e por causa da imigração. Actualmente, a aldeia conta com pouco mais de 200 habitantes e, após algum esforço e dedicação a tradição foi recuperada. Hoje, o Entrudo Chocalheiro e os Caretos de Podence não só são um legado importante mas também uma atracção turística para a região e para o país.

Os Caretos são seres mitológicos, seres mágicos, que nestes dias invadem e tomam conta da rua principal da aldeia para purificar e limpar os corpos do mal.

Dentro dos seus fatos quentes cobertos de franjas de cores garridas, onde o vermelho, o amarelo e o verde sobressaem, os Caretos, sempre homens, permanecem anónimos por detrás das máscaras de chapa (ou couro) – em geral pintadas de vermelho ou preto e com uma cruz na testa – protegidas por grandes capuzes de onde pendem enormes caudas. À cintura trazem cintos de couro com enormes chocalhos para chocalharem nas nádegas femininas – um ritual pagão cuja origem se perde no tempo.


No Carnaval de Podence tudo é improvisado e espontâneo. A festa consiste em grupos de Caretos acompanhados de gaiteiros a percorrerem a rua principal da aldeia que liga a igreja matriz (construída no final do século XVII e dedicada a Nossa Senhora da Purificação) e a entrada da aldeia onde fica a Casa do Careto (aproveitamento da antiga escola primária).

De chocalhos à cintura e vara na mão, os Caretos parecem ter o diabo no corpo. Correm, saltam, dançam, gritam, perseguem as mulheres e assustam os visitantes. Sempre que avistam uma mulher desprevenida, rapidamente põem-se ao lado dela e chocalham-na nas nádegas.

A festa termina com a queima do entrudo, um enorme Careto colocado em frente à Casa do Careto, à entrada da aldeia.

Entrudo em Lazarim
O Entrudo de Lazarim

Lazarim é uma pequena vila serrana pertencente ao concelho de Lamego. Tem pouco mais de 500 habitantes e a sua igreja matriz, dedicada ao Arcanjo São Miguel, possui um fantástico e muito valioso tecto pintado, onde se representam anjos e arcanjos, entre outras figuras sacras. A vila apresenta ainda um novo e moderno Centro Interpretativo da Máscara Ibérica, no remodelado solar dos Viscondes de Lazarim, onde se investiga e divulga a máscara na sua vertente mais tradicional da celebração do Entrudo.

O Entrudo de Lazarim é conhecido essencialmente por ser um dos mais genuínos de Portugal e pelas suas máscaras esculpidas em madeira de amieiro. Aqui as máscaras são trabalhadas à mão por artesãos locais – actualmente existem cerca de uma dúzia –, onde cada peça é única, cheia de originalidade e repleta de riquíssimos pormenores. Uma obra de arte! As máscaras de Lazarim também são candidatas a Património Imaterial da Humanidade da Unesco.

Diz a tradição que as máscaras têm que ser esculpidas à mão em troncos de amieiro. Existe todo um sortido de imagens fantásticas e misteriosas que vão de figuras de animais, reis, figuras mágicas ou demónios, quase sempre com grandes cornos.

As máscaras de Lazarim sendo de uma simplicidade quase grosseira, têm uma riqueza de pormenores e uma beleza própria que, certamente, estão ao nível do que de melhor se faz no nosso país em matéria de artesanato. Antigamente as máscaras eram coloridas, mas optou-se por manter a cor natural da madeira – uma maneira de manter as peças mais próximas das suas raízes.

No Entrudo de Lazarim as máscaras têm de ser esculpidas por um artista local

No Entrudo de Lazarim, existe um desfile e um concurso de máscaras. Aqui, qualquer pessoa, residente ou de fora, pode participar e esconder-se por detrás de uma máscara de madeira. A única exigência é a máscara seja esculpida por um artista local. A máscara deve ser acompanhada por um fato condizente e quanto mais extravagante melhor. Podemos observar fatos feitos com materiais da terra que passam pela palha, barbas de milho, folhas de árvores, ramos de mimosas e adereços de moda como cabaças, cajados, enxadas e outras ferramentas agrícolas.

Mas este Entrudo não se fica por aqui. Outro ponto alto da festa, na terça-feira de Carnaval, é a leitura do Testamento do Compadre e da Comadre, escritos em versos de escárnio e mal dizer trocados entre jovens solteiros (rapazes e raparigas) da vila e arredores. Eles e elas redigirem os Testamentos onde contam todos os defeitos dos conterrâneos do sexo oposto, por vezes recorrendo ao sarcasmo e ao palavrão. Os versos são depois divulgados na praça central da vila perante locais e visitantes, fazendo corar as pedras da calçada e soltando grandes gargalhadas entre os presentes.

No fim, há um desfile de Caretos e são queimados os bonecos do Compadre e da Comadre e, numa das praças da vila, há feijoada e caldo de farinha para os visitantes, tudo cozinhado em panelas de três pernas em ferro fundido.

Queima do Entrudo em Podence
O fim da festa

Em muitos locais, para finalizar os festejos carnavalescos e iniciar a Quaresma, celebra-se também o Enterro do Entrudo que, em algumas terras, assume nomes diferentes como o Enterro do João, a Queima do Entrudo, Queima do Galo, etc. Estas manifestações terminam os festejos carnavalescos e são uma espécie de cortejo fúnebre (em alguns casos com direito a urna e carpideiras) onde há a leitura de um testamento e a queima do “defunto”.

Em Melgaço, existe a Queima do Entrudo com figuras de saia vermelha, camisa e lenços amarelos, bordados de cores garridas, e um chapéu de cartão enfeitado com fitas e com um tecido a esconder a cara. Em Vinhais, a quarta-feira de cinzas é o Dia dos Diabos, com figuras da morte e diversos diabos a percorrerem as ruas da vila atrás de almas pecadoras. Diabos e a tenebrosa morte saem à rua castigando foliões e perseguindo sobretudo as raparigas solteiras a quem não dão descanso.

Já em Vale de Ílhavo, há a Cardação das Raparigas. Os cardadores são homens mascarados que saltam e gritam e que vão pelas ruas em busca de raparigas para fazerem a Cardação das Raparigas. As suas máscaras podem ser elaboradas com pele de carneiro ou asas e penas de galinha.

Na Guarda, fazem o Julgamento e a Morte do Galo do Entrudo. No centro da praça, é colocado um enorme galo que representa a crise, a corrupção e todos os males que ocorreram ao longo do ano. O Galo é julgado e queimado em praça pública para trazer esperança para os próximos tempos. No final do julgamento, o enorme galo é queimado e é cozinhada uma canja de galo para servir por todos.

Estes são alguns dos muitos aspectos e formas de festejar o Carnaval mais tradicional e típico das diferentes regiões do nosso país – tradições ancestrais que importam manter e preservar. Independentemente de se gostar de mais ou menos corsos carnavalescos, mais ou menos samba, os próximos dias prometem encher as ruas das nossas localidades de foliões, alegria e muita cor.

João Pais

O III Cortejo Etnográfico vai realizar-se no próximo Domingo, dia 2 de Março

 O III Cortejo Etnográfico vai realizar-se no próximo Domingo, dia 2 de Março, com a participação massiva das nossas associações e grupos de amigos.
Envolvendo cerca de 150 figurantes, é através de vários quadros e dezenas de carros alegóricos que se adivinha um espetáculo único, aliando a história à etnografia para mostrar o melhor do Concelho de Vila Flor, mantendo vivas tradições, usos e costumes.

INSCRIÇÕES ABERTAS - 𝐅𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐚 𝐁𝐨𝐥𝐚 𝐃𝐨𝐜𝐞 𝐞 𝐝𝐨𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐝𝐮𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐓𝐞𝐫𝐫𝐚

 Dias 17, 18 e 19 de abril – Jardim dos Frades Trinos em Miranda do Douro


A Bola Doce Mirandesa, um verdadeiro ícone gastronómico de Miranda do Douro, é o destaque principal da feira que se realiza de 17 a 19 de abril, no Jardim dos Frades Trinos. Tradicionalmente associada à Páscoa, esta iguaria genuína serve de inspiração para um evento que celebra os sabores e saberes do Planalto Mirandês.

Além da Bola Doce, a feira contará com uma vasta seleção de produtos típicos, como o pão tradicional, o melhor fumeiro caseiro, licores e vinhos regionais, bem como peças de artesanato local e muitas outras iguarias. Entre os sabores sazonais, destaca-se ainda o clássico folar de carne, preparado com fumeiro artesanal de excelência.

Este evento tem como missão promover, divulgar, apoiar e valorizar os nossos produtores locais, num ambiente recheado de sabor, cultura e tradição.

De 17 a 19 de abril, deixe-se conquistar pelos sabores autênticos, aromas irresistíveis e momentos inesquecíveis.

A Feira da Bola Doce e dos Produtos da Terra espera por si, em Miranda do Douro!

𝐎𝐬 𝐞𝐱𝐩𝐨𝐬𝐢𝐭𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐬𝐬𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐯𝐞𝐫𝐚̃𝐨 𝐫𝐞𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐫 𝐚 𝐢𝐧𝐬𝐜𝐫𝐢𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐚𝐭𝐞́ 𝐚𝐨 𝐝𝐢𝐚 𝟐𝟏 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐫𝐜̧𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟓.

📲 Saiba mais AQUI.

𝗝𝗼𝗴𝗼𝘀 𝗗𝗲𝘀𝗽𝗼𝗿𝘁𝗶𝘃𝗼𝘀 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗲𝗹𝗵𝗶𝗼𝘀 - 25 Março a 25 de Abril de 2025 - Torre de Moncorvo

𝗜𝗡𝗙𝗢𝗥𝗠𝗔ÇÃ𝗢 - 𝗧𝗿𝗮𝗻𝘀𝗽𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗴𝗿𝗮𝘁𝘂𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮 𝗙𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗔𝗺𝗲𝗻𝗱𝗼𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗙𝗹𝗼𝗿

 Informam-se os interessados que, este sábado e domingo, entre as 11h e as 18h, haverá transporte gratuito para a Feira da Amendoeira em Flor, no Espaço Multiusos.
A paragem inicial será em frente à Câmara Municipal e o transporte realizar-se-á em intervalos de 30 minutos.

O 𝗙𝗲𝘀𝘁𝗶𝘃𝗮𝗹 𝗱𝗼 𝗕𝘂𝘁𝗲𝗹𝗼 𝗲 𝗱𝗮𝘀 𝗖𝗮𝘀𝘂𝗹𝗮𝘀 & 𝗖𝗮𝗿𝗻𝗮𝘃𝗮𝗹 𝗱𝗼𝘀 𝗖𝗮𝗿𝗲𝘁𝗼𝘀 está de regresso!

𝗘𝗻𝘁𝗲𝗿𝗿𝗼 𝗱𝗼 𝗘𝗻𝘁𝗿𝘂𝗱𝗼 - 𝟰 𝗱𝗲 𝗺𝗮𝗿ç𝗼, 𝗽𝗲𝗹𝗮𝘀 𝟮𝟬𝗵𝟬𝟬

 No dia de Carnaval, voltamos a celebrar a tradição do Enterro do Entrudo em Freixo de Espada à Cinta.
Prepare a sua fantasia mais original e criativa e venha viver esta tradição, com entusiasmo e animação.

O ponto de encontro está marcado para as 20h00 no Largo do Outeiro.

Esta é uma iniciativa organizada pela Comissão de Festas em Honra de Nossa Senhora dos Montes Ermos 2025 com o apoio da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta.