Foral de Freixo de Espada À Cinta |
O rio Douro que banha o concelho e o separa de Espanha, é mais um elemento que caracteriza a beleza paisagística do concelho de Freixo-de-Espada-à-Cinta. No presente é já possível navegar ao longo do rio, através de viagens organizadas, e saborear a riqueza natural que impera no Douro Internacional. Ao longo do curso podem apreciar-se diversos locais propícios para o lazer, para a prática de desportos náuticos e para a pesca desportiva, sendo de realçar o trajecto entre a praia fluvial da Congida e de Lagoaça.
Todo este aglomerado paisagístico pode também ser apreciado nos miradouros existentes, inseridos em escarpas abruptas, que a natureza soube definir. Os miradouros do Penedo Durão, da Cruzinha e do Colado, são bem o exemplo disso. Lançada sobre o rio Douro, esta rede de miradouros possibilita ao visitante uma vista imensa e vertiginosa da paisagem local. Mas o concelho de Freixo-de-Espada-à-Cinta também é riquíssimo sob o ponto de vista artesanal. Como exemplo paradigmático temos a cultura da seda. Nesta arte ainda são utilizadas técnicas tradicionais, que vão da criação do bicho da seda à manufacturação de colchas, toalhas, panos e outros trabalhos. Quanto à gastronomia, é de realçar o fumeiro, as empadas, o folar, os queijos, os doces de amêndoa e de ovos, a laranja, a azeitona e o Vinho do Porto.
Estima-se que a existência da actual sede do concelho seja bastante anterior à fundação do reino de Portugal, remontando mesmo ao tempo dos árabes, ou até à época da ocupação romana. Como povoado, é muito antigo, tendo sido os Narbassos e os Vetões os seus primeiros habitantes. Em 1098 o Conde D. Henrique e D. Teresa concederam-lhe o 1º Foral. D. Afonso Henriques, no Foral que lhe concedeu em 1155/57, já fazia referência ao castelo.
No pricípio do século XVI, a vila de Freixo-de-Espada-à-Cinta era uma bela e poderosa praça de guerra medieval, cercada de muros e três imponentes torres mestras, das quais resta apenas hoje uma colossal torre heptagonal de granito, a Torre do Galo. Em 1512, D. Manuel concedeu ao concelho um novo Foral.
O "Cavalo de Mazouco", gravura rupestre atribuída ao paleolítico superior, e a "Calçada de Alpajeares", uma via romana, são os mais ricos elementos do património histórico deste concelho. Sob o ponto de vista cultural, "Os Sete Passos", procissão pagã com cenário medieval a representar a encomendação das almas, onde se entoam cânticos fúnebres da autoria de Gil Vicente, e o "Enterro do Entrudo", um divertido costume profano, são tradições que se realizam há séculos, passando de geração em geração.
Edições da Câmara Municipal de Freixo-de-Espada-à-Cinta
Transcrito da revista "Lagoaça - Terra Nossa", edição nº 3 de 2004.
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