A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) reiterou hoje não ter dado instruções para o encerramento de extensões de saúde em Bragança e anunciou a abertura de um inquérito para apurar o responsável pela informação.
Os presidentes de algumas freguesias de Bragança estão a receber cartas do Centro de Saúde de Santa Maria a comunicar o encerramento de extensões por falta de meios informáticos para a prescrição eletrónica.
No ofício a que a Agência Lusa teve hoje acesso lê-se: "Informo V. Exa que, por falta de meios informáticos que permitam a prescrição eletrónica e, em conformidade com as orientações da ARS-Norte, a partir desta data, fica suspenso o serviço nessa extensão".
A carta tem data de 14 de setembro, mas o presidente da junta de freguesia de Babe, Alberto Pais, disse à Agência Lusa que só recebeu o documento quarta-feira, mas que a médica já não compareceu para atender os doentes na segunda-feira anterior.
A comunicação é assinada por Sílvia Costa, a responsável pelos centros de saúde do concelho de Bragança.
"É totalmente desadequada a informação em apreço, uma vez que o Conselho Diretivo não emitiu qualquer instrução no sentido de se proceder ao encerramento de qualquer Extensão de Saúde", reafirmou hoje, em comunicado, a ARS-Norte.
Perante o sucedido, "o Conselho Diretivo desta ARS já mandou instaurar o competente processo de inquérito, no sentido de ver identificada a pessoa responsável pelo envio da referida informação sem, para o efeito, estar superiormente autorizada", acrescenta.
A ARS reafirma ainda a informação veiculada segunda-feira, depois de conhecidas as primeiras notícias sobre o encerramento das extensões, de que os médicos podem passar receitas à mão.
"Até que entre em funcionamento o sistema de informação que permita aos médicos prescreverem de forma eletrónica, nos termos da legislação em vigor, a prescrição será efetuada de forma manual, salvaguardando-se, deste modo, o normal funcionamento de todas as unidades onde estas casualidades estejam a ocorrer", refere.
A maioria das cerca de meia centena de extensões de saúde do Nordeste Transmontano não tem equipamento informático para a prescrição eletrónica, obrigatória desde 01 de agosto.
Nas últimas duas semanas, os médicos deixaram de se deslocar a várias extensões do concelho de Bragança.
A mesma situação repete-se no concelho de Vimioso onde, na vila de Argozelo, a extensão de saúde "encerrou logo que saiu a lei, no início de agosto", segundo disse à Agência Lusa o presidente da junta, Francisco Lopes.
De acordo com o autarca, as cerca de 1500 pessoas de Argozelo foram informadas por um aviso afixado na porta.
in:rtp.pt
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