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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 17 de outubro de 2015

A donzela encantada e o jogador

Local: Bouça, MIRANDELA, BRAGANÇA

Informante: Sílvia de Jesus Felgueiras (F), 46 anos

Na aldeia de Ribeirinha, concelho de Mirandela, brota de uma fraga uma água muito pura, que o povo acredita ser milagrosa. O local é hoje conhecido como Fonte de Nossa Senhora da Ribeirinha. 
    Conta-se que numa ocasião ia de noite um homem àquela fonte e viu lá uma cobra. Vai daí, agarrou num pau e aprontou-se para lhe dar com ele. Nisto, a cobra pôs-se a falar e disse-lhe: 
    — Não me mates, que não te arrependerás! 
    O homem ficou muito admirado e já não lhe deu com o pau. Ela então continuou a dizer-lhe: 
    — Eu sou uma donzela encantada e amanhã acaba o meu fado. Se aqui vieres à meia-noite, eu subo por ti acima e dou-te um beijo na face. Porém, tu não podes fazer o mais pequeno gesto, nem estremecer, porque se o fizeres dobras-me o fado. 
    Na noite seguinte, o bom homem voltou à fonte. Ia cheio de coragem e esperou pela meia-noite. Ela então lá lhe apareceu como tinha dito. Depois subiu-lhe pelo corpo e o homem nem se mexeu. Só que, no momento em que o ia beijar na cara, ele estremeceu. Então a cobra desceu e, com uma fala que mais parecia um rugido, disse: 
    — Dobraste-me o fado, mas não te arrependerás de aqui ter vindo. Todas as noites aqui encontrarás três moedas. 
    O homem nunca se esquecia de ir lá buscar o dinheiro. Fazia-lhe jeito. Só que uma vez, quando estava a jogar, perdeu. E não se mostrou nada incomodado com isso. Disse então aos outros jogadores: 

— Enquanto na fonte da Ribeirinha 
todas as noites as três moedas encontrar, 
hei-de sempre poder jogar.

    Tal coisa não tivesse dito. Nessa noite, quando lá foi saber das três moedas, o que encontrou foram três carvões. E nas noites seguintes nem isso.

Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros

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