A equipa de arqueólogos que ao longo das últimas semanas tem vindo a realizar escavações junto à Torre do Castelo de Freixo de Espada à Cinta pôs a descoberto um torreão circular da barbacã que é composto por três troneiras (aberturas para a colocação de bocas de fogo).
O torreão que agora pode ser visto tem cerca de 4,5 metros de profundidade, e as suas paredes têm uma espessura a rondar os 1,5 metros.
Segundo o arqueólogo João Nisa a “estrutura está razoavelmente bem conservada”, prosseguindo as escavações no sentido de encontrarem a parte externa do torreão, de modo a verificar em que condições está para ficar à vista.
Neste momento as escavações decorrem na barbacã, ou seja, na muralha secundária do Castelo, pelo que os técnicos no terreno esperam ainda encontrar “o fosso, que deve estar à frente da muralha”.
As escavações decorrem a bom ritmo, pelo que a uma semana e meia de esta fase das escavações terminar, João Nisa, considera terem “tempo suficiente, para por o máximo à vista e conservar e proteger o resto”.
Com esta descoberta foi possível verificar que a estrutura do Castelo “foi sofrendo alterações ao longo do tempo, exemplo disso a troneira que tem uma trave em xisto que corresponde a um abatimento do arco e a uma reparação/solução que foi encontrada”, disse João Nisa.
Para o investigador esta descoberta mostra que “o Castelo de Freixo está aqui, ele existe e vamos ter de o preservar e proteger”.
António Ponte, Diretor Regional da Cultura do Norte (DRCN), em visita ao local disse que “este trabalho que está a ser feito no Castelo, e com a descoberta agora desta torre, pode dar a Freixo de Espada à Cinta uma nova centralidade e uma nova requalificação urbanística”.
Para já esta intervenção na zona envolvente do Castelo está a ser financiada na sua totalidade pela autarquia, no entanto existem já contactos para que a DRCN possa vir a apoiar esta iniciativa: “neste momento a Direção da Cultura do Norte está a apoiar a Câmara de Freixo, um apoio na estruturação de um projeto, projeto que será muito importante para a Vila de Freixo”, referiu o diretor da Cultura do Norte.
António Ponte deixou ainda elogios ao projeto que a Câmara de Freixo está a levar a cabo no Castelo por este ser uma medida que pode levar à requalificação da vila: “é uma boa medida, é um grande investimento também, mas uma opção estratégica da Câmara, este tipo de desenvolvimento, não sendo um desenvolvimento baseado em grandes construções, é um desenvolvimento muito sustentado e muito sustentável, porque nós já passámos a fase da grande edificação, passamos agora à fase de requalificação das vilas, e dos territórios, em que este é o tipo de projeto que permite essa requalificação”, acrescentando ainda que o que a autarquia de Freixo está a fazer é “restituir à vila aquilo que estava escondido”, uma medida que vai trazer benefícios para a vila mas também para a região em que esta está inserida.
Para a presidente da autarquia, Maria do Céu Quintas, este é um projeto que tem de continuar a ser feito, de forma a “dignificar uma área da vila onde a história e a memória de Freixo está”.
As escavações nas imediações do Castelo de Freixo de Espada à Cinta vão continuar no ano que vêm, na esperança de colocar a descoberto parte da muralha do castelo.
Sara Alves
in:noticiasdonordeste.pt
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