Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O Signífero da Ala Sabiniana – AEMILIO BALAESO (Castro da Aldeia Nova, Miranda do Douro)

As unidades de cavalaria romana denominadas Ala foram recrutadas a partir de não-cidadãos do Império, os peregrini, particularmente entre os povos menos romanizados do Império, trácios, asturianos, ou Panónios, e que possuíam habilidades especiais na arte da equitação.
Aemilio Balaeso seria um indígena, possivelmente do povo dos Zoelas, que chegou a ocupar um importante cargo dentro da Ala Sabiniana, o de porta-estandarte.
Cada Ala tinha o seu próprio porta-estandarte, o vexillarius, carregando uma bandeira com o nome da unidade, chamava-se vexillum.
Esta inscrição funerária, descoberta no lugar de Aldeia Nova (Miranda do Douro) e que se encontra fragmentada na sua parte inferior, é o único testemunho na Hispânia, desta unidade militar romana.
A lápide encontra-se datada dos finais do séc. I d.C.


Inscrição:

Aemilio Bal / aeso sigini /

Fero alae Sa / bininiae cogn /
Atio de cen / (turia…)

Tradução:


A Aemilio Banaeso

Porta-estandarte da Ala Sabiniana,
dos reconhecimentos da centúria (…)

Encontra-se no Museu Abade de Baçal (Bragança ) – Exposta na Sala 3


Ala I Pannoniorum Sabiniana


A Ala Sabiniana referida na inscrição é possivelmente a mesma que surge designada como Ala I Pannoniorum Sabiniana e que se encontrava estacionada na Britânia desde os tempos do imperador Adriano.

O seu nome pensa-se que advém de um seu ex-comandante chamado sabino.
Não existem registos antes de 122 d.C., sendo portanto, provável que tenha sido uma das unidades, que acompanharam Adriano, na sua jornada pelas províncias do Império romano.
Nos séc. III-IV d.C. encontra-se inscrita no Dignitatum Notitia, como estacionada em Halton Chesters (Grã-Bretanha).
Castro da Aldeia Nova
A lápide honorífica, que honrou o cavaleiro indígena da Ala Sabiniana, foi encontrada em Aldeia Nova, povoação nas imediações da cidade de Miranda do Douro.
Este antigo povoado implantado num esporão sobranceiro ao rio Douro, justamente num sítio onde hoje se ergue a ermida de S. João das Arribas.
Duas cinturas de muralhas edificadas em alvenaria insonsa e de aparelho granítico irregular ofereciam proteção.
Internamente, a linha da muralha mostra um reforço que correspondia a um torreão circular e entrada rampeada.
É possível que os entulhos resultantes da construção do caminho de acesso à capela tenham ocultado a existência de um fosso exterior.
Também neste povoado emergem vestígios de uma segunda fase ocupacional, correspondente ao período de ocupação romana do atual território português, bem documentada na presença de inúmeros fragmentos de materiais de construção como, tegulae e imbrices, a atestar no fundo o caráter de longa permanência das estruturas estão erigidas, ao mesmo tempo que a importância estratégica do local, não apenas em termos defensivos e, por conseguinte, administrativos, como, ainda, ao nível dos recursos cinegéticos, fortemente propiciados pela proximidade do rio Douro, uma das principais vias de comunicação com as regiões circunvizinhas e recurso privilegiado do quotidiano das gentes que o escolheram ao longo dos séculos, senão mesmo milénios.
Uma situação que poderá ser facilmente compreendida com a descoberta, no sítio, de uma lápide referida datada do séc. I d.C., de caráter honorífico, dedicado a um militar de origem indígena, a par de um número considerável de estelas funerárias romanas, onde os nomes autóctones evidenciam uma forte latinização.

In:portugalromano.com

Sem comentários:

Enviar um comentário