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SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Torre de Moncorvo recebe campeonato nacional de carrinhos de rolamento
Torre de Moncorvo recebeu a prova número 17 do campeonato nacional de carrinhos de rolamentos.
Um percurso de 900 metros de extensão, risco médio, e uma inclinação de 10 a 12%, que as equipas arriscaram fazer.
Um percurso de 900 metros de extensão, risco médio, e uma inclinação de 10 a 12%, que as equipas arriscaram fazer.
Protesto de professores de Bragança contra "epidemia" de destacamentos
Mais de 300 professores do distrito de Bragança alegaram motivo de doença, o que lhes permitiu serem colocados mais próximo de casa. Distrito é recordista da chamada mobilidade especial.
Algumas dezenas de professores manifestaram-se hoje, em Bragança, contra o número elevado de destacamentos por doença de colegas, num caso que já apelidam de "epidemia" e que querem que seja averiguada pelas entidades competentes.
Mais de 300 professores do distrito de Bragança pediram condições específicas por motivo de doença, o que lhes permitiu serem colocados mais próximo de casa e faz deste ano letivo recordista da chamada mobilidade especial.
Alguns dos professores que acabaram por ser colocados mais longe de casa ou ficaram sem colocação por os lugares serem ocupados pelos destacados manifestaram-se hoje, em frente à Escola Emídio Garcia de Bragança, falando de "injustiça".
"Quando há um surto destes, em primeiro lugar é verificar qual é a calamidade, qual é a epidemia que se passa, que é uma epidemia, se calhar, forjada e imaginada por algumas pessoas por interesses pessoais", afirmou Nuno Alves.
Este professor do primeiro ciclo com 51 anos de idade e 21 em sala de aula reside em Bragança e foi colocado em Mogadouro, a 80 quilómetros de casa, segundo disse, devido a esta situação.
O caso do número elevado de professores a recorrerem à mobilidade especial foi noticiado pelo jornal Mensageiro de Bragança, no final de julho, num artigo que dava conta da alegada epidemia que terá incapacitado os docentes desta região.
O distrito de Bragança é no país um dos que concentra maior número de pedidos de Mobilidade por Doença, os antigos Destacamentos por Condições Específicas, e este ano a colocação dos professores beneficiados ocorreu antes do concurso nacional.
Além de estranhar toda esta situação, Nuno Alves considerou que "é suspeito haver de um momento para o outro quase 70% do universo dos professores do distrito de Bragança a pedirem condições específicas".
"E acho mais estranho quem defere esse tipo de situações que não pare primeiro para verificar o que é que se passa de facto", acrescentou.
Este docente considerou ainda injusto estes colegas ficarem à frente de outros que têm maior graduação.
"Tem de haver um critério, um certo formato justo para toda a gente, não só para um número privilegiado de pessoas", reclamou.
Lurdes Gonçalo é professora há 28 anos, trabalhou sempre no distrito de Bragança e agora tem de ir para fora. Foi colocada em Vila Real.
A docente remete para as juntas médicas e inspeção a verificação sobre se as doenças invocadas são verdadeiras ou não, mas defende que os professores colocados neste regime especial "podiam ocupar outras funções e não tirarem o lugar a outros colegas".
Já Jacinta Eugénio não foi colocada depois de 27 anos de serviço.
"Sentimo-nos humilhadas", afirmou, considerando este concurso da mobilidade especial "muito injusto" e reclamando que os professores doentes deviam "ocupar outras funções" e não "estar a tirar o lugar a colegas com muitos anos de serviço"
Agência Lusa
Fotografia © Artur Machado/Globalimagens |
Mais de 300 professores do distrito de Bragança pediram condições específicas por motivo de doença, o que lhes permitiu serem colocados mais próximo de casa e faz deste ano letivo recordista da chamada mobilidade especial.
Alguns dos professores que acabaram por ser colocados mais longe de casa ou ficaram sem colocação por os lugares serem ocupados pelos destacados manifestaram-se hoje, em frente à Escola Emídio Garcia de Bragança, falando de "injustiça".
"Quando há um surto destes, em primeiro lugar é verificar qual é a calamidade, qual é a epidemia que se passa, que é uma epidemia, se calhar, forjada e imaginada por algumas pessoas por interesses pessoais", afirmou Nuno Alves.
Este professor do primeiro ciclo com 51 anos de idade e 21 em sala de aula reside em Bragança e foi colocado em Mogadouro, a 80 quilómetros de casa, segundo disse, devido a esta situação.
O caso do número elevado de professores a recorrerem à mobilidade especial foi noticiado pelo jornal Mensageiro de Bragança, no final de julho, num artigo que dava conta da alegada epidemia que terá incapacitado os docentes desta região.
O distrito de Bragança é no país um dos que concentra maior número de pedidos de Mobilidade por Doença, os antigos Destacamentos por Condições Específicas, e este ano a colocação dos professores beneficiados ocorreu antes do concurso nacional.
Além de estranhar toda esta situação, Nuno Alves considerou que "é suspeito haver de um momento para o outro quase 70% do universo dos professores do distrito de Bragança a pedirem condições específicas".
"E acho mais estranho quem defere esse tipo de situações que não pare primeiro para verificar o que é que se passa de facto", acrescentou.
Este docente considerou ainda injusto estes colegas ficarem à frente de outros que têm maior graduação.
"Tem de haver um critério, um certo formato justo para toda a gente, não só para um número privilegiado de pessoas", reclamou.
Lurdes Gonçalo é professora há 28 anos, trabalhou sempre no distrito de Bragança e agora tem de ir para fora. Foi colocada em Vila Real.
A docente remete para as juntas médicas e inspeção a verificação sobre se as doenças invocadas são verdadeiras ou não, mas defende que os professores colocados neste regime especial "podiam ocupar outras funções e não tirarem o lugar a outros colegas".
Já Jacinta Eugénio não foi colocada depois de 27 anos de serviço.
"Sentimo-nos humilhadas", afirmou, considerando este concurso da mobilidade especial "muito injusto" e reclamando que os professores doentes deviam "ocupar outras funções" e não "estar a tirar o lugar a colegas com muitos anos de serviço"
Agência Lusa
INSTRUMENTOS MUSICAIS TRADICIONAIS PORTUGUESES
Acordeão e Concertina
O acordeão é mais conhecido em Portugal como ‘harmónio’. É maior do que a concertina e é bastante utilizado em várias regiões do país, sobretudo na parte norte. A concertina, além de ser mais pequena tem a caixa hexagonal. Estes dois são instrumentos, que não tiveram origem em Portugal mas que foram introduzidos no país e aqui tiveram grande difusão. Vindo a ocupar, muitas vezes, o tocar da viola. Hoje existem algumas regiões do país onde mesmo o acordeão já não tem a força que teve. É o caso de Venha Garcia, na Beira Baixa onde a 'Ti Chitas” recorda o tempo em que os bailes, chegavam a ser feitos só com o acordeão. Lembra também outras situações em que ele era bastante utilizado, como nas romarias ou mesmo nas peregrinações a Fátima.
Adufe e Pandeiro
O adufe é um instrumento oriundo da região da Beira Baixa. É tradicionalmente feito e tocado pelas mulheres: as adufeiras. É um instrumento quadrangular que é feito a partir da pele dos animais da região. O facto de serem zonas ricas em pastorícia justifica de algum modo a grande explosão de adufes saídos das mãos habilidosas das mulheres da Beira Interior. Antigamente era vulgar as pessoas juntarem-se em casa umas das outras ou no largo do pelourinho daquele lugar e tocarem adufe ao despique. Os homens jogavam o "truque” (um jogo de cartas) e as mulheres cantavam, dançavam e tocavam. O adufe também esteve desde sempre ligado aos acontecimentos religiosos e às romarias, mesmo na Quaresma quando os divertimentos eram “proibidos". O adufe era o instrumento que acompanhava as melodias tristes, próprias da quadra. Em Trás-os-Montes e no Alentejo o adufe é mais conhecido por pandeiro. Na província transmontana a sua decoração é mais sóbria. Já no Alentejo, os pandeiros são enfeitados com cores mais garridas. Em Trás-os-Montes eram igualmente tocados pelas mulheres por ocasião dos “jogos de roda" e das “danças em paralelo”. Eram antigas formas de convívio que ainda acontecem uma vez por outra e que antigamente eram bastante frequentes por ocasião do fim das fainas agrícolas. Para terminar a apanha da azeitona, a apanha da amêndoa e as colheitas do trigo, reuniam-se as pessoas e os instrumentos e faziam-se grandes paródias. Há cerca de cinquenta anos atrás, quando ainda se fazia a monda, as raparigas levavam consigo o pandeiro para irem tocando pelo caminho e os rapazes transportavam o realejo, a gaita-de-beiços e a pandeireta, que também não faltava, quando apela a animação. Cantavam, tocavam e até dançavam enquanto iam e vinham da faina. Dizem os mais antigos da região de Bragança que, eram tempos muito mais animados, em que as pessoas eram alegres. Agora, dizem que as novas tecnologias são fatores de dispersão para os mais novos, que deixariam de ligar às riquezas da tradição.
Bandolim
Tem a forma um pouco semelhante a uma guitarra portuguesa, mas a sua caixa é mais estreita. É muito tocado no norte, onde o podemos ver acompanhar as danças minhotas. É um instrumento de origem italiana que entrou em Portugal e por cá ficou. Dizem os artesãos que os fabricam na região de Braga, que os tradicionais são feitos de madeira boa e de forma artesanal, enquanto os que se vendem agora no mercado são mais pequenos e são feitos de madeira prensada.
Caixa e Bombo
Quem o vê passar pendurado ao pescoço do instrumentista, não pode deixar de sentir uma espécie de respeito, que vai aumentando á medida que ele levanta o (pau) para dar a primeira pancada. Estamos a falar do Bombo que com o seu ar imponente marca uma presença especial no “gaiteiro". Gaiteiro é precisamente o nome atribuído ao grupo instrumental composto pelo bombo, pela caixa e
pela gaita-de-foles, sempre presente nas festas e romarias que vão desde o norte à região de Pombal. Quando chega a altura da festa do santo, o gaiteiro anda pelas ruas, quer se trate de desfiles, de peditórios, de cortejos ou de procissões. No Minho são conhecidos como 'Zés Pereiras' e é sobretudo no Carnaval, que eles entram em ação.
Em Trás-os-Montes, o gaiteiro é usual nas, "festas dos rapazes", que acontecem todos os anos no Natal. É acompanhado pelos ferrinhos. A caixa é igualmente da família dos tambores mas tem um tamanho mais reduzido. Nas festas do Espírito Santo nos Açores também vamos encontrar o tambor, os trinchos e os testos.
Castanholas
Ao contrário da que muitos de nós podemos pensar, castanholas não são apenas um instrumento de terras de Espanha, elas também existem em Portugal, tocadas e feitas por mãos habilidosas, normalmente de pastores. São talhadas nas mais variadas formas e feitios e como que esculpidas com a ponta da navalha. Eram comuns tanto na região de Trás-os-Montes, como no Alentejo e ajudavam a dar ritmo. Ainda hoje são utilizadas nas “festas dos rapazes" em Trás-os-Montes. O que acontecia muitas vezes, sobretudo nas regiões onde as pessoas são menos preocupadas com a estética, é que bastava pegar em duas tabuinhas ou em duas pedras e juntá-las, pois mesmo sem grandes requintes, já era possível obter o som desejado.
Cavaquinho
É nas rusgas minhotas que vamos encontrar o cavaquinho em toda a sua popularidade. É um instrumento semelhante à viola mas de pequenas dimensões, e com um timbre agudo. Tem um carácter exclusivamente lúdico e profano e tanto pode aparecer sozinho para acompanhar o canto, como acompanhado pela viola, violão ferrinhos, tambor e reque-reque. Dizem os entendidos que é um instrumento que se adapta bem às vozes agudas das mulheres do Minho, bem como ao ritmo das ‘chulas', dos "viras', dos "malhões" e "canas verdes". A sua importância na região minhota é tal que ainda não há muitos anos, não havia casa rural em Guimarães que não tivesse um cavaquinho.
No entanto e apesar de ser aí que ele adquire maior expressão, não é só no Minho que podemos encontrar este instrumento popular: Lisboa, Algarve e Madeira também têm uma palavra a dizer sobre o assunto. Trata-se de cavaquinhos muito semelhantes entre si e um pouco diferentes do minhoto, quer na forma quer na função em que são aplicados. O do norte tem a caixa em boca de raia e é utilizado em festas populares. O do sul tem a boca redonda, é um pouco mais curto de caixa e mais comprido de braço e é essencialmente um instrumento de tuna, embora hoje, seja também muito utilizado na música tradicional portuguesa e folclórica. Na Madeira o cavaquinho tem praticamente as mesmas características da do sul, mas é mais conhecido por "braguinha”.
Este instrumento popular cuja origem levanta muitas duvidas foi levado também para o Brasil, Cabo-Verde e ... Havai, onde é conhecido por 'ukulele' que significa “salto da pulga”.
Chincalho, Reclamo e Zaclitrac
São três instrumentos com sons peculiares e utilizados em diferentes situações. O chincalho é feito de madeira com umas caricas pregadas na parte superior que é tradicional da região do Alto Alentejo e que antigamente os rapazes levavam às sortes. O reclamo, é igualmente feito de madeira e a sua função é essencialmente a de atrair a caça. Trata-se de dois paus de madeira: um tem furos e é friccionado pelo outro. O zaclitrac é uma matraca de martelos, tudo feito em madeira e executada pelas gentes das aldeias ao norte de Viana do Castelo. É sobretudo nessa região que o zaclitrac é utilizado nas cerimónias da semana Santa e festejas tradicionais como, o Carnaval e S. Martinho.
Flautas
São vários os tipos de flautas tocadas de norte a sul do país. Geralmente são feitas pelos pastores nas horas de pastoreio, vão aplicando a ponta da navalha em pedaços de cana ou pau e talhando bonitas flautas. É o caso das flautas feitas pelos boiadeiros na região de Trás-os-Montes, talhadas em pau de freixo ou em cana, secos. Hoje apesar dela não ser tão frequente ainda é possível encontrar alguns pastores que se dedicar a fazer este tipo de esculturas funcionais. É curioso notar que na região de Miranda existe uma maior preocupação estética com as flautas e com os restantes instrumentos. Uma das justificações para tal pode ser atribuída ao facto de não existir cultivo de azeite nem amêndoa, nesta região, sendo a pastorícia a grande atividade a que se dedica a população. Ora, isso deixa-lhes mais tempo livre para trabalharem os objectos. Mais para sul, na região da Beira baixa, ainda é possível encontrarmos quem faça e toque as tradicionais flautas de cana.
A flauta de barro também podia ser encontrada em Trás-os-Montes e normalmente era a flauta em que aí se aprendia a tocar.
A flauta transversal, ou fraita, como há quem lhe chame, é outro tipo de flauta que os rapazes de Trás-os-Montes faziam sobretudo no Carnaval, pegando num pedaço de cana e forrando-o com papel numa das extremidades.
A flauta de tamborileiro, deve o seu nome ao fado de ser tocada em conjunto com um tamboril pela mesma pessoa, o tamborileiro. Ainda é frequente encontrarmos este tipo de instrumento em Miranda do Douro, a acompanhar os Pauliteiros.
Gaita-de–Foles
É companheira de festa e de folia e nas suas digressões pelas ruas das aldeias portuguesas, que vão do norte ao centro do país tem quase sempre como companheiros o rufar da caixa e o estrondo do bombo. O este conjunto de instrumentos dá-se precisamente o nome de “gaiteiro”. Trás-os-Montes, Minho, Beira Litoral e Estremadura são as províncias onde podemos encontrar as tradições da gaita-de-foles. É um instrumento essencialmente popular e lúdico próprio para festas de aldeias, cortejos, marchas, casamentos mas também cerimónias religiosas, como procissões ou na época natalícia, a “missa no galo”. Era assim há tempos atrás na região de Coimbra, Estremadura e Ribatejo, regiões onde o instrumento foi esmorecendo ao longo do tempo. Mesmo assim, nas aldeias ao redor de Coimbra ainda são vulgares as procissões e os peditórios acompanhados de gaiteiro. Mas é em Trás-os-Montes, onde a gaita-de-foles goza de maior rusticidade, que o instrumento assume maior importância. O 'beijar do Menino’, as danças dos pauliteiros, os peditórios, os casamentos e outros acontecimentos festivos ainda são motivos para tocar a gaita-de-foles. É um instrumento com uma longa história para contar. A sua fama não se resume às fronteiras portuguesas, pois quem nunca ouviu falar das gaitas escocesas? A sua origem está tradicionalmente associada aos pastores, quer se trate de Portugal ou dos outros países. E não são poucos, aqueles em que vingou: na Idade Media aparece espalhada por todos os países da Europa bem como Ásia e norte de África. A grande diferença entre a portuguesa e a dos outros países está no facto da nossa ser mais rude e própria para tocar na rua. Outras há, de timbre mais suave que são tocadas dentro de casa. Hoje, grande parte das gaitas-de-foles vêm da Galiza, porque há pouco quem as faça em Portugal. A sua marca dominante continuam a ser as franjas garridas, mas, o saco que antigamente era feito de pele de cabrito, cabra ou carneiro passou a ser feito de borracha.
Genebres
É colocado ao pescoço e tocado como um xilofone. Apareceu a ser tocado pelos homens da aldeia de Lousa, perto de Castelo Branco, no século XVII, naquela que ficou para sempre conhecida como a ‘dança dos homens". Ninguém sabe a sua origem. Já se fizeram várias tentativas para fazer replicas, usando vários tipos de madeira, mas o material que lhe deu forma permanece no segredo dos deuses. Em tempos, chegou-se mesmo a mandar vir madeira das colónias ultramarinas mas, o facto é que nunca se detetou nenhuma igual à original. Algumas madeiras africanas emitem um som parecido, mas nunca é exatamente o mesmo. Existe apenas um exemplar de genebres ('genéves ou naves') originais, que saem às ruas de Lousa no terceiro domingo de Maio, para celebrar a “dança dos homens". Segundo a descrição das gentes da aldeia “dá um som mais ou menos uniforme e marca com as bandurras o ritmo da contradança em que entram cadenciadamente, os moços dos pandeiros”. Ninguém canta... ninguém diz nada. Apenas o mover dos pés e os sons surdos dos instrumentos, quebram aquele silêncio religioso”.
Guitarra portuguesa
Emite sons que dão voz à alma e força aos sentimentos. É dedilhada por grandes mestres e
amada pelos orgulhosos da tradição. Chama-se guitarra. Guitarra portuguesa. E é o mais precioso símbolo dos instrumentos tradicionais portugueses. Apesar de ser conhecida como guitarra portuguesa, podemos encontrar três tipos um pouco diferentes, consoante o local onde surgiram. Estamos a falar da guitarra do Porto, da guitarra de Coimbra e da guitarra Lisboa. Hoje já praticamente não se distingue a guitarra do Porto da de Lisboa, mas entre de Coimbra e de Lisboa, ainda é possível encontrarmos algumas diferenças significativas quer em termos de forma, quer em termos de som. A diferença mais visível é a da forma voluta, (a extremidade superior da guitarra).
A do Porto termina em rosa, a de Coimbra escudo e a de Lisboa em caracol. Esta última é
bastante mais ornamentada do que a Coimbra. Enquanto a guitarra de Lisboa, apresenta
embutidos em madrepérola, a de Coimbra é bastante mais simples, pois a sua tradição está
ligada aos estudantes, que não têm dinheiro para grandes ornamentos. A guitarra de Coimbra é afinada um tom abaixo do normal e por isso tem as cordas mais grossas para aguentar a tensão. Dizem os mestres que as dedilham que existem também pequenas diferenças na técnica de execução. O timbre é por si só um motivo de diferença entre ambas e apesar de acompanhar o tradicional fado de Coimbra, a guitarra daquela cidade é um instrumento de solo por excelência.
Quanto á origem deste belo instrumento que se convencionou chamar guitarra portuguesa,
nada está definido. Esta é, aliás, uma questão que levanta polémica e que parece esta longe de um consenso. Há quem defenda que ela descende da citara e há quem diga que ela advêm da guitarra inglesa que os ingleses trouxeram para a Porto quando começaram a comercializar o vinho do Porto. Há também quem afirme que foi já neste século que lhe foi dada a forma fina e o perfil de guitarra portuguesa. Quem goza da fama de ter sido mestre nessa obra é, Artur Paredes (pai de Carlos Paredes) e João Grácio, avô de Gilberto Grácio e grande exímio na arte de fazer guitarras. Uma das alterações significativas depois das mãos destes homens foi o aumento da caixa e consequentemente da sua sonoridade.
Hoje a guitarra portuguesa continua a ser um elemento fundamental no acompanhamento do fado. Quer se trate do fado de Coimbra, quer se trate do fado castiço, (Lisboa). Quanto ao seu fabrico, já não são muitos os mestres que pegam na madeira e dão forma aos mais belos e fidedignos exemplares. O pau-santo, o êbano, o mogno e o spruce, são as madeiras que quando trabalhadas por artesãos exímios, permitem o som 'magico' da guitarra portuguesa.
Rabeca
É conhecida como rabeca chuleira e é em terras animadas do Minho, que o seu som é particularmente apreciado. É muito parecida com o violino mas tem uma escala mais aguda e o braço bastante mais curto. É afinada uma oitava acima daquele e dizem os que sabem tocar que não é nada fácil. Os antigos, muitos deles aprenderam a tocar de ouvido. É o caso de Bernardo Ribeiro de um lugar perto de Amarante. Foi à localidade de Baião comprar a sua rabeca e depois foi a casa de um vizinho para lha afinar. Levou-a para casa e aprendeu sozinho, de ouvido. Já se passaram 40 anos e ele lá continua com a sua rabeca em tudo o que é chula da região. É que este instrumento pode ser considerado o grande “maestro” da chula em terras que se estendem do Douro até Amarante, Guimarães e Santo Tirso, pois no Minho é caso para dizer: “em terra de chulas quem tem uma rabeca é rei”. É ela que comanda e dá o tom aos restantes instrumentos que compõem o grupo: a viola braguesa, o violão, os ferrinhos e o bombo.
Reque-Reque ou Reco-Reco
O som do reque-reque chega-nos das terras do Minho. É um instrumento que antigamente os homens faziam facilmente: pegavam numa tábua ou cana e faziam-lhes uns dentes (cortes) e friccionavam-nos, com uma cana rachada. Este instrumento era muito utilizado nas festas populares minhotas. Em Amarante era também tocado nas Janeiras e na altura dos Reis, quando as pessoas ainda tinham o hábito de andar com uma viola, um cavaquinho, um bombo e um reque-reque de casa em casa a cantar, a tocar e a beber uns copos.
Sarronca ou Ronca
Este é um instrumento que pode ser integrado na categoria dos membranofones, isto é, instrumentos feitos a partir da pele dos animais. É o caso da 'zamburra’ que é como ela é mais conhecida em Trás-os-Montes e na Beira Baixa. No fundo, é um tambor feito de uma base de barro ou madeira, que é coberta por uma pele que tem ao centro um elemento fixo, que é esfregado e do qual sai a vibração. Era utilizada em toda a faixa ocidental do norte e também nas regiões pastoris do interior.
Em Trás-os-Montes, por exemplo, ela era utilizada como acompanhamento do violão, da rabeca e da guitarra nos encontros de taberna. Na Beira Baixa, a ‘zamburra’ já deixou de ser tocada, mas antigamente era utilizada num cerimonial muito peculiar. Durante a Quaresma, as gentes da aldeia iam com ela a casa das pessoas idosas, cantar e tocar numa cerimónia a que se dava o nome de 'serração da velha’.
Este instrumento era ainda utilizado noutras circunstâncias como nas batidas aos lobos feitas pelos caçadores e pastores.
Sanfona
Decerto já todos ouvimos algum comentário menos favorável a respeito da sanfona.
Começou por ser um instrumento só para alguns. Foi célebre pelas suas capacidades e pela doçura da sua melodia. Hoje, porém, é lembrada como algo insuportável, desafinado e ensurdecedor, isto tem uma razão de ser.
É que aquele instrumento complicado, de cordas, com teclas e ainda por cima, com uma manivela. Não teve uma vida fácil. E dizemos 'não teve’, porque a sua época já terminou.
Hoje já praticamente ninguém sabe o que é uma sanfona, sabem apenas, que é algo pouco
melodioso. Mas o melhor é perceber o seu percurso. A sua história não se limita ao nosso país. Surgiu por volta do século XIII sob a designação de 'chinfónia’ ou “sinfónia" e por detrás da sua origem está um outro instrumento medieval, chamado “organistrum”, ainda mais complicado e que só era possível de ser tocado por duas pessoas em simultâneo.
Uma vez que o “organistrum" tinha um carácter essencialmente monástico, a sanfona veio permitir uma laicização daquele instrumento e passou a ser tocada apenas por uma pessoa, o que não é nada fácil. Começou por ser tocada por príncipes, trovadores e jograis, mas com o tempo, foi passando de mãos para mãos e no século XIX, já era vulgar nas mãos dos cegos e dos mendigos, que a utilizavam para andar a pedir de porta em porta.
E assim, aquele que começou por ser um instrumento cuidadosamente tocado, deixou de o ser. Passou a estar desacreditada e foi essa a memória que ficou para a posteridade. Hoje, já nem nas mãos dos mendigos a encontramos, porque pura e simplesmente passou á extinção. Ainda é possível ver um exemplar no Museu Verdades de Faria e outro na fundação Calouste Gulbenkian, mas que já praticamente quase ninguém arrisca a tocar.
É que fazê-lo implica dar à manivela, com a mão direita, que acciona as cordas e com a mão esquerda dedilhar as teclas. Não é tarefa fácil.
Viola Amarantina ou Dos Corações
O seu berço situa-se na bonita cidade de Amarante. Pelo menos, assim nos faz crer o nome com que foi batizada. Hoje já está praticamente extinta naquelas paragens, mas tempos houve em que a viola dos corações era uma companhia indispensável no caminho para as mondas ou nos serões animados nas eiras, onde se espadelava o linho ou desfolhava o milho. Faziam-se as alegres 'jogatadas’ às vezes duas e três vezes por semana, em que se cantava, dançava e tocava, sempre com a presença da viola amarantina. Acompanhava também a rabeca nas tradicionais ‘chuladas’, a par do bombo, dos ferrinhos e do violão.
Hoje já praticamente, não há quem faça este instrumento tradicional que exige muita paciência por parte de quem a trabalha e para o qual são necessários vários tipos de madeira: pinho, flandre para o tampo, nogueira para as costas e ilhargas, cerejeira para o braço e pau-preto ou pau-santo para a escala.
As gentes de Amarante também guardam na sua tradição a viola chuleira. É muito parecida com a viola amarantina, da qual diverge apenas na escala. É típica do lugar de S. Simão nas redondezas de Amarante e, tal como o próprio nome indica, é tocada nas chuladas.
Viola Beiroa
Na região da Beira Baixa, somos atraídos pelo som da viola beiroa. Não se sabe ao certo a sua data de origem, o que se sabe, é que no século XVII ela surge a acompanhar outro instrumento, as «genebres» nas danças tradicionais da aldeia de Lousa. Trata-se da “dança dos homens” que tiveram origem no ano de 1640 em que uma praga de gafanhotos assolou aquela aldeia. A população acorreu à virgem dos Altos Céus em busca de auxilio, e vendo que ela tinha atendido predispôs-se a agradecer-lhe. Uns foram para a igreja e outros preferiram ficar no largo a cantar e a dança, como forma de louvor. Foi o que aconteceu com um casal e as suas oito filhas que formaram assim a "dança das Virgens". Os homens, não querendo ficar atrás também se organizaram numa característica dança.
São estas danças que todos os anos em Maio são encenadas e revividas pelas raparigas e rapazes da aldeia. Na dança dos homens, existem cinco homens que tocam a viola Beiroa, ou ‘bandurra’, como também é conhecida naquelas paragens. Originais, existem cerca de seis que atualmente lá estão dispersas por vários locais. A sua origem permanece na obscuridade mas há quem lhe atribua afinidades aos árabes. Apesar do autor das originais permanecer no segredo dos deuses, há quem lhe tente decifrar os segredos de manufatura ao fazer cópias das antigas ou ao tentar recupera-las. Mas não é só nesta aldeia que a viola beiroa tem uma longa tradição. Em toda a região de Castelo Branco é possível encontrar referências a esta viola. Ao contrario do que acontece em Lousa onde ela aparece ligada a tradições cerimoniais. A viola beiroa surgiu, na maior parte das vezes, como um instrumento utilizado em festas lúdicas do tipo serenatas ou parabéns aos noivos, normalmente acompanhada pelo adufe ou pela concertina.
De todas, esta viola portuguesa, que se encontra seriamente ameaçada pela extinção, é a que apresenta mais ornamentos. Tem uma “cintura” estreita, a boca sempre redonda e pequena e, muitas vezes, as cravelhas recortadas ao pormenor pelas mãos dos pastores.
Viola Braguesa
É na região norte de Portugal onde o povo é esfuziante por natureza e não tem receio de sair à rua para festejar, que vamos encontrar algumas belas versões das violas populares portuguesas. Ao contrário das violas tradicionais do centro e sul do país, as violas do norte ainda se mantêm como instrumento básico no acompanhamento dos acontecimentos festivos da região. É o caso da viola braguesa ou viola minhota, que as modernidades da era da imagem parecem mais longe de ameaçar. Toca-se de rasgado e é um instrumento fundamental nas chulas, nas rusgas e nos desafios. Tanto pode ser tocada a solo como acompanhar o canto e outros instrumentos como o cavaquinho, o violão, o tambor os ferrinhos, o bandolim, a rabeca. Às vezes também o acordeão, a harmónica e o reque-reque.
Existe mais do que um modelo de viola braguesa mas a mais característica tem a abertura central em 'boca de raia'. As outras dizem respeito a modelos mais antigos e apresentam bocas redondas ou ovais deitadas. Comuns a todas elas são as cinco cordas duplas. As suas medidas não são rigorosas no entanto existem duas medidas que se vulgarizaram: a de tamanho normal, que acompanha normalmente com o cavaquinho e a de tamanho mais pequeno a que se dá o nome de 'requinta’ e que é indicada para tocar sozinha ou a acompanhar o canto.
O nome de origem remete-nos para Braga mas não se sabe ao certo quando terá sido o seu nascimento. Sabe-se no entanto que a no século XVII existia um artesanato violeiro em Guimarães e Braga. Segundo diz Ernesto Veiga de Oliveira no seu livro "Instrumentos Musicais Populares Portugueses” e referindo-se a Guimarães, já em 1632 os violeiros eram “obrigados a acompanhar as procissões que se organizavam na então vila, e em especial a do Corpo de Deus, sob pena de multa”.
O Porto acabou por ser também um centro onde se foram radicando os violeiros. Bastava chegar ao bairro da Sé para os apreciar a trabalhar. Barcelos e Viana do Castelo são localidades onde este tipo de artesanato também chegou. Hoje, os artífices desta obra encontram-se sobretudo na região do Porto e de Braga.
Viola Campaniça
Já foi a menina dos olhos bonitos do povo alentejano, agora o seu destino parece condenado à extinção, pois são apenas dois os ‘mestres' que dedilham esta viola. Apesar disso, a sua origem ainda continua a dar que falar.
Não existe consenso por parte dos estudiosos das suas origens: uns acham que foram os árabes os seus pioneiros; outros encontram no trovadorismo as suas raízes.
O que se sabe é que esta viola em forma de oito se radicou na região de Castro Verde, sendo também tacada nas regiões de Odemira, Ourique, Almodôvar e parte da serra algarvia. A sua forma é bastante semelhante à viola beiroa, contudo a sua cintura é ainda mais estreita. A viola campaniça que adquiriu o nome em função da região em que se radicou, que não é de serra nem de monte mas campaniça, era nos seus tempos áureos tocada em várias circunstâncias desde os bailes e festas da aldeia às desgarradas nas
tabernas. A primeira vertente está hoje em dia completamente posta de lado. A segunda tem sido gradualmente reavivada com os cantos de despique e de baldão, acompanhados pela popular viola campaniça. Estes cantos são reanimados uma vez por mês por iniciativa da Cooperativa de Informação e Cultura-Cortiçol de Castro Verde, à semelhança das velhas tertúlias que foram muito frequentes em tempos e que começaram a ser proibidas há uns séculos a trás. Sem deixar perder a veia poética alentejana, esses serões dão luz verde aos poetas repentistas, que fazem as suas poesias no momento, sempre acompanhados pela viola Toeira. Hoje, a Cortiçol mais não faz mais, que dar um novo impulso aqueles que se acreditam ser os primitivos cantares alentejanos, acompanhados por instrumentos.
Viola da Terra
“Viola da terra” ou 'viola de arame', são os nomes que se dão ao mais popular instrumento dos Açores. A viola é um instrumento de grande rusticidade que pertence á mais antiga tradição musical do arquipélago e a sua importância tal que até há pouco tempo, como relata Ernesto Veiga de Oliveira, no livro Instrumentos Populares Musicais dos Açores, ela faria parte do enxoval do noivo e do mobiliário domestico de 50% dos casais, vendo-se geralmente no lugar de honra da casa, em cima da cama dos donos, sobre a colcha para se proteger da humidade. E figurava muitas vezes na escassa bagagem do emigrante açoriano que partia para os Estados Unidos da América. A viola atual açoriana mais comum apresenta bastantes semelhanças à viola amarantinas, com a abertura central em forma de dois corações. Consta que antigamente era vulgar a boca redonda. Porém, hoje, esse é o formato mais associado a violada Terceira, ao contrário de S. Miguel e Faial, onde predominam os dois corações.
No arquipélago, a tradição da viola está ligada aos cantares festivos as “modas" e "balhos”, desgarradas, desafios e despiques, serões animados, matanças do porco, desfolhadas e outros trabalhos coletivos. A decoração é uma das marcas significativas desta viola. Os embutidos com motivos florais em torno da boca em madeira de várias cores e osso de baleia e as incrustações em madrepérola no braço, demonstram uma significativa preocupação pela estética.
Viola Toeira
Chegamos à região de Coimbra e é com pesar que lamentamos a extinção da Viola Toeira que teve os seus momentos áureos antes da vulgarização da guitarra de Coimbrã. Tal como acontecia no norte, com as violas daquela região, a Viola Toeira era ainda há cerca de cinquenta anos o instrumento fundamental que acompanhava os acontecimentos festivos daquela região, nomeadamente as danças os cantares e as serenatas. O toque podia variar entre o dedilhar e o “pontiar”. Era utilizada tanto a solo como a acompanhar o cavaquinho o violão e a flauta e sempre que as gentes das aldeias vizinhas acorriam aos festejos de Coimbra, lá estava presente a viola toeira. No entanto o triunfo da guitarra acabou por dar o golpe de misericórdia na viola toeira, que hoje já praticamente não existe e da qual, muitos nem sequer nunca ouviram falar. A sua forma geral é em muito semelhante a viola braguesa. Tem cinco ordens com doze cordas das quais as três primeiras são duplas e duas últimas são triplas. Coimbra e Ovar eram os locais onde estas violas eram feitas, variando um pouco de modelo para modelo consoante violeiro que a fabricava.
Texto - in:semibreves.pt
O acordeão é mais conhecido em Portugal como ‘harmónio’. É maior do que a concertina e é bastante utilizado em várias regiões do país, sobretudo na parte norte. A concertina, além de ser mais pequena tem a caixa hexagonal. Estes dois são instrumentos, que não tiveram origem em Portugal mas que foram introduzidos no país e aqui tiveram grande difusão. Vindo a ocupar, muitas vezes, o tocar da viola. Hoje existem algumas regiões do país onde mesmo o acordeão já não tem a força que teve. É o caso de Venha Garcia, na Beira Baixa onde a 'Ti Chitas” recorda o tempo em que os bailes, chegavam a ser feitos só com o acordeão. Lembra também outras situações em que ele era bastante utilizado, como nas romarias ou mesmo nas peregrinações a Fátima.
Adufe e Pandeiro
O adufe é um instrumento oriundo da região da Beira Baixa. É tradicionalmente feito e tocado pelas mulheres: as adufeiras. É um instrumento quadrangular que é feito a partir da pele dos animais da região. O facto de serem zonas ricas em pastorícia justifica de algum modo a grande explosão de adufes saídos das mãos habilidosas das mulheres da Beira Interior. Antigamente era vulgar as pessoas juntarem-se em casa umas das outras ou no largo do pelourinho daquele lugar e tocarem adufe ao despique. Os homens jogavam o "truque” (um jogo de cartas) e as mulheres cantavam, dançavam e tocavam. O adufe também esteve desde sempre ligado aos acontecimentos religiosos e às romarias, mesmo na Quaresma quando os divertimentos eram “proibidos". O adufe era o instrumento que acompanhava as melodias tristes, próprias da quadra. Em Trás-os-Montes e no Alentejo o adufe é mais conhecido por pandeiro. Na província transmontana a sua decoração é mais sóbria. Já no Alentejo, os pandeiros são enfeitados com cores mais garridas. Em Trás-os-Montes eram igualmente tocados pelas mulheres por ocasião dos “jogos de roda" e das “danças em paralelo”. Eram antigas formas de convívio que ainda acontecem uma vez por outra e que antigamente eram bastante frequentes por ocasião do fim das fainas agrícolas. Para terminar a apanha da azeitona, a apanha da amêndoa e as colheitas do trigo, reuniam-se as pessoas e os instrumentos e faziam-se grandes paródias. Há cerca de cinquenta anos atrás, quando ainda se fazia a monda, as raparigas levavam consigo o pandeiro para irem tocando pelo caminho e os rapazes transportavam o realejo, a gaita-de-beiços e a pandeireta, que também não faltava, quando apela a animação. Cantavam, tocavam e até dançavam enquanto iam e vinham da faina. Dizem os mais antigos da região de Bragança que, eram tempos muito mais animados, em que as pessoas eram alegres. Agora, dizem que as novas tecnologias são fatores de dispersão para os mais novos, que deixariam de ligar às riquezas da tradição.
Bandolim
Tem a forma um pouco semelhante a uma guitarra portuguesa, mas a sua caixa é mais estreita. É muito tocado no norte, onde o podemos ver acompanhar as danças minhotas. É um instrumento de origem italiana que entrou em Portugal e por cá ficou. Dizem os artesãos que os fabricam na região de Braga, que os tradicionais são feitos de madeira boa e de forma artesanal, enquanto os que se vendem agora no mercado são mais pequenos e são feitos de madeira prensada.
Caixa e Bombo
Quem o vê passar pendurado ao pescoço do instrumentista, não pode deixar de sentir uma espécie de respeito, que vai aumentando á medida que ele levanta o (pau) para dar a primeira pancada. Estamos a falar do Bombo que com o seu ar imponente marca uma presença especial no “gaiteiro". Gaiteiro é precisamente o nome atribuído ao grupo instrumental composto pelo bombo, pela caixa e
pela gaita-de-foles, sempre presente nas festas e romarias que vão desde o norte à região de Pombal. Quando chega a altura da festa do santo, o gaiteiro anda pelas ruas, quer se trate de desfiles, de peditórios, de cortejos ou de procissões. No Minho são conhecidos como 'Zés Pereiras' e é sobretudo no Carnaval, que eles entram em ação.
Em Trás-os-Montes, o gaiteiro é usual nas, "festas dos rapazes", que acontecem todos os anos no Natal. É acompanhado pelos ferrinhos. A caixa é igualmente da família dos tambores mas tem um tamanho mais reduzido. Nas festas do Espírito Santo nos Açores também vamos encontrar o tambor, os trinchos e os testos.
Castanholas
Ao contrário da que muitos de nós podemos pensar, castanholas não são apenas um instrumento de terras de Espanha, elas também existem em Portugal, tocadas e feitas por mãos habilidosas, normalmente de pastores. São talhadas nas mais variadas formas e feitios e como que esculpidas com a ponta da navalha. Eram comuns tanto na região de Trás-os-Montes, como no Alentejo e ajudavam a dar ritmo. Ainda hoje são utilizadas nas “festas dos rapazes" em Trás-os-Montes. O que acontecia muitas vezes, sobretudo nas regiões onde as pessoas são menos preocupadas com a estética, é que bastava pegar em duas tabuinhas ou em duas pedras e juntá-las, pois mesmo sem grandes requintes, já era possível obter o som desejado.
Cavaquinho
É nas rusgas minhotas que vamos encontrar o cavaquinho em toda a sua popularidade. É um instrumento semelhante à viola mas de pequenas dimensões, e com um timbre agudo. Tem um carácter exclusivamente lúdico e profano e tanto pode aparecer sozinho para acompanhar o canto, como acompanhado pela viola, violão ferrinhos, tambor e reque-reque. Dizem os entendidos que é um instrumento que se adapta bem às vozes agudas das mulheres do Minho, bem como ao ritmo das ‘chulas', dos "viras', dos "malhões" e "canas verdes". A sua importância na região minhota é tal que ainda não há muitos anos, não havia casa rural em Guimarães que não tivesse um cavaquinho.
No entanto e apesar de ser aí que ele adquire maior expressão, não é só no Minho que podemos encontrar este instrumento popular: Lisboa, Algarve e Madeira também têm uma palavra a dizer sobre o assunto. Trata-se de cavaquinhos muito semelhantes entre si e um pouco diferentes do minhoto, quer na forma quer na função em que são aplicados. O do norte tem a caixa em boca de raia e é utilizado em festas populares. O do sul tem a boca redonda, é um pouco mais curto de caixa e mais comprido de braço e é essencialmente um instrumento de tuna, embora hoje, seja também muito utilizado na música tradicional portuguesa e folclórica. Na Madeira o cavaquinho tem praticamente as mesmas características da do sul, mas é mais conhecido por "braguinha”.
Este instrumento popular cuja origem levanta muitas duvidas foi levado também para o Brasil, Cabo-Verde e ... Havai, onde é conhecido por 'ukulele' que significa “salto da pulga”.
Chincalho, Reclamo e Zaclitrac
São três instrumentos com sons peculiares e utilizados em diferentes situações. O chincalho é feito de madeira com umas caricas pregadas na parte superior que é tradicional da região do Alto Alentejo e que antigamente os rapazes levavam às sortes. O reclamo, é igualmente feito de madeira e a sua função é essencialmente a de atrair a caça. Trata-se de dois paus de madeira: um tem furos e é friccionado pelo outro. O zaclitrac é uma matraca de martelos, tudo feito em madeira e executada pelas gentes das aldeias ao norte de Viana do Castelo. É sobretudo nessa região que o zaclitrac é utilizado nas cerimónias da semana Santa e festejas tradicionais como, o Carnaval e S. Martinho.
Flautas
São vários os tipos de flautas tocadas de norte a sul do país. Geralmente são feitas pelos pastores nas horas de pastoreio, vão aplicando a ponta da navalha em pedaços de cana ou pau e talhando bonitas flautas. É o caso das flautas feitas pelos boiadeiros na região de Trás-os-Montes, talhadas em pau de freixo ou em cana, secos. Hoje apesar dela não ser tão frequente ainda é possível encontrar alguns pastores que se dedicar a fazer este tipo de esculturas funcionais. É curioso notar que na região de Miranda existe uma maior preocupação estética com as flautas e com os restantes instrumentos. Uma das justificações para tal pode ser atribuída ao facto de não existir cultivo de azeite nem amêndoa, nesta região, sendo a pastorícia a grande atividade a que se dedica a população. Ora, isso deixa-lhes mais tempo livre para trabalharem os objectos. Mais para sul, na região da Beira baixa, ainda é possível encontrarmos quem faça e toque as tradicionais flautas de cana.
A flauta de barro também podia ser encontrada em Trás-os-Montes e normalmente era a flauta em que aí se aprendia a tocar.
A flauta transversal, ou fraita, como há quem lhe chame, é outro tipo de flauta que os rapazes de Trás-os-Montes faziam sobretudo no Carnaval, pegando num pedaço de cana e forrando-o com papel numa das extremidades.
A flauta de tamborileiro, deve o seu nome ao fado de ser tocada em conjunto com um tamboril pela mesma pessoa, o tamborileiro. Ainda é frequente encontrarmos este tipo de instrumento em Miranda do Douro, a acompanhar os Pauliteiros.
Gaita-de–Foles
É companheira de festa e de folia e nas suas digressões pelas ruas das aldeias portuguesas, que vão do norte ao centro do país tem quase sempre como companheiros o rufar da caixa e o estrondo do bombo. O este conjunto de instrumentos dá-se precisamente o nome de “gaiteiro”. Trás-os-Montes, Minho, Beira Litoral e Estremadura são as províncias onde podemos encontrar as tradições da gaita-de-foles. É um instrumento essencialmente popular e lúdico próprio para festas de aldeias, cortejos, marchas, casamentos mas também cerimónias religiosas, como procissões ou na época natalícia, a “missa no galo”. Era assim há tempos atrás na região de Coimbra, Estremadura e Ribatejo, regiões onde o instrumento foi esmorecendo ao longo do tempo. Mesmo assim, nas aldeias ao redor de Coimbra ainda são vulgares as procissões e os peditórios acompanhados de gaiteiro. Mas é em Trás-os-Montes, onde a gaita-de-foles goza de maior rusticidade, que o instrumento assume maior importância. O 'beijar do Menino’, as danças dos pauliteiros, os peditórios, os casamentos e outros acontecimentos festivos ainda são motivos para tocar a gaita-de-foles. É um instrumento com uma longa história para contar. A sua fama não se resume às fronteiras portuguesas, pois quem nunca ouviu falar das gaitas escocesas? A sua origem está tradicionalmente associada aos pastores, quer se trate de Portugal ou dos outros países. E não são poucos, aqueles em que vingou: na Idade Media aparece espalhada por todos os países da Europa bem como Ásia e norte de África. A grande diferença entre a portuguesa e a dos outros países está no facto da nossa ser mais rude e própria para tocar na rua. Outras há, de timbre mais suave que são tocadas dentro de casa. Hoje, grande parte das gaitas-de-foles vêm da Galiza, porque há pouco quem as faça em Portugal. A sua marca dominante continuam a ser as franjas garridas, mas, o saco que antigamente era feito de pele de cabrito, cabra ou carneiro passou a ser feito de borracha.
Genebres
É colocado ao pescoço e tocado como um xilofone. Apareceu a ser tocado pelos homens da aldeia de Lousa, perto de Castelo Branco, no século XVII, naquela que ficou para sempre conhecida como a ‘dança dos homens". Ninguém sabe a sua origem. Já se fizeram várias tentativas para fazer replicas, usando vários tipos de madeira, mas o material que lhe deu forma permanece no segredo dos deuses. Em tempos, chegou-se mesmo a mandar vir madeira das colónias ultramarinas mas, o facto é que nunca se detetou nenhuma igual à original. Algumas madeiras africanas emitem um som parecido, mas nunca é exatamente o mesmo. Existe apenas um exemplar de genebres ('genéves ou naves') originais, que saem às ruas de Lousa no terceiro domingo de Maio, para celebrar a “dança dos homens". Segundo a descrição das gentes da aldeia “dá um som mais ou menos uniforme e marca com as bandurras o ritmo da contradança em que entram cadenciadamente, os moços dos pandeiros”. Ninguém canta... ninguém diz nada. Apenas o mover dos pés e os sons surdos dos instrumentos, quebram aquele silêncio religioso”.
Guitarra portuguesa
Emite sons que dão voz à alma e força aos sentimentos. É dedilhada por grandes mestres e
amada pelos orgulhosos da tradição. Chama-se guitarra. Guitarra portuguesa. E é o mais precioso símbolo dos instrumentos tradicionais portugueses. Apesar de ser conhecida como guitarra portuguesa, podemos encontrar três tipos um pouco diferentes, consoante o local onde surgiram. Estamos a falar da guitarra do Porto, da guitarra de Coimbra e da guitarra Lisboa. Hoje já praticamente não se distingue a guitarra do Porto da de Lisboa, mas entre de Coimbra e de Lisboa, ainda é possível encontrarmos algumas diferenças significativas quer em termos de forma, quer em termos de som. A diferença mais visível é a da forma voluta, (a extremidade superior da guitarra).
A do Porto termina em rosa, a de Coimbra escudo e a de Lisboa em caracol. Esta última é
bastante mais ornamentada do que a Coimbra. Enquanto a guitarra de Lisboa, apresenta
embutidos em madrepérola, a de Coimbra é bastante mais simples, pois a sua tradição está
ligada aos estudantes, que não têm dinheiro para grandes ornamentos. A guitarra de Coimbra é afinada um tom abaixo do normal e por isso tem as cordas mais grossas para aguentar a tensão. Dizem os mestres que as dedilham que existem também pequenas diferenças na técnica de execução. O timbre é por si só um motivo de diferença entre ambas e apesar de acompanhar o tradicional fado de Coimbra, a guitarra daquela cidade é um instrumento de solo por excelência.
Quanto á origem deste belo instrumento que se convencionou chamar guitarra portuguesa,
nada está definido. Esta é, aliás, uma questão que levanta polémica e que parece esta longe de um consenso. Há quem defenda que ela descende da citara e há quem diga que ela advêm da guitarra inglesa que os ingleses trouxeram para a Porto quando começaram a comercializar o vinho do Porto. Há também quem afirme que foi já neste século que lhe foi dada a forma fina e o perfil de guitarra portuguesa. Quem goza da fama de ter sido mestre nessa obra é, Artur Paredes (pai de Carlos Paredes) e João Grácio, avô de Gilberto Grácio e grande exímio na arte de fazer guitarras. Uma das alterações significativas depois das mãos destes homens foi o aumento da caixa e consequentemente da sua sonoridade.
Hoje a guitarra portuguesa continua a ser um elemento fundamental no acompanhamento do fado. Quer se trate do fado de Coimbra, quer se trate do fado castiço, (Lisboa). Quanto ao seu fabrico, já não são muitos os mestres que pegam na madeira e dão forma aos mais belos e fidedignos exemplares. O pau-santo, o êbano, o mogno e o spruce, são as madeiras que quando trabalhadas por artesãos exímios, permitem o som 'magico' da guitarra portuguesa.
Rabeca
É conhecida como rabeca chuleira e é em terras animadas do Minho, que o seu som é particularmente apreciado. É muito parecida com o violino mas tem uma escala mais aguda e o braço bastante mais curto. É afinada uma oitava acima daquele e dizem os que sabem tocar que não é nada fácil. Os antigos, muitos deles aprenderam a tocar de ouvido. É o caso de Bernardo Ribeiro de um lugar perto de Amarante. Foi à localidade de Baião comprar a sua rabeca e depois foi a casa de um vizinho para lha afinar. Levou-a para casa e aprendeu sozinho, de ouvido. Já se passaram 40 anos e ele lá continua com a sua rabeca em tudo o que é chula da região. É que este instrumento pode ser considerado o grande “maestro” da chula em terras que se estendem do Douro até Amarante, Guimarães e Santo Tirso, pois no Minho é caso para dizer: “em terra de chulas quem tem uma rabeca é rei”. É ela que comanda e dá o tom aos restantes instrumentos que compõem o grupo: a viola braguesa, o violão, os ferrinhos e o bombo.
Reque-Reque ou Reco-Reco
O som do reque-reque chega-nos das terras do Minho. É um instrumento que antigamente os homens faziam facilmente: pegavam numa tábua ou cana e faziam-lhes uns dentes (cortes) e friccionavam-nos, com uma cana rachada. Este instrumento era muito utilizado nas festas populares minhotas. Em Amarante era também tocado nas Janeiras e na altura dos Reis, quando as pessoas ainda tinham o hábito de andar com uma viola, um cavaquinho, um bombo e um reque-reque de casa em casa a cantar, a tocar e a beber uns copos.
Sarronca ou Ronca
Este é um instrumento que pode ser integrado na categoria dos membranofones, isto é, instrumentos feitos a partir da pele dos animais. É o caso da 'zamburra’ que é como ela é mais conhecida em Trás-os-Montes e na Beira Baixa. No fundo, é um tambor feito de uma base de barro ou madeira, que é coberta por uma pele que tem ao centro um elemento fixo, que é esfregado e do qual sai a vibração. Era utilizada em toda a faixa ocidental do norte e também nas regiões pastoris do interior.
Em Trás-os-Montes, por exemplo, ela era utilizada como acompanhamento do violão, da rabeca e da guitarra nos encontros de taberna. Na Beira Baixa, a ‘zamburra’ já deixou de ser tocada, mas antigamente era utilizada num cerimonial muito peculiar. Durante a Quaresma, as gentes da aldeia iam com ela a casa das pessoas idosas, cantar e tocar numa cerimónia a que se dava o nome de 'serração da velha’.
Este instrumento era ainda utilizado noutras circunstâncias como nas batidas aos lobos feitas pelos caçadores e pastores.
Sanfona
Decerto já todos ouvimos algum comentário menos favorável a respeito da sanfona.
Começou por ser um instrumento só para alguns. Foi célebre pelas suas capacidades e pela doçura da sua melodia. Hoje, porém, é lembrada como algo insuportável, desafinado e ensurdecedor, isto tem uma razão de ser.
É que aquele instrumento complicado, de cordas, com teclas e ainda por cima, com uma manivela. Não teve uma vida fácil. E dizemos 'não teve’, porque a sua época já terminou.
Hoje já praticamente ninguém sabe o que é uma sanfona, sabem apenas, que é algo pouco
melodioso. Mas o melhor é perceber o seu percurso. A sua história não se limita ao nosso país. Surgiu por volta do século XIII sob a designação de 'chinfónia’ ou “sinfónia" e por detrás da sua origem está um outro instrumento medieval, chamado “organistrum”, ainda mais complicado e que só era possível de ser tocado por duas pessoas em simultâneo.
Uma vez que o “organistrum" tinha um carácter essencialmente monástico, a sanfona veio permitir uma laicização daquele instrumento e passou a ser tocada apenas por uma pessoa, o que não é nada fácil. Começou por ser tocada por príncipes, trovadores e jograis, mas com o tempo, foi passando de mãos para mãos e no século XIX, já era vulgar nas mãos dos cegos e dos mendigos, que a utilizavam para andar a pedir de porta em porta.
E assim, aquele que começou por ser um instrumento cuidadosamente tocado, deixou de o ser. Passou a estar desacreditada e foi essa a memória que ficou para a posteridade. Hoje, já nem nas mãos dos mendigos a encontramos, porque pura e simplesmente passou á extinção. Ainda é possível ver um exemplar no Museu Verdades de Faria e outro na fundação Calouste Gulbenkian, mas que já praticamente quase ninguém arrisca a tocar.
É que fazê-lo implica dar à manivela, com a mão direita, que acciona as cordas e com a mão esquerda dedilhar as teclas. Não é tarefa fácil.
Viola Amarantina ou Dos Corações
O seu berço situa-se na bonita cidade de Amarante. Pelo menos, assim nos faz crer o nome com que foi batizada. Hoje já está praticamente extinta naquelas paragens, mas tempos houve em que a viola dos corações era uma companhia indispensável no caminho para as mondas ou nos serões animados nas eiras, onde se espadelava o linho ou desfolhava o milho. Faziam-se as alegres 'jogatadas’ às vezes duas e três vezes por semana, em que se cantava, dançava e tocava, sempre com a presença da viola amarantina. Acompanhava também a rabeca nas tradicionais ‘chuladas’, a par do bombo, dos ferrinhos e do violão.
Hoje já praticamente, não há quem faça este instrumento tradicional que exige muita paciência por parte de quem a trabalha e para o qual são necessários vários tipos de madeira: pinho, flandre para o tampo, nogueira para as costas e ilhargas, cerejeira para o braço e pau-preto ou pau-santo para a escala.
As gentes de Amarante também guardam na sua tradição a viola chuleira. É muito parecida com a viola amarantina, da qual diverge apenas na escala. É típica do lugar de S. Simão nas redondezas de Amarante e, tal como o próprio nome indica, é tocada nas chuladas.
Viola Beiroa
Na região da Beira Baixa, somos atraídos pelo som da viola beiroa. Não se sabe ao certo a sua data de origem, o que se sabe, é que no século XVII ela surge a acompanhar outro instrumento, as «genebres» nas danças tradicionais da aldeia de Lousa. Trata-se da “dança dos homens” que tiveram origem no ano de 1640 em que uma praga de gafanhotos assolou aquela aldeia. A população acorreu à virgem dos Altos Céus em busca de auxilio, e vendo que ela tinha atendido predispôs-se a agradecer-lhe. Uns foram para a igreja e outros preferiram ficar no largo a cantar e a dança, como forma de louvor. Foi o que aconteceu com um casal e as suas oito filhas que formaram assim a "dança das Virgens". Os homens, não querendo ficar atrás também se organizaram numa característica dança.
São estas danças que todos os anos em Maio são encenadas e revividas pelas raparigas e rapazes da aldeia. Na dança dos homens, existem cinco homens que tocam a viola Beiroa, ou ‘bandurra’, como também é conhecida naquelas paragens. Originais, existem cerca de seis que atualmente lá estão dispersas por vários locais. A sua origem permanece na obscuridade mas há quem lhe atribua afinidades aos árabes. Apesar do autor das originais permanecer no segredo dos deuses, há quem lhe tente decifrar os segredos de manufatura ao fazer cópias das antigas ou ao tentar recupera-las. Mas não é só nesta aldeia que a viola beiroa tem uma longa tradição. Em toda a região de Castelo Branco é possível encontrar referências a esta viola. Ao contrario do que acontece em Lousa onde ela aparece ligada a tradições cerimoniais. A viola beiroa surgiu, na maior parte das vezes, como um instrumento utilizado em festas lúdicas do tipo serenatas ou parabéns aos noivos, normalmente acompanhada pelo adufe ou pela concertina.
De todas, esta viola portuguesa, que se encontra seriamente ameaçada pela extinção, é a que apresenta mais ornamentos. Tem uma “cintura” estreita, a boca sempre redonda e pequena e, muitas vezes, as cravelhas recortadas ao pormenor pelas mãos dos pastores.
Viola Braguesa
É na região norte de Portugal onde o povo é esfuziante por natureza e não tem receio de sair à rua para festejar, que vamos encontrar algumas belas versões das violas populares portuguesas. Ao contrário das violas tradicionais do centro e sul do país, as violas do norte ainda se mantêm como instrumento básico no acompanhamento dos acontecimentos festivos da região. É o caso da viola braguesa ou viola minhota, que as modernidades da era da imagem parecem mais longe de ameaçar. Toca-se de rasgado e é um instrumento fundamental nas chulas, nas rusgas e nos desafios. Tanto pode ser tocada a solo como acompanhar o canto e outros instrumentos como o cavaquinho, o violão, o tambor os ferrinhos, o bandolim, a rabeca. Às vezes também o acordeão, a harmónica e o reque-reque.
Existe mais do que um modelo de viola braguesa mas a mais característica tem a abertura central em 'boca de raia'. As outras dizem respeito a modelos mais antigos e apresentam bocas redondas ou ovais deitadas. Comuns a todas elas são as cinco cordas duplas. As suas medidas não são rigorosas no entanto existem duas medidas que se vulgarizaram: a de tamanho normal, que acompanha normalmente com o cavaquinho e a de tamanho mais pequeno a que se dá o nome de 'requinta’ e que é indicada para tocar sozinha ou a acompanhar o canto.
O nome de origem remete-nos para Braga mas não se sabe ao certo quando terá sido o seu nascimento. Sabe-se no entanto que a no século XVII existia um artesanato violeiro em Guimarães e Braga. Segundo diz Ernesto Veiga de Oliveira no seu livro "Instrumentos Musicais Populares Portugueses” e referindo-se a Guimarães, já em 1632 os violeiros eram “obrigados a acompanhar as procissões que se organizavam na então vila, e em especial a do Corpo de Deus, sob pena de multa”.
O Porto acabou por ser também um centro onde se foram radicando os violeiros. Bastava chegar ao bairro da Sé para os apreciar a trabalhar. Barcelos e Viana do Castelo são localidades onde este tipo de artesanato também chegou. Hoje, os artífices desta obra encontram-se sobretudo na região do Porto e de Braga.
Viola Campaniça
Já foi a menina dos olhos bonitos do povo alentejano, agora o seu destino parece condenado à extinção, pois são apenas dois os ‘mestres' que dedilham esta viola. Apesar disso, a sua origem ainda continua a dar que falar.
Não existe consenso por parte dos estudiosos das suas origens: uns acham que foram os árabes os seus pioneiros; outros encontram no trovadorismo as suas raízes.
O que se sabe é que esta viola em forma de oito se radicou na região de Castro Verde, sendo também tacada nas regiões de Odemira, Ourique, Almodôvar e parte da serra algarvia. A sua forma é bastante semelhante à viola beiroa, contudo a sua cintura é ainda mais estreita. A viola campaniça que adquiriu o nome em função da região em que se radicou, que não é de serra nem de monte mas campaniça, era nos seus tempos áureos tocada em várias circunstâncias desde os bailes e festas da aldeia às desgarradas nas
tabernas. A primeira vertente está hoje em dia completamente posta de lado. A segunda tem sido gradualmente reavivada com os cantos de despique e de baldão, acompanhados pela popular viola campaniça. Estes cantos são reanimados uma vez por mês por iniciativa da Cooperativa de Informação e Cultura-Cortiçol de Castro Verde, à semelhança das velhas tertúlias que foram muito frequentes em tempos e que começaram a ser proibidas há uns séculos a trás. Sem deixar perder a veia poética alentejana, esses serões dão luz verde aos poetas repentistas, que fazem as suas poesias no momento, sempre acompanhados pela viola Toeira. Hoje, a Cortiçol mais não faz mais, que dar um novo impulso aqueles que se acreditam ser os primitivos cantares alentejanos, acompanhados por instrumentos.
Viola da Terra
“Viola da terra” ou 'viola de arame', são os nomes que se dão ao mais popular instrumento dos Açores. A viola é um instrumento de grande rusticidade que pertence á mais antiga tradição musical do arquipélago e a sua importância tal que até há pouco tempo, como relata Ernesto Veiga de Oliveira, no livro Instrumentos Populares Musicais dos Açores, ela faria parte do enxoval do noivo e do mobiliário domestico de 50% dos casais, vendo-se geralmente no lugar de honra da casa, em cima da cama dos donos, sobre a colcha para se proteger da humidade. E figurava muitas vezes na escassa bagagem do emigrante açoriano que partia para os Estados Unidos da América. A viola atual açoriana mais comum apresenta bastantes semelhanças à viola amarantinas, com a abertura central em forma de dois corações. Consta que antigamente era vulgar a boca redonda. Porém, hoje, esse é o formato mais associado a violada Terceira, ao contrário de S. Miguel e Faial, onde predominam os dois corações.
No arquipélago, a tradição da viola está ligada aos cantares festivos as “modas" e "balhos”, desgarradas, desafios e despiques, serões animados, matanças do porco, desfolhadas e outros trabalhos coletivos. A decoração é uma das marcas significativas desta viola. Os embutidos com motivos florais em torno da boca em madeira de várias cores e osso de baleia e as incrustações em madrepérola no braço, demonstram uma significativa preocupação pela estética.
Viola Toeira
Chegamos à região de Coimbra e é com pesar que lamentamos a extinção da Viola Toeira que teve os seus momentos áureos antes da vulgarização da guitarra de Coimbrã. Tal como acontecia no norte, com as violas daquela região, a Viola Toeira era ainda há cerca de cinquenta anos o instrumento fundamental que acompanhava os acontecimentos festivos daquela região, nomeadamente as danças os cantares e as serenatas. O toque podia variar entre o dedilhar e o “pontiar”. Era utilizada tanto a solo como a acompanhar o cavaquinho o violão e a flauta e sempre que as gentes das aldeias vizinhas acorriam aos festejos de Coimbra, lá estava presente a viola toeira. No entanto o triunfo da guitarra acabou por dar o golpe de misericórdia na viola toeira, que hoje já praticamente não existe e da qual, muitos nem sequer nunca ouviram falar. A sua forma geral é em muito semelhante a viola braguesa. Tem cinco ordens com doze cordas das quais as três primeiras são duplas e duas últimas são triplas. Coimbra e Ovar eram os locais onde estas violas eram feitas, variando um pouco de modelo para modelo consoante violeiro que a fabricava.
Texto - in:semibreves.pt
Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta organiza conferência sobre Augusto Moreno
A Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta está a organizar uma Conferência sobre a vida e obra do Dr. Augusto César Moreno, cujo objectivo é apresentar aos freixenistas um filho da terra que poucos conhecem mas que muito contribuiu para a evolução da capital de Distrito do Nordeste Transmontano, e para que melhor se fale e escreva em Português.
A Conferência vai ter lugar no próximo dia 12 de Setembro de 2015, no Salão da Junta de Freguesia de Lagoaça, e vai contar com os oradores Prof. Dr. Ernesto Rodrigues, poeta, ficcionista, cronista, crítico, ensaísta, tradutor e professor na Universidade de Lisboa. Foi Presidente de Direcção da Academia de Letras de Trás-os-Montes, desde a sua criação até 13 de Setembro de 2013 e mais recentemente, a 28 de Fevereiro de 2015, foi eleito Presidente da Direcção do CLEPUL ‒ Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; e com o Prof. João Cabrita, doutorado em Filologia Portuguesa pela Universidade de Salamanca é professor secundário aposentado, e escritor, contando com várias obras publicadas.
Sobre Augusto Moreno
"Augusto César Moreno nasceu a 10 de Novembro de 1870 em Lagoaça, concelho de Freixo de Espada à Cinta e faleceu no Porto em 2 de Abril de 1955.
Entre 1887 e 1890, Augusto César Moreno estudou e concluiu o curso na Escola Normal do Porto, onde recebeu vários prémios e altas classificações. Lecionou em Mogadouro e Aldeia Galega do Ribatejo (actual Montijo). Depois ingressou na Escola do Ensino Normal de Bragança. Foi Presidente da Comissão Municipal Administrativa em Bragança entre 04-01-1912 e 07-08-1913.
Colaborou em vários órgãos da imprensa regional e local e em revistas das quais se destacam a Gazeta Fiscal de Lisboa, a Arte e a Arte Livre, do Porto, e Nova Alvorada, de Famalicão. Colaborou ainda em várias publicações regulares e avulsas como a Revista Nova, de Trindade Coelho, a Revista Lusitana, de Leite de Vasconcelos, e a Tribuna, de Pires Avelanoso, tendo sido um valioso colaborador de Cândido de Figueiredo na elaboração do seu Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
Como autor, publicou o "Glossário Transmontano", que se iniciou na Revista Nova e se concluiu na Revista Lusitana, e "Joio na Seara" com análise crítica a algumas obras do mestre Cândido de Figueiredo. Foi ainda autor dos "Dicionário Popular Elementar" e "Dicionário Complementar da Língua Portuguesa". Publicou "Moral e Educação Cívica", as "Lições de Linguagem" (4 vol.), "Lições de Análise, Fonética e Ortografia" (3 vol.), tendo sido colaborador presente no Jornal diário portuense "O Primeiro de Janeiro" onde tinha uma coluna denominada "Como Falar – Como Escrever", na qual dava resposta a inúmeras perguntas sobre temas, dúvidas e outras questões de linguagem – prosódia, ortografia e sintaxe – as quais lhe eram copiosamente formuladas e tinham as mais diversificadas origens, muitas delas oriundas do Brasil.
Publicou ainda vários livros escolares: "Gramática Elementar", "Redacção, Geometria e Ciências Naturais" da colecção "Série Escolar de Educação". Além disso e em colaboração com António Figueirinhas, orientou e dirigiu o "Português Popular" sendo dois os volumes publicados sob este título".
Nota de Imprensa da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta (Sara Alves)
A Conferência vai ter lugar no próximo dia 12 de Setembro de 2015, no Salão da Junta de Freguesia de Lagoaça, e vai contar com os oradores Prof. Dr. Ernesto Rodrigues, poeta, ficcionista, cronista, crítico, ensaísta, tradutor e professor na Universidade de Lisboa. Foi Presidente de Direcção da Academia de Letras de Trás-os-Montes, desde a sua criação até 13 de Setembro de 2013 e mais recentemente, a 28 de Fevereiro de 2015, foi eleito Presidente da Direcção do CLEPUL ‒ Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; e com o Prof. João Cabrita, doutorado em Filologia Portuguesa pela Universidade de Salamanca é professor secundário aposentado, e escritor, contando com várias obras publicadas.
Sobre Augusto Moreno
"Augusto César Moreno nasceu a 10 de Novembro de 1870 em Lagoaça, concelho de Freixo de Espada à Cinta e faleceu no Porto em 2 de Abril de 1955.
Entre 1887 e 1890, Augusto César Moreno estudou e concluiu o curso na Escola Normal do Porto, onde recebeu vários prémios e altas classificações. Lecionou em Mogadouro e Aldeia Galega do Ribatejo (actual Montijo). Depois ingressou na Escola do Ensino Normal de Bragança. Foi Presidente da Comissão Municipal Administrativa em Bragança entre 04-01-1912 e 07-08-1913.
Colaborou em vários órgãos da imprensa regional e local e em revistas das quais se destacam a Gazeta Fiscal de Lisboa, a Arte e a Arte Livre, do Porto, e Nova Alvorada, de Famalicão. Colaborou ainda em várias publicações regulares e avulsas como a Revista Nova, de Trindade Coelho, a Revista Lusitana, de Leite de Vasconcelos, e a Tribuna, de Pires Avelanoso, tendo sido um valioso colaborador de Cândido de Figueiredo na elaboração do seu Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
Como autor, publicou o "Glossário Transmontano", que se iniciou na Revista Nova e se concluiu na Revista Lusitana, e "Joio na Seara" com análise crítica a algumas obras do mestre Cândido de Figueiredo. Foi ainda autor dos "Dicionário Popular Elementar" e "Dicionário Complementar da Língua Portuguesa". Publicou "Moral e Educação Cívica", as "Lições de Linguagem" (4 vol.), "Lições de Análise, Fonética e Ortografia" (3 vol.), tendo sido colaborador presente no Jornal diário portuense "O Primeiro de Janeiro" onde tinha uma coluna denominada "Como Falar – Como Escrever", na qual dava resposta a inúmeras perguntas sobre temas, dúvidas e outras questões de linguagem – prosódia, ortografia e sintaxe – as quais lhe eram copiosamente formuladas e tinham as mais diversificadas origens, muitas delas oriundas do Brasil.
Publicou ainda vários livros escolares: "Gramática Elementar", "Redacção, Geometria e Ciências Naturais" da colecção "Série Escolar de Educação". Além disso e em colaboração com António Figueirinhas, orientou e dirigiu o "Português Popular" sendo dois os volumes publicados sob este título".
Nota de Imprensa da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta (Sara Alves)
Um recado aos políticos do "arco"...
As entrevistas com que alguns políticos se esticam nos últimos dias são o sinal de que já anda na rua a campanha para as eleições de 4 de outubro.
Não vejo, porém, nenhum deles, os que moram no chamado “arco” governativo, assumir o que fará em relação à anunciada colocação de portagens na autoestrada transmontana, entre Vila Real e Bragança. E aqui nem se trata de um apelo à “discriminação positiva” do interior, pois o que acontece é que a autoestrada foi construída, neste percurso, sobre o traçado da antiga estrada (o IP4), que era a única via de ligação existente, deixando os utentes sem a alternativa. Num estado democrático, a ser levado este caso a tribunal, qualquer advogado estagiário o ganharia…
A esses políticos que moram no “arco”, e que almejam assumir os destinos da nação, deixo só um recado: o silêncio tanto pode ser a expressão mais sublime dos sábios como o bafio contido dos dentes podres dos covardes.
(ap)
www.facebook.com/alexandre.parafita.escritor
Não vejo, porém, nenhum deles, os que moram no chamado “arco” governativo, assumir o que fará em relação à anunciada colocação de portagens na autoestrada transmontana, entre Vila Real e Bragança. E aqui nem se trata de um apelo à “discriminação positiva” do interior, pois o que acontece é que a autoestrada foi construída, neste percurso, sobre o traçado da antiga estrada (o IP4), que era a única via de ligação existente, deixando os utentes sem a alternativa. Num estado democrático, a ser levado este caso a tribunal, qualquer advogado estagiário o ganharia…
A esses políticos que moram no “arco”, e que almejam assumir os destinos da nação, deixo só um recado: o silêncio tanto pode ser a expressão mais sublime dos sábios como o bafio contido dos dentes podres dos covardes.
(ap)
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AEPGA promove Concurso Regional da Raça Asinina de Miranda na Feira do Naso
A Festa da Nossa Senhora do Naso reúne, todos os anos, milhares de pessoas vindas de todas as aldeias do Planalto Mirandês, assumindo-se como uma das principais celebrações da região. Aproveitando este tradicional evento a AEPGA promove o Concurso Regional da Raça Asinina de Miranda, como forma de chamar a atenção e valorizar as potencialidades do Burro de Miranda.
A AEPGA, em colaboração com o município de Miranda do Douro e sob a orientação técnica da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária e da Direcção Regional de Agricultura do Norte, realiza a XIII edição do Concurso Regional da Raça Asinina de Miranda 2015, no dia 6 de Setembro, a partir das 10h00, no recinto do Santuário da Nossa Senhora do Naso.
Antigamente, a Festa do Naso, Miranda do Douro, o facto de ser um momento privilegiado de encontro motivava ainda a realização de uma grande feira que durava vários dias; um deles, o dia 6 de Setembro, estava reservado à compra e venda de burros. A desertificação das aldeias e a mecanização da agricultura que tanto alteraram a paisagem social do Planalto a partir de meados do século passado levaram à desactivação desta feira durante alguns anos. Até que, em 2002, a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino se propôs a revitalizá-la e a fazer dela um evento-chave para a valorização do Burro de Miranda.
Este concurso tem por principal objectivo avaliar a evolução e estado actual da raça asinina de Miranda no concelho de Miranda do Douro e os progressos que se têm verificado no seu desenvolvimento genético,
bem como proporcionar aos criadores a oportunidade de mostrarem o esforço que vêm desenvolvendo na sua selecção. Procura-se, simultaneamente, estimular os criadores para a produção de animais que, pelas suas características, bem-estar e qualidade de vida, possam contribuir para a promoção e dignificação desta raça, não só enquanto património genético, mas também enquanto património cultural.
in:noticiasdonordeste.pt
A AEPGA, em colaboração com o município de Miranda do Douro e sob a orientação técnica da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária e da Direcção Regional de Agricultura do Norte, realiza a XIII edição do Concurso Regional da Raça Asinina de Miranda 2015, no dia 6 de Setembro, a partir das 10h00, no recinto do Santuário da Nossa Senhora do Naso.
Antigamente, a Festa do Naso, Miranda do Douro, o facto de ser um momento privilegiado de encontro motivava ainda a realização de uma grande feira que durava vários dias; um deles, o dia 6 de Setembro, estava reservado à compra e venda de burros. A desertificação das aldeias e a mecanização da agricultura que tanto alteraram a paisagem social do Planalto a partir de meados do século passado levaram à desactivação desta feira durante alguns anos. Até que, em 2002, a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino se propôs a revitalizá-la e a fazer dela um evento-chave para a valorização do Burro de Miranda.
Este concurso tem por principal objectivo avaliar a evolução e estado actual da raça asinina de Miranda no concelho de Miranda do Douro e os progressos que se têm verificado no seu desenvolvimento genético,
bem como proporcionar aos criadores a oportunidade de mostrarem o esforço que vêm desenvolvendo na sua selecção. Procura-se, simultaneamente, estimular os criadores para a produção de animais que, pelas suas características, bem-estar e qualidade de vida, possam contribuir para a promoção e dignificação desta raça, não só enquanto património genético, mas também enquanto património cultural.
in:noticiasdonordeste.pt
Em vigilância incêndio que começou no concelho de Macedo
Está em vigilância o incêndio que ontem deflagrou no concelho de Macedo de Cavaleiros, e que acabou por se estender ao concelho de Bragança.
O fogo começou cerca das 17h da tarde, com duas frentes ativas, no lugar de Bousende, e acabou por se estender à restante união de freguesias de Espadanedo, Murçós. Edroso e Soutelo Mourisco. Rapidamente se estendeu ao concelho vizinho, chegando primeiro a união de freguesia de Rebordainhos e Pombares, e também à aldeia de Pereiros.
Durante a noite, chegaram a estar mobilizados mais de 180 operacionais e de 60 meios terrestres. Quase todas as corporações do distrito estiveram presentes, assim como o Grupo de Reforço para Combate a Incêndios Florestais de Braga e o Grupo de Reforços para Ataque Ampliado do Porto. À tarde também o helicóptero pesado de combate a incêndios, o Kamov, foi acionado.
Escrito por ONDA LIVRE
O fogo começou cerca das 17h da tarde, com duas frentes ativas, no lugar de Bousende, e acabou por se estender à restante união de freguesias de Espadanedo, Murçós. Edroso e Soutelo Mourisco. Rapidamente se estendeu ao concelho vizinho, chegando primeiro a união de freguesia de Rebordainhos e Pombares, e também à aldeia de Pereiros.
Durante a noite, chegaram a estar mobilizados mais de 180 operacionais e de 60 meios terrestres. Quase todas as corporações do distrito estiveram presentes, assim como o Grupo de Reforço para Combate a Incêndios Florestais de Braga e o Grupo de Reforços para Ataque Ampliado do Porto. À tarde também o helicóptero pesado de combate a incêndios, o Kamov, foi acionado.
Escrito por ONDA LIVRE
Arte Rupestre do Côa mostra-se na Coreia do Sul. Exposição inaugura no próximo dia 9 setembro
A convite do Museu do Petróglifo, de Ulsan, na Coreia do Sul, a Fundação Côa Parque prepara-se para inaugurar, no próximo dia 9 de setembro, a exposição intitulada «A Arte Rupestre do Vale do Côa» que ficará patente naquele museu sul coreano até 20 de dezembro.
Trata-se da primeira grande exposição dedicada ao Vale do Côa além-fronteiras, tendo sido criada a pensar propositadamente no público local, em concreto da cidade de Ulsan, sudeste da Coreia do Sul, onde se situa o Sítio Arqueológico de Bangu-Dae, com gravuras feitas num período entre 6000 e 1000 a.C.
Com cerca de 1,1 milhões de habitantes, a cidade de Ulsan foi no passado um importante centro da pesca à baleia, atividade que terá começado na Idade da Pedra, por volta de 6000 a.C., conforme atestam as descobertas arqueológicas feitas na região.
É neste contexto de proximidade histórica que surge o convite à Fundação Côa Parque, por parte do Doutor Sangmog Lee, Diretor do Museu do Petróglifo, de Ulsan, para a realização de uma exposição sobre a Arte Pré-histórica do Vale do Côa.
Assim, a Coreia do Sul irá acolher, pela primeira vez, uma súmula da mais original e mediática história da arqueologia portuguesa na transição do milénio, em paralelo com uma visão de síntese da grande arte paleolítica do Côa, uma das joias da coroa do património cultural em território português.
Para António Ponte, Presidente da Fundação Côa Parque, este convite “é revelador do interesse que a Arte Rupestre do Vale do Côa desperta, não só no nosso país, mas também no estrangeiro”, sendo certo que a oportunidade de expor na Coreia do Sul será igualmente aproveitada “para dar seguimento a uma estratégia de divulgação do património ali existente, quer ao público sul-coreano quer aos visitantes de outras nacionalidades que afluem ao Museu do Petróglifo e à sua envolvente”.
“20% do total de visitantes do Vale do Côa são estrangeiros, sinónimo de que este valioso património mundial pode e deve ser incluído nas rotas mundiais de turismo. O Vale do Côa e o seu património constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica de ar livre, pelo que temos vindo a desenvolver um esforço de promoção, com o objetivo de atrair cada vez mais visitantes”, salienta o Presidente da Fundação Côa Parque.
Também por esse motivo, os textos e a documentação gráfica de apoio à exposição serão objeto de publicação num catálogo com textos em português, inglês, francês e coreano.
António Ponte sublinha tratar-se de "uma excelente oportunidade de promoção cultural e turística para a região do Vale do Côa”, cujo potencial deve ser explorado de forma a "assegurar a sua sustentabilidade, não só do ponto de vista da dinâmica cultural, mas também pelas repercussões que daí podem advir para a economia local”.
A exposição «A Arte Rupestre do Vale do Côa», comissariada por António Martinho Baptista, foi pensada e distribuída em dois módulos que se interligam. No primeiro, sintetiza-se a história da salvação da arte do Côa até ao abandono da construção da barragem em finais de 1995 e da criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa em 1996 e, bem assim, da primeira sistematização do estudo da arte do Côa, cuja grande antiguidade evidenciada pela arqueologia seria decisiva para a tomada de decisão política do abandono das obras da barragem; no segundo, mais desenvolvido, perspetiva-se o estado dos conhecimentos que hoje temos dos ciclos rupestres do Côa e do seu enquadramento arqueológico, centrados no tempo longo paleolítico.
Concede-se também particular destaque à criação do Museu do Côa, em 2010, enquanto grande centro de interpretação da arte do Côa e porta de entrada para a sua fruição pública.
A exposição consiste num lote de painéis com grandes ampliações fotográficas, acompanhados por desenhos de algumas rochas selecionadas dos principais períodos artísticos do Côa.
Um dos mais importantes atrativos da exposição, realizada expressamente para esta mostra, será uma nova réplica da rocha 3 da Penascosa, a mais visitada rocha do Côa, com o seu notável e bem ilustrativo lote de sobreposições de picotagens profundas do período antigo do Côa. Esta réplica ficará seguidamente em depósito no Museu de Ulsan, assinalando na Coreia do Sul um dos marcos desta exposição, mas também convidando/desafiando os futuros visitantes desse museu a uma visita ao Museu do Côa e aos nossos sítios de arte pré-histórica.
Foram ainda feitas, também propositadamente para esta exposição, duas réplicas de placas com arte móvel paleolítica do Fariseu.
Com um total aproximado de 34 mil visitantes em 2014 (registando uma subida de 16% comparando com 2013), o Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa continuam a registar um acréscimo de interesse, não só devido à sua importância histórica, mas também pela atenção que a comunicação social lhe vem dedicando, através de vários filmes e artigos, de que é exemplo recente o texto «An Ice Age Heritage, Nearly Lost» publicado no New York Times, o mais conceituado jornal norte-americano.
Sobre o Vale do Côa
Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em 1998, o Vale do Côa é considerado o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre.
O sítio arqueológico divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa – Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno - e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro – Fonte Fireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves, Vale de Cabrões.
Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 70 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25.000 anos.
Reproduções de cavalos, bois, cabras, auroques, veados e caçadores armados foram gravadas em superfícies verticais de xisto, com recurso a quatro técnicas distintas - incisão fina (simples ou estriada), picotagem, abrasão e raspagem – que por vezes se complementam. Algumas gravuras, pós-Paleolítico, apresentam vestígios de pintura. Na verdade, o Vale do Côa guarda pinturas e gravuras do Neolítico e Calcolítico, gravuras da Idade do Ferro e, depois, ao longo dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, serviu de suporte às manifestações dos moleiros, que se tornaram os últimos gravadores do fundo deste vale imenso.
NI DRCN (Felicidade Ramos)
Arte Rupestre do Côa. Foto: Wikipédia (Henrique Matos) |
Com cerca de 1,1 milhões de habitantes, a cidade de Ulsan foi no passado um importante centro da pesca à baleia, atividade que terá começado na Idade da Pedra, por volta de 6000 a.C., conforme atestam as descobertas arqueológicas feitas na região.
É neste contexto de proximidade histórica que surge o convite à Fundação Côa Parque, por parte do Doutor Sangmog Lee, Diretor do Museu do Petróglifo, de Ulsan, para a realização de uma exposição sobre a Arte Pré-histórica do Vale do Côa.
Assim, a Coreia do Sul irá acolher, pela primeira vez, uma súmula da mais original e mediática história da arqueologia portuguesa na transição do milénio, em paralelo com uma visão de síntese da grande arte paleolítica do Côa, uma das joias da coroa do património cultural em território português.
Para António Ponte, Presidente da Fundação Côa Parque, este convite “é revelador do interesse que a Arte Rupestre do Vale do Côa desperta, não só no nosso país, mas também no estrangeiro”, sendo certo que a oportunidade de expor na Coreia do Sul será igualmente aproveitada “para dar seguimento a uma estratégia de divulgação do património ali existente, quer ao público sul-coreano quer aos visitantes de outras nacionalidades que afluem ao Museu do Petróglifo e à sua envolvente”.
“20% do total de visitantes do Vale do Côa são estrangeiros, sinónimo de que este valioso património mundial pode e deve ser incluído nas rotas mundiais de turismo. O Vale do Côa e o seu património constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica de ar livre, pelo que temos vindo a desenvolver um esforço de promoção, com o objetivo de atrair cada vez mais visitantes”, salienta o Presidente da Fundação Côa Parque.
Também por esse motivo, os textos e a documentação gráfica de apoio à exposição serão objeto de publicação num catálogo com textos em português, inglês, francês e coreano.
António Ponte sublinha tratar-se de "uma excelente oportunidade de promoção cultural e turística para a região do Vale do Côa”, cujo potencial deve ser explorado de forma a "assegurar a sua sustentabilidade, não só do ponto de vista da dinâmica cultural, mas também pelas repercussões que daí podem advir para a economia local”.
A exposição «A Arte Rupestre do Vale do Côa», comissariada por António Martinho Baptista, foi pensada e distribuída em dois módulos que se interligam. No primeiro, sintetiza-se a história da salvação da arte do Côa até ao abandono da construção da barragem em finais de 1995 e da criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa em 1996 e, bem assim, da primeira sistematização do estudo da arte do Côa, cuja grande antiguidade evidenciada pela arqueologia seria decisiva para a tomada de decisão política do abandono das obras da barragem; no segundo, mais desenvolvido, perspetiva-se o estado dos conhecimentos que hoje temos dos ciclos rupestres do Côa e do seu enquadramento arqueológico, centrados no tempo longo paleolítico.
Concede-se também particular destaque à criação do Museu do Côa, em 2010, enquanto grande centro de interpretação da arte do Côa e porta de entrada para a sua fruição pública.
A exposição consiste num lote de painéis com grandes ampliações fotográficas, acompanhados por desenhos de algumas rochas selecionadas dos principais períodos artísticos do Côa.
Um dos mais importantes atrativos da exposição, realizada expressamente para esta mostra, será uma nova réplica da rocha 3 da Penascosa, a mais visitada rocha do Côa, com o seu notável e bem ilustrativo lote de sobreposições de picotagens profundas do período antigo do Côa. Esta réplica ficará seguidamente em depósito no Museu de Ulsan, assinalando na Coreia do Sul um dos marcos desta exposição, mas também convidando/desafiando os futuros visitantes desse museu a uma visita ao Museu do Côa e aos nossos sítios de arte pré-histórica.
Foram ainda feitas, também propositadamente para esta exposição, duas réplicas de placas com arte móvel paleolítica do Fariseu.
Com um total aproximado de 34 mil visitantes em 2014 (registando uma subida de 16% comparando com 2013), o Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa continuam a registar um acréscimo de interesse, não só devido à sua importância histórica, mas também pela atenção que a comunicação social lhe vem dedicando, através de vários filmes e artigos, de que é exemplo recente o texto «An Ice Age Heritage, Nearly Lost» publicado no New York Times, o mais conceituado jornal norte-americano.
Sobre o Vale do Côa
Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em 1998, o Vale do Côa é considerado o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre.
O sítio arqueológico divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa – Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno - e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro – Fonte Fireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves, Vale de Cabrões.
Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 70 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25.000 anos.
Reproduções de cavalos, bois, cabras, auroques, veados e caçadores armados foram gravadas em superfícies verticais de xisto, com recurso a quatro técnicas distintas - incisão fina (simples ou estriada), picotagem, abrasão e raspagem – que por vezes se complementam. Algumas gravuras, pós-Paleolítico, apresentam vestígios de pintura. Na verdade, o Vale do Côa guarda pinturas e gravuras do Neolítico e Calcolítico, gravuras da Idade do Ferro e, depois, ao longo dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, serviu de suporte às manifestações dos moleiros, que se tornaram os últimos gravadores do fundo deste vale imenso.
NI DRCN (Felicidade Ramos)
Decisão sobre exploração de Minas de Moncorvo revelada a 9 de Novembro
O Ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, anunciou que a 9 de Novembro será conhecida a decisão em relação à reabertura das minas de ferro de Torre de Moncorvo. É o prazo limite para se saber se a MTI vai poder explorar o minério das cinco jazidas.
O ministro está confiante que não haverá impedimento de ordem ambiental para a prossecução do empreendimento.
“O prazo limite para a avaliação de estudo de impacte ambiental é de 9 de Novembro. Eu tenho a expectativa de que se tenha encontrado uma solução que permita uma solução que permita compatibilizar a exploração destes recursos geológicos, e, ao mesmo tempo, ter um projecto amigo do ambiente e da conservação da natureza.
Declarações do ministro com a tutela do ambiente, energia e ordenamento do território, durante a assinatura de um protocolo para a abertura de um curso superior técnico de prospecção mineral.
O membro do governo elogiou a iniciativa mesmo antes do arranque do projecto. “Não se deve esperar pelo início da exploração em Torre de Moncorvo, para que empresas, Município e organizações da área do conhecimento comecem a pensar na formação de recursos humanos. Estas organizações tiveram uma visão importante”, refere Jorge Moreira da Silva.
Sexta-feira, foi ainda assinado em Torre de Moncorvo um protocolo entre o IPB e empresas de extracção para a criação de estágios aos alunos deste curso.
Escrito por Brigantia
O ministro está confiante que não haverá impedimento de ordem ambiental para a prossecução do empreendimento.
“O prazo limite para a avaliação de estudo de impacte ambiental é de 9 de Novembro. Eu tenho a expectativa de que se tenha encontrado uma solução que permita uma solução que permita compatibilizar a exploração destes recursos geológicos, e, ao mesmo tempo, ter um projecto amigo do ambiente e da conservação da natureza.
Declarações do ministro com a tutela do ambiente, energia e ordenamento do território, durante a assinatura de um protocolo para a abertura de um curso superior técnico de prospecção mineral.
O membro do governo elogiou a iniciativa mesmo antes do arranque do projecto. “Não se deve esperar pelo início da exploração em Torre de Moncorvo, para que empresas, Município e organizações da área do conhecimento comecem a pensar na formação de recursos humanos. Estas organizações tiveram uma visão importante”, refere Jorge Moreira da Silva.
Sexta-feira, foi ainda assinado em Torre de Moncorvo um protocolo entre o IPB e empresas de extracção para a criação de estágios aos alunos deste curso.
Escrito por Brigantia
Brigantia Ecopark finalmente inaugurado
A cerimónia inaugural foi presidida pelo primeiro-ministro. Pedro Passos Coelho afirmou que com o Parque de Ciência e Tecnologia de Bragança será mais fácil captar empresas para o Interior.
“Do ponto de vista das infra-estruturas de desenvolvimento das acessibilidades para Trás-os-Montes e Alto Douro têm vindo a melhorar consideravelmente. Parece-me que as condições de qualidade de vida que se sentem numa cidade como Bragança por isso o que faltava é dar melhores condições para as empresas de base tecnológica, usufruindo de uma estrutura como esta”, refere o governante.
O primeiro-ministro referiu ainda que em Bragança, mesmo sem o Ecopark, o emprego em tem vindo a crescer.
Brigantia Ecopark pretende ser acolher instituições científicas e empresas de base tecnológica de baixo impacto ambiental. Para já será lá instalado o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, avançou que já estão sete empresas aprovadas para se instalarem, no entanto, salienta que o processo de análise das candidaturas é demorado e rigoroso. “Temos tido várias manifestações de interesse de várias empresas para vir para o Brigantia Ecopark. De qualquer forma a selecção dessas empresas é um processo muito rigoroso e feita por pessoas de reconhecida idoneidade e absolutamente independentes nessa avaliação”, afirma o autarca de Bragança.
No edifício, inaugurado na passada sexta-feira, existem 35 espaços para incubação, 16 para empresas consolidadas, 23 laboratórios e 23 armazéns.
Escrito por Brigantia
“Do ponto de vista das infra-estruturas de desenvolvimento das acessibilidades para Trás-os-Montes e Alto Douro têm vindo a melhorar consideravelmente. Parece-me que as condições de qualidade de vida que se sentem numa cidade como Bragança por isso o que faltava é dar melhores condições para as empresas de base tecnológica, usufruindo de uma estrutura como esta”, refere o governante.
O primeiro-ministro referiu ainda que em Bragança, mesmo sem o Ecopark, o emprego em tem vindo a crescer.
Brigantia Ecopark pretende ser acolher instituições científicas e empresas de base tecnológica de baixo impacto ambiental. Para já será lá instalado o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, avançou que já estão sete empresas aprovadas para se instalarem, no entanto, salienta que o processo de análise das candidaturas é demorado e rigoroso. “Temos tido várias manifestações de interesse de várias empresas para vir para o Brigantia Ecopark. De qualquer forma a selecção dessas empresas é um processo muito rigoroso e feita por pessoas de reconhecida idoneidade e absolutamente independentes nessa avaliação”, afirma o autarca de Bragança.
No edifício, inaugurado na passada sexta-feira, existem 35 espaços para incubação, 16 para empresas consolidadas, 23 laboratórios e 23 armazéns.
Escrito por Brigantia
Primeiro-Ministro garante que a carreira aérea regressará em Outubro
O tão esperado avião só para Outubro. Pelo menos foi a garantia deixou o primeiro-ministro durante a sua passagem por Bragança.
A carreira aérea que fará a ligação entre Bragança e Algarve já tem um operador seleccionado mas aguarda ainda o envio para o tribunal de contas.
“Fui buscar a informação mais recente sobre esta questão, o concurso ficou concluído, ficou apurado um operador.
Estão nesta altura a ultimar-se, ao nível da autoridade aeronáutica, ANAC, todos os pormenores que são relevantes para que estes voos possam ser realmente efectivados ao que se seguirá apenas o envio para o tribunal de contas para que todo o processo possa ficar concluído”, avança o governante. A fase de apresentação de propostas terminou a 28 de maio.
O previsto é que o avião regresse nos mesmos moldes de financiamento, mas com um percurso diferente do anterior que vai de Bragança, Vila Real, Viseu, Tires e Portimão.
A adjudicação do serviço continua pendente do visto do Tribunal de Contas.
Escrito por Brigantia
A carreira aérea que fará a ligação entre Bragança e Algarve já tem um operador seleccionado mas aguarda ainda o envio para o tribunal de contas.
“Fui buscar a informação mais recente sobre esta questão, o concurso ficou concluído, ficou apurado um operador.
Estão nesta altura a ultimar-se, ao nível da autoridade aeronáutica, ANAC, todos os pormenores que são relevantes para que estes voos possam ser realmente efectivados ao que se seguirá apenas o envio para o tribunal de contas para que todo o processo possa ficar concluído”, avança o governante. A fase de apresentação de propostas terminou a 28 de maio.
O previsto é que o avião regresse nos mesmos moldes de financiamento, mas com um percurso diferente do anterior que vai de Bragança, Vila Real, Viseu, Tires e Portimão.
A adjudicação do serviço continua pendente do visto do Tribunal de Contas.
Escrito por Brigantia
domingo, 30 de agosto de 2015
Igreja Românica de Algosinho
A igreja de Algosinho é um curioso templo tardo-românico de planta longitudinal, composta por nave rectangular e capela-mor quadrada. A fachada, em aparelho "quadratum", apresenta, tal como todo o templo, um perfil baixo, no que é acompanhado pelos contrafortes laterais.
Destaca-se o portal em arco quebrado, com duas arquivoltas assentes em impostas despidas de decoração. Por cima da porta surge uma zona reentrante, marcada por fina moldura de volta perfeita, que alberga no seu interior uma estrela de seis pontas sobre um pequeno triângulo invertido, ladeado por dois óvulos. A empena é truncada por uma pequena sineira com uma ventana de arco pleno, encimada por uma pequena cruz. O alçado sul tem uma porta de arco quebrado e três contrafortes, para além de uma fresta. O alçado norte é semelhante, embora a porta seja de arco pleno. A cornija assenta numa cachorrada de sabor românico, mostrando motivos zoomórficos, vegetalistas e antropomórficos, que se prolonga à própria cabeceira.
Interiormente, a nave, com 9 metros de largura e 24 de comprimento, está dividida em três tramos por três pares de arcos torais, assentes, de um lado e do outro, em meias colunas adossadas a pilares integrados na parede. O primeiro tramo, onde podemos observar uma pia baptismal, de feição rude, está preenchido quase por completo pela escadaria de acesso ao templo. O segundo tramo alberga ambas as portas laterais. O arco que separa o primeiro do segundo tramo mostra bases e impostas ornamentadas. O terceiro tramo tem o pavimento coberto de sepulturas e um púlpito, com a data de 1797, no lado do Evangelho. O pavimento é lajeado com largas cantarias de granito, e a cobertura é em forma de masseira. No arco triunfal existem dois grandes frescos que representam Santa Catarina e São Bartolomeu.
A capela-mor existente, que substituiu a primitiva, é coeva do púlpito (1797) e alberga um retábulo, talvez do século XVI, de dois registos, suportado por quatro colunas, o que origina a formação de três corpos.
O primeiro registo mostra a Fuga para o Egipto e a Adoração dos Reis Magos enquanto no segundo registo se reconhece a Anunciação, a Visitação de Santa Isabel e a Adoração do Menino.
Acesso: EN 221, 7 km depois de Mogadouro, vira-se para EM na direcção de Peredo de Bemposta.
Protecção: Imóvel de Interesse Público, Dec. nº 40 361, DG 228 de 20 Outubro 1955.
Destaca-se o portal em arco quebrado, com duas arquivoltas assentes em impostas despidas de decoração. Por cima da porta surge uma zona reentrante, marcada por fina moldura de volta perfeita, que alberga no seu interior uma estrela de seis pontas sobre um pequeno triângulo invertido, ladeado por dois óvulos. A empena é truncada por uma pequena sineira com uma ventana de arco pleno, encimada por uma pequena cruz. O alçado sul tem uma porta de arco quebrado e três contrafortes, para além de uma fresta. O alçado norte é semelhante, embora a porta seja de arco pleno. A cornija assenta numa cachorrada de sabor românico, mostrando motivos zoomórficos, vegetalistas e antropomórficos, que se prolonga à própria cabeceira.
Interiormente, a nave, com 9 metros de largura e 24 de comprimento, está dividida em três tramos por três pares de arcos torais, assentes, de um lado e do outro, em meias colunas adossadas a pilares integrados na parede. O primeiro tramo, onde podemos observar uma pia baptismal, de feição rude, está preenchido quase por completo pela escadaria de acesso ao templo. O segundo tramo alberga ambas as portas laterais. O arco que separa o primeiro do segundo tramo mostra bases e impostas ornamentadas. O terceiro tramo tem o pavimento coberto de sepulturas e um púlpito, com a data de 1797, no lado do Evangelho. O pavimento é lajeado com largas cantarias de granito, e a cobertura é em forma de masseira. No arco triunfal existem dois grandes frescos que representam Santa Catarina e São Bartolomeu.
A capela-mor existente, que substituiu a primitiva, é coeva do púlpito (1797) e alberga um retábulo, talvez do século XVI, de dois registos, suportado por quatro colunas, o que origina a formação de três corpos.
O primeiro registo mostra a Fuga para o Egipto e a Adoração dos Reis Magos enquanto no segundo registo se reconhece a Anunciação, a Visitação de Santa Isabel e a Adoração do Menino.
Acesso: EN 221, 7 km depois de Mogadouro, vira-se para EM na direcção de Peredo de Bemposta.
Protecção: Imóvel de Interesse Público, Dec. nº 40 361, DG 228 de 20 Outubro 1955.
sábado, 29 de agosto de 2015
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