Só nesta semana que decorre, tudo o que aconteceu, poderia ter sido bom, mas tem sido tudo mau… Senão vejamos... Começamos com um domingo, que tinha tudo para ser fantástico, um dia dos Namorados que celebrava o amor entre parceiros, que teve neve, que toda a gente estava feliz, e queria acabar o dia em beleza… Eis senão quando chega a noite, que a cidade fica quase completamente às escuras… Em alguns locais mais de hora e meia…
Avarias acontecem em todo o lado, mas que saiba, não vi ninguém da EDP que recebe e cobra bem, a vir a terreiro dar qualquer explicação, nem no sucedido na nossa cidade nem em qualquer ponto do país que parece que houve blackout em vários sítios… mas por portas travessas, fui questionar alguém que poderia saber o que se passou, consegui averiguar que um cabo de média tensão, estando a uma profundidade de 1,20m, ardeu e o tempo de reparar a avaria e rearmar a subestação, deu em que alguns locais se mantivessem em total escuridão, coisa que nem na idade média acontecia, pois pelo menos nessa altura em que o Edison ainda não tinha inventado a lâmpada, usavam archotes e teriam alguma luz para ver os argueiros além dos olhos…
Neste momento nem as árvores se podem limpar da mesma forma, pois obedecem a regras muito específicas, e só com as medidas certas se pode fazer limpeza em algumas espécies, há multas para quem não limpar de forma estipulada os terrenos, para quem cortar árvores em zonas específicas, etc, etc, etc… Assunto resolvido, alguns cortes esporádicos posteriores, por não conseguir rearmar, alguns equipamentos eléctrico e electrónicos queimados, que serão repostos pelas seguradoras (alguns…) e a semana continua o seu ritmo habitual… Ritmo habitual??? Sim o ritmo habitual dos últimos anos, pois o que se via na cidade deixou de se ver… e perguntam vocês… o Quê??? E eu respondo: Gente! Sim gente, pois a cidade cada vez está mais deserta, e em horas de ponta, a única ponta que se vê, são as esquinas das casas, dos prédios, onde se percorrem as ruas da cidade e pouca gente se encontra, por vezes fazendo dezenas ou centenas de metros sem que nos cheguemos a cruzar com quem quer que seja… Carros vão passando, mas por vezes nem movimento há… Então na chamada zona histórica, é durante muitos minutos seguidos que não se vê, passar ninguém, nem de carro nem a pé… Nas zonas de comércio, sim vão passando algumas pessoas, mas as compras essas são cada vez mais escassas… algumas lojas vão fechando aqui e ali, outras vão abrindo e tentando a sua sorte… é o dia-a-dia de uma cidade moribunda que vai teimando em se manter erguida…
Mas eis-nos chegados a Sexta-feira e cai uma geada tremenda… Nas nossas estradas bem próximo de Bragança, alguém perde a vida, devido provavelmente a nevoeiro e gelo nas estradas… mais uma vida a lamentar… mas dentro da cidade, com o gelo que se acumulou nos passeios e zonas mais sombrias, alguém à minha frente senta o rabo no chão, num passeio substituído o ano passado, em que andaram durante a madrugada a polvilhar de Sal, para que o mesmo não ficasse coberto de gelo… Mas como o sal espalhado foi tipo para hipertensos, não foi em quantidade suficiente e lá tive que ajudar a pessoa, felizmente sem danos graves na queda, tendo ficado mais ferido no orgulho, do que propriamente no corpo… dada a quantidade de geadas que se têm feito sentir, devem ter gasto já muito sal e deve estar escasso… (ironia…).
Para terminar a semana em beleza, eis que temos as comemorações dos 552 anos de elevação de Bragança a cidade… com toda a pompa e circunstância que o evento deve ter… Mas eis que ao verificar o programa das festividades, reparo que o único evento para a Cidadela, mais conhecida por Vila, onde Bragança nasceu, não há praticamente celebração no seu interior… exceto a atuação às 10:00 horas da manhã, da Escola dos Gaiteiros e Tocadores da Lombada… O resto das celebrações, serão espalhadas pela cidade… acho muito bem que se leve o evento a toda a cidade, mas acho que o Castelo merecia mais animação neste dia, da cidade, que viu nascer ao longo destes séculos… mas aparentemente o Castelo, nada diz a quem está à frente dos desígnios da cidade, ficou esquecido no tempo, tal como os seus habitantes… sem manutenção, sem antenas para
Fernando Aragão |
Crónica do Corneteiro do BC3 // Por Fernando Aragão
Caro Fernando.
ResponderEliminarTem havido uns laivos de mudança. Mas ténues, muito ténues. Na "hora da verdade" retorna tudo ao mesmo. Quando as "coisas" se fazem sem grandes convicções...fica tudo na mesma, ou quase.
Concordo com o teu texto. Mas repara caro amigo, quem vai "deitar" sal nem que exista às toneladas? Para a administração pública, central e local, só entram "técnicos superiores"...e, na minha ótica, de duvidosa qualidade (refiro-me às tarefas a desempenhar e não às "outras". Mas, anima-te amigo. Um dia vamos ter (está quase), uma administração pública que nada faz, porque não sabe, não quer e não precisa. Com os caminhos que estão a ser percorridos e quando uma geração, que eu conheço, morrer ou conseguir reformar-se...ainda viva...os Técnicos Superiores de Colagem de Cartazes...talvez, repito, talvez, não sejam capazes de dar conta do recado. Mas...há uma parte positiva, claro. Ficamos só com Doitôres da Mula Russa.
Desculpa o meu pessimismo. Um abraço.
Há 34 anos que vivo em Bragança e salvo meia de dúzia de anos que se notou algum crescimento e abertura, tem vindo sempre a decair. Será a mentalidade das pessoas? Preferem mostrar o que (não) são a viver? E o urbanismo? para mim um desastre. A saída do mercado foi o pecado capital! Ainda por cima o espaço ficou inutilizável e sem rumo. As pessoas (normalmente idosas) que ainda vivem por aqueles lados ficaram sem grandes possibilidades de fazerem as suas compras, os comerciantes à volta viram-se forçados a fechar e as pessoas que gostariam de (re)habitar o centro, fugiram! Ainda bem que ontem não passei nas comemorações, pois não teria nada de bom a escrever no placar "Bragança é..."! Desculpem o dasabafo!
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