Sexta-feira, em Miranda do Douro, foi altura de inaugurar a incubadora cultural e artística que nasceu nas instalações da antiga cadeia.
Uma performance que transportou os espectadores para uma prisão do antigo estado novo foi a primeira manifestação artística que abriu as portas do estabelecimento à arte.
Depois de convidados a entrar por um guarda prisional, os espectadores presenciaram um interrogatório. Recuou-se no tempo até uma época em que o contrabando era frequente nas terras de Miranda.
Numa apresentação bastante sensorial e vívida, os espectadores percorreram os espaços da antiga cadeia, deparando-se com uma peça que envolveu música, poesia a par da representação, e que incluiu símbolos identitários de Miranda como a gaita-de-foles ou a língua.
A peça foi criada pela companhia de teatro Tretas, da associação Lérias, sediada em Palaçoulo, a quem coube estrear o novo espaço cultural. Bruno Lopes, do grupo de teatro, explica que a peça pretendia transportar o público para a acção. “O trabalho desenvolvido pela Lérias não faz sentido sem o público e se pudermos trazê-los para a acção e fazer com que sinta o que nós sentimos, as alegrias, a tristeza, o desconforto, como foi o caso, o nosso trabalho passa a ser muito mais eficaz e a ter uma dimensão muito maior”, frisa. Ricardo Santos, também da Lérias, acredita que é importante que haja mais condições para os criativos desenvolverem o seu trabalho. “Esperamos que haja melhores e mais condições para podermos fazer actividades culturais. Queremos que cada vez mais haja espaços e públicos para as manifestações culturais”, defende.
O município de Miranda do Douro vai agora desafiar outros artistas e instituições para criarem arte a partir do espaço da antiga cadeia.
O espaço, entretanto desactivado, deu lugar a uma incubadora cultural e artística, o novo espaço cultural de Miranda do Douro.
Escrito por Brigantia
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