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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Excerto do filme Encomendação das Almas – Sete Passos de 1979 - (Uma realização de Leonel Brito, com texto de Rogério Rodrigues - Arquivo RTP)

Os Sete Passos – Encomendação das Almas é uma procissão religiosa de origem medieval, que sobreviveu até aos nossos dias passando de geração em geração.
Tida muitas vezes como uma procissão pagã, os Sete Passos representam o oposto a essa crença popular, pois segundo reza a história esta é uma das mais profundas procissões religiosas em Freixo de Espada à Cinta, bem como das mais antigas, pois se verificarmos ao pormenor o que acontece durante esta procissão nada mais é que fazer as paragens que Cristo fez no seu caminho para o calvário, 14, e rezar pela salvação das almas - em cada paragem os homens rezam, através do canto, para que uma alma seja salva do purgatório.
Esta procissão realiza-se nas sete sextas-feiras que vão do Carnaval à Páscoa (Quaresma), a partir da meia-noite com a total ausência de luz elétrica nas ruas. A procissão tem início na Praça Jorge Álvares em frente à Igreja Matriz, e segue um percurso pelas ruas da vila. À frente vão dois homens irreconhecíveis, que vestem uma capa negra que não lhes deixa sequer ver a cara, ao soar da meia-noite lançam com força nas lajes de granito umas lares (diversos ferros unidos a uma corrente) arrastando-os em seguida a compasso certo sete vezes, provocando desta forma um barulho estridente e medonho.
De seguida um outro, igualmente vestido, caminha muito lentamente vergado sobre si mesmo, é a chamada «Velhinha». Numa mão transporta uma lamparina acesa e na outra uma vara em que se apoia, consigo transporta ainda uma bota de vinho que serve para dar de beber aos populares que se ajoelhem perante ela e solicitem respeitosamente o sangue de Cristo, esta encenação é vista como um perdão pelos pecados cometidos. 
Por último em todos os cruzeiros da vila, um grupo de cantadores entoa cânticos em latim e português alusivos à morte de Cristo, onde algumas vozes mais graves rasgam a noite e unidas à fria escuridão completam um cenário sombrio de raiva, e dor, característico dos ambientes medievais que provavelmente se viviam em Freixo de Espada à Cinta naqueles tempos. 
A procissão termina quando o grupo de cantadores chega novamente à porta da Igreja Matriz, depois de percorridas as principais artérias da vila.

Gabinete de Comunicação da CM de Freixo de Espada à Cinta
Sara Alves

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