Adelaide Afonso faz parte do grupo de cerca de 850 pessoas que escolhem o recinto do Santuário de Nossa Senhora da Serra para passarem cerca de dez dias: nove de novenas e um de festa, dedicado a Nossa Senhora das Neves.
A estadia em plena Serra da Nogueira, a mais de 1300 metros de altitude é justificada pela enfermeira pelo ar que aqui se respira e paz que diz sentir. “Aqui respira-se um ambiente como não há em lado nenhum. Há quem não entenda porque tiro férias para estar aqui estes nove dias mas não sei explicar… Vou daqui relaxada, há uma paz… respira-se um ar diferente… Só quem está e vive isto é que consegue entender. Acabam por se fazer amizades que nunca imaginamos que poderíamos fazer”, referiu.
E se há quem venha de longe, os que estão perto e têm fé na Nossa Senhora da Serra é que não faltam mesmo à romaria. Este ano, até o reitor do santuário tem ligações pessoais à serra. O padre Manuel Rodrigues assumiu recentemente as novas funções mas conta que ir a pé à serra é um hábito que tem desde muito jovem. “Fui criado nas chamadas ‘fraldas da serra’, em Edrosa, Vinhais. A nível pessoal, tem bastante significado estar aqui. Venho todos os anos a pé e sempre tive ligação a este santuário, desde criança, altura em que vinha com a minha família”, lembrou.
Além da devoção, há outro lado associado a esta festa. São também muitos aqueles que sobem ao ponto mais alto da serra da Nogueira para comer posta de vitela e há ainda memórias do “jogo da batota” que chegou a movimentar as tabernas de noite e dia e que, entretanto foi proibido pelas autoridades.
Este é o excerto de uma reportagem para ouvir na íntegra na Brigantia, esta quarta-feira, depois das notícias das 17 horas e das 21 horas e ler na edição desta semana do Jornal Nordeste.
Sara Geraldes
Escrito por Birgantia
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