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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Burros mirandeses cumpriram a tradição de ir à Feira do Naso

Ontem cumpriu-se a tradição de levar burros ao recinto do Santuário de Nossa Senhora do Naso, no concelho de Miranda do Douro. A tradição, que se perde no tempo, está relacionada com festa da Natividade de Nossa Senhora, que se assinala amanhã, 8 de Setembro.
Tradicionalmente o dia  6 é dedicado à feira dos burros e o dia 7 à feira de vacas, ambos de raça mirandesa. No caso dos burros, há 12 anos que a tradição ganhou um novo dinamismo. Ainda há quem venha ao Naso acompanhado por um burro mas já são poucos aqueles que utilizam estes animais como meio de transporte. Agora, a maioria dos animais chega ao recinto do Santuário transportada em carrinhas, disponibilizadas pela Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), que desde 2004 dá uma nova dinâmica à Feira do Naso, no dia de 6 de Setembro.

Miguel Nóvoa, membro da direcção desta associação e secretário técnico da raça asinina de Miranda, explica que o trabalho que têm vindo a desenvolver permite que o número de exemplares da raça tenham aumentado e as características tenham sido melhoradas. “Há o livro genealógico que tem um número cada vez maior de animais inscritos na raça asinina de Miranda. O número de nascimentos aumentou muito. Passámos de um ou dois nascimentos por ano para cerca de 100 nascimentos por ano. A raça é, neste momento, bastante reconhecida em todo o país e até na Europa. È sempre importante que as pessoas consigam compreender que , para haver uma raça bem conservada, é necessário haver um livro genealógico bem estruturado, onde as pessoas façam todos os registos dos seus animais”, referiu.

Este ano, a Feira do Naso reuniu mais de 80 exemplares da raça asinina mirandesa, que participaram no concurso regional e na gincana. O Município de Miranda do Douro apoia os criadores que participam na iniciativa. O autarca, Artur Nunes, salienta a importância desta feira para a promoção da raça, inserida na Festa de Nossa Senhora do Naso, que é também uma referência no planalto mirandês. “Este concurso e esta mostra que se faz todos os anos são uma forma de apoiarmos as raças autóctones, neste caso a raça asinina, valorizando também a AEPGA que tem feito um trabalho excelente nesta matéria. O Santuário do Naso é, digamos que o solar do planalto mirandês já que concentra o concelho de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso à volta da religiosidade. O concurso de raça asinina marca também este evento”, considera o autarca.

Neste encontro foram mais aqueles que vieram pelo convívio do que que aqueles que vieram fazer negócio. Mas ainda se encontram vendedores de burros, que afirmam que já houve melhores dias. “No ano passado ainda vendi uma burra e uma ‘burranca’ nesta feira mas este ano, nada. Antigamente os lavradores trabalhavam mas agora os jovens não querem trabalhar na terra”, referiu Fausto Correia, de Figueira de Castelo Rodrig, no distrito da Guarda,  que toda a vida se dedicou ao comércio de burros e outros equídeos.

Já Narciso Carrasqueiras, trouxe a sua burra para o concurso e desfile. “Lavrar uma terra de um hectare com um burro não dá. Mas para pequenos trabalhos, como semear batatas, é o ideal. Eu prefiro ter uma burra para isso do que um tractor pequeno. Enquanto puder, quero manter a burra para esses trabalhos”,  contou o habitante de Ifanes, Miranda do Douro. Actualmente, estão registadas oficialmente 800 fêmeas reprodutoras e 50 machos reprodutores de raça asinina mirandesa, a maioria no planalto mirandês mas há também exemplares da raça noutras localidades do país. Para o ano, a organização pretende realizar, pela primeira vez um concurso de burros de raça mirandesa que abranja todo o território nacional. 

Escrito por Brigantia
Sara Geraldes

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