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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Salvar o Tua - Passeio pela extinta Linha do Tua

“Se fores ao Tua
esquece-te dos pronomes possessivos.”
(António Cabral)

Extinta Linha do Tua
Li algures, há uns anos, que era urgente “Salvar o Tua” e se exigia a suspensão imediata das obras na barragem, chamando a atenção para os danos irreparáveis que destruiriam o Vale do Tua, parte de um património do Alto Douro Vinhateiro.

Foram muitas as personalidades do sector agrícola, ambientalistas, do mundo das artes e do desporto, que ergueram em uníssono as suas vozes, alertando para a destruição de um vale onde o vinho de letra A ali produzido, proveniente de castas excelentes, o tão afamado Vinho do Porto, gerado no Douro, corria sérios riscos.

O Tua, rio considerado por muitos um dos últimos rios da Europa em estado selvagem, foi pois condenado. Ninguém lhe valeu. Nem a UNESCO que, em 2001, classificou a região onde ele habita de património mundial da humanidade e da qual ele faz parte integrante. Que poder venceu a UNESCO???!!! 

O pedaço de linha que percorri, desde as Caldas de S. Lourenço até ao Amieiro, deu lugar a um caminho pedregoso, deserto, abandonado entre fraguedos monumentais, despojado de seus carris, tropeçando-se aqui e ali em destroços de madeira, inaugurados em tempos pelo rei D. Luís I, e que por ali ficaram agora esquecidos sem préstimo algum.

“Para lá do Marão, mandam os que lá estão, mas por estes dias a sensação é de que quem mora junto ao Tua manda muito pouco.” (in Visão)

Também o rio indomável e revolto vai perdendo força. Na verdade, da foz até à aldeia do Amieiro já se não ouve o seu grito rebelde e entre margens declivosas vai pouco a pouco emudecendo. Depois… quem sabe? A gente que por ali ainda resiste, em vez das suas hortas, das suas vinhas e olivais em socalcos, dos seus laranjais e sobreirais, poderá praticar desporto aquático, passear de barco, ficará isenta da factura da electricidade e pescará achigãs predadores de bogas e barbos por aqui tão procurados no Calça-Curta.

“Se fores ao Tua
esquece-te dos pronomes possessivos.”

Escrito por Alzira Cabral
in:atelier.arteazul.net

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