Natural de Rabal, concelho de Bragança; doutor em direito pela Universidade de Coimbra, cavaleiro professo da ordem da Milícia Dourada do Sacro Palácio Pontifício, desembargador da Mesa Episcopal do Despacho, examinador sinodal e abade de Podence, diocese de Bragança, tio do doutor em leis António José Pinheiro de Figueiredo Sarmento, juiz de fora da capitania de Benguela, bisneto de Pedro Esteves, sexto avô materno do autor destas linhas. A 8 de Janeiro de 1759, data em que foi provido na abadia de Podence pelo bispo D. Frei Aleixo Miranda Henriques, era mestre de cerimónias e capelão do mesmo bispo.
No arquivo da igreja de Podence há um livro que contém os autos de posse dos abades da mesma desde 1631 e diz a parte respectiva: «Antonio Esteves Pinheiro de Figueiredo, natural de Rabal, foi provido em concurso, pelo Ex.mo e Rd.mo Sr. Bispo, D. Frei Aleixo de Miranda Henriques, no ano de 1759, falecendo a 27 de abril de 1782. Tomou posse da igreja a 10 de janeiro de 1759».
Na referida igreja de Podence, lado do Evangelho, há um lindo altar em talha dourada, onde agora (1927) se venera a imagem do Coração de Jesus, mandado fazer por este abade, como se vê da seguinte inscrição que nele está: «Este altar de S. João o mandou fazer o Rd.o Abb.e D.or Antonio Esteves Pinheiro de Figueiredo. No anno de 1781».
Ainda na mesma igreja, lado da Epístola, no altar da Senhora das Dores, há um pequeno painel, onde se vê, mal pintada, uma figura que o artista quis fazer do abade no leito da agonia, onde se lê o seguinte: «milagre evidentissimo q. fes nossa senhora das dores no Rd.o Antonio Esteves Pinheiro e Figueiredo abb.e de Podence o qual stando por instantes sofocandose d’uma apostema que de repente lhe sobrebeu na garganta; por intermedio da divina senhora em menos de meia hora se viu libre do dito perigo socedeu amanhecendo ao dia 6 de dezembro, 1775».
Em 1759 fundou o padre Pinheiro de Figueiredo, na mesma igreja de Podence, a confraria de Nossa Senhora das Dores, da qual ainda se conserva no arquivo paroquial a respectiva bula, concedida pelo geral dos dominicanos em Roma, bem como os estatutos por ele redigidos.
Temos deste escritor uma tese de direito canónico, que depositamos nos caixões das vestes sagradas da igreja paroquial de Baçal, defendida no quinto ano do seu curso em Coimbra, dedicada a Maria Santíssima sob os títulos de Senhora da Assunção, do Salvador e do Loreto e a sua mãe Santa Ana (sem indicação do lugar onde era venerada), impressa de frente em três planas, em véu de cálix, em seda vermelha. Conimbricæ: Ex Typ. in Regio Artium Collegio Societ. Jesu Anno Domini 1742.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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