Jorge Rodrigues, ou melhor, MK Nocivo, é um artista transmontano e com orgulho. Pro Domo - em causa própria, é o segundo álbum de originais. No dia de Natal publicou na internet um videoclip, “Filha de emigrantes”, que já está a correr mundo. Em menos de duas semanas, superou as 150 mil visualizações e prepara-se para bater os recordes conseguidos com a música sobre as praxes ou a homenagem que fez aos bombeiros.
Mensageiro de Bragança: O novo álbum saiu há pouco. Como é a vida de um rapper de Bragança no Nordeste Transmontano?
MK Nocivo: O nome do álbum reflete isso mesmo. “Pro Domo”, que é uma expressão latina que quer dizer “em causa própria”. Tanto no grafismo como no conteúdo reflete uma luta constante. Em causa própria porque é uma luta minha, não é de mais ninguém. É um álbum muito mais maduro do que os trabalhos anteriores. Para me ficarem a conhecer bastante bem é só ouvir o álbum de uma ponta à outra.
MB.: Quanto tempo demorou a ser feito?
MKN.: Este demorei mais ou menos um ano e meio a fazê-lo. Os instrumentais foram produzidos por um duo da Sérvia, não trabalhei com nenhum produtor português. O que demorou mais foi a recolha de convidados e ver o que de facto ia fazer. Deixei algumas faixas de fora, com material que tinha feito. Também estive, entretanto, envolvido noutros projetos. Saiu no ano passado uma mixtape que reúne os MCs da região todas. Não posso considerá-lo um álbum meu mas tenho lá cinco faixas e reuni a malta toda daqui da região. Antes desse tinha saído a Mix tape Ataque Verbal Coletivo (AVC), de que o Mensageiro deu conta na altura. Mas isso foram álbuns para download gratuito. Estamos a falar de mix tapes, com instrumentais retirados da internet, com os quais fazemos a nossa versão.
Este é o segundo álbum de originais. O primeiro foi o “Capítulo obsceno”, que saiu em 2007. Foi numa altura mais complicada da minha vida e tinha muita coisa para dizer. Este é mais tranquilo, é outro estilo. Entro numa sonoridade reggae, com o Galeno. Também tem um pouco de um estilo mais pesado com o Fuse. Tem coisas mais “radio friendly”, com a Denise e com o Kaines, também a faixa “Filha de emigrantes”, com a Vanessa Martins. Este álbum tem um bocado de tudo, não apenas a sonoridade mais pesada como foi o “Capítulo obsceno”.
AGR
in:mdb.pt
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