O número de turistas em Bragança tem aumentado significativamente nos últimos anos e a capital de distrito é uma cidade cada vez mais atractiva para quem vem de fora, mas a cidade ao fim-de-semana, está “fechada.”
Vêm de vários pontos de Portugal e Espanha, procuram Bragança não só pela beleza da cidade, pelo sua rica oferta cultural mas também gastronómica. São cada vez mais os que escolhem Bragança para passar umas férias, mas sobretudo para uma escapadela de fim-de-semana.
Apesar da crise que temos vindo a atravessar, o cenário é animador para os agentes na área do turismo do nordeste transmontano, pois esta região é cada vez mais apetecível aos olhos dos moradores dos grandes centros urbanos, que procuram fugir ao stress do dia-a-dia e sobretudo dos espanhóis, não só pela proximidade geográfica mas porque gostam de experimentar os sabores desta região. Dados confirmados pelos hotéis e restaurantes que sobretudo aos fins de semana ou em datas festivas não têm mãos a medir.
Todavia, há um problema. Segundo as entidades do sector, a cidade ainda não está preparada para este aumento do fluxo turístico, muitos dizem que os turistas chegam e encontram “ a cidade fechada”, sobretudo aos fins-de-semana, em que Bragança fica “deserta.” Não há no centro histórico um local aberto, ao fim-de-semana, onde as pessoas possam comprar fumeiro, souvenirs, mel, frutos secos, queijo e outros produtos regionais. Os hotéis tentam colmatar essa falta mas constatam que as pessoas querem de facto passear e ter lojinhas típicas onde possam fazer essas compras.
A Associação Comercial Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), reuniu convidou as entidades brigantinas na área do turismo, para conhecer o seu novo projecto de dinamização do sector. A iniciativa chama-se “Mais Bragança”, conta com um financiamento de 220 mil euros do programa Norte 2020, vai custar no tal cerca de 259 mil euros e deverá ser executado até Março do próximo ano.
Na prática, vai ser criada uma plataforma digital que reúne os diferentes agentes e possibilita a potenciais clientes deixarem as reservas feitas por essa via ou pedirem visitas guiadas a alguns locais da cidade.
A questão da falta de oferta ao fim-de-semana foi um dos problemas detectados e que levou a ACISB a tomar a iniciativa de reunir com os interessados. Maria João Rodrigues, a presidente da ACISB, explicou que “essa é uma lacuna muito grande” e propôs por isso que se resolvesse. “
Marcel Silveira, director geral do Hotel São Lázaro, também apontou esse como o maior problema e pediu mais atenção e ajuda à população, para que Bragança continue a figurar nas preferências dos turistas. “É preciso a população ajudar um pouco. Os hotéis têm trabalhado, têm funcionado bem os restaurantes, mas também era preciso ter as lojas abertas para os turistas poderem comprar os nossos produtos, porque querem levar o nosso azeite, o nosso fumeiro, trajes, máscaras, e há falta desse comércio durante o fim-de-semana, que é quando vêm mais os turistas para passear”, disse.
“Bragança é um destino seguro e barato para os portugueses e estrangeiros. O turismo espanhol é uma coisa brutal ao fim de semana e aos feriados. Quando há um feriado em Espanha, há uma invasão de espanhóis em Bragança muito grande e é o que nos transmitem: querem levar uma recordação e há uma dificuldade muito grande em comprar esses produtos ao fim de semana”, explicou também.
Disse ainda que iniciativas como a da associação comercial em reunir os agentes de turismo “ajudam, primeiro porque está a juntar a todos, e só com todos a falarem ao mesmo tempo” é que é exequível “ver as faltas e as dificuldades que existem na região.”
Marcel Silveira salientou igualmente o papel importante que o município tem tido na atracção de pessoas para o concelho, com a organização de várias iniciativas como “o festival do butelo e das casulas, o carnaval dos caretos, o Terras de Sefarad, o Bragança terra Natal e de sonhos, entre outras iniciativas que trazem sempre muita gente.”
Segundo o director-geral do maior hotel de Bragança, em 2016, nesta época contabilizavam-se “17 mil visitantes” e, este ano, “já vão com 22 mil visitantes”. “Eu tinha nove, dez quartos ocupados ao fim de semana (e) tenho tido, neste ano de 2017, 100/90 quartos todos os fins de semana”, contou ainda.
Escrito por Brigantia
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